UE/Von der
Leyen tenta hoje reeleição como líder da Comissão Europeia
Bissau, 18 jul 24 (ANG) – A presidente da Comissão Europeia, a alemã
Ursula von der Leyen, vai hoje tentar assegurar um segundo mandato à frente do
executivo comunitário, necessitando de pelo menos 361 votos a favor dos
eurodeputados para o conseguir.
Após reuniões nos últimos dias com várias bancadas do Parlamento Europeu
(como Socialistas, Liberais, Verdes e Conservadores) para apelar ao aval destas
famílias políticas, a candidata do Partido Popular Europeu (PPE) vai hoje de
manhã discursar na sessão plenária da assembleia europeia, na cidade francesa
de Estrasburgo, para apresentar o seu programa e as suas propostas para uma
eventual reeleição.
Depois deste que é o seu último apelo ao voto dos eurodeputados para um
novo mandato de cinco anos, segue-se um debate com os parlamentares, que
termina com a votação secreta em papel, a partir das 13:00 (hora local, menos
uma hora em Lisboa), e o anúncio posterior dos resultados.
É o Parlamento Europeu que tem de aprovar, após a proposta do Conselho
Europeu feita no final de junho, o novo presidente da Comissão por maioria
absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a
ter de obter luz verde de pelo menos 361 parlamentares (entre 720).
Entre os partidos portugueses representados no hemiciclo europeu, o BE,
PCP e Chega vão votar contra a reeleição de Ursula von der Leyen para a
Comissão Europeia, com PS ainda indeciso e IL, PSD e CDS a votarem a favor.
Na sequência do acordo partidário entre centro-direita, socialistas e
liberais sobre os cargos europeus de topo, o presidente eleito do Conselho
Europeu (escolhido nesse pacote), o ex-primeiro-ministro português António
Costa, esteve na terça-feira em Estrasburgo para manifestar apoio a Von der
Leyen.
Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von
der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu em julho de 2019 com 383 votos a
favor, 327 contra e 22 abstenções, numa votação renhida.
Assumiria o cargo oficialmente em dezembro de 2019.
Com uma maior fragmentação partidária no Parlamento Europeu, a
recondução no cargo ainda não é garantida e têm sido, aliás, vários os
parlamentares a ameaçar não apoiar a alemã, alegando que Ursula von der Leyen
está demasiado ligada à ala conservadora ou criticando a sua postura em relação
à externalização das políticas de migração da União Europeia (UE) e a certos
recuos nas metas climáticas.
Durante a sua campanha eleitoral, a responsável garantiu que só
cooperaria com partidos pró-Ucrânia dada a invasão russa, pró-Europa e
pró-projeto europeu e que defendessem o Estado de direito, sem deixar claro se
iria colaborar com os Conservadores e Reformistas Europeus - que juntam
partidos de direita radical como o polaco Lei e Justiça ou o italiano Irmãos de
Itália -, o que poderia pôr em causa o apoio de Socialistas, Liberais e Verdes.
Também não é certo o apoio de todos os eurodeputados do seu partido.
Ursula von der Leyen foi a candidata cabeça de lista do PPE nas eleições
europeias de 06 a 09 de junho (não havia sido nas anteriores).
Se o nome da responsável não obtiver a maioria exigida, a presidente do
Parlamento Europeu, a reeleita Roberta Metsola, terá de convidar o Conselho
Europeu a apresentar um outro nome, para uma nova votação.
Na sequência das eleições de junho e das recentes alterações partidárias
no Parlamento Europeu, o PPE é o grupo que dispõe de mais lugares (188),
seguido pelos Socialistas (136) e pela nova família política de extrema-direita
Patriotas pela Europa (84).
De acordo com a mais recente distribuição da assembleia europeia, os
Conservadores e Reformistas ocupam 78 assentos, os Liberais um total de 77,
sendo seguidos pelos Verdes (53) e pela Esquerda (46).ANG/Lusa
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