Bélgica/UE
doa mais de 170.000 vacinas para países africanos debelarem epidemia de varíola
Bissau, 14 Ago 24 (ANG) - A Comissão Europeia vai doar mais de
170.000 vacinas contra a varíola dos macacos para fazer face à epidemia que foi
declarada em África, foi hoje anunciado.
Em comunicado, o
executivo comunitário anunciou que vai doar à autoridade africana para o
controlo e prevenção de doenças 175.420 doses das vacinas MVA-BN, para ajudar
os países do continente a debelar a epidemia.
A Comissão Europeia
acrescentou que uma farmacêutica europeia também vai doar 40.000 vacinas, que
serão distribuídas com base nas necessidades regionais.
Em simultâneo, Bruxelas
está em coordenação com a autoridade sanitária africana para expandir o acesso
ao diagnóstico e sequenciação da varíola na região, disponibilizando para isso
3,5 milhões de euros.
O comité de urgência da
Organização Mundial da Saúde (OMS) reúne-se hoje para avaliar a epidemia do
vírus Monkeypox (Mpox), anteriormente conhecido por “varíola dos macacos”, em
vários países africanos.
A reunião da OMS ocorre
em Genebra, um dia depois de o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças
(CDC África) ter declarado "emergência de saúde pública" face à
epidemia do vírus Mpox no continente.
A reunião foi convocada
pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sequência do
ressurgimento do Mpox este ano.
Uma nova estirpe (“clade
1b”) foi detetada na República Democrática do Congo (RDCongo) em setembro de
2023 e depois notificada em vários países vizinhos.
Esta estirpe
"provoca doenças mais graves do que o clade 2", segundo o responsável
da OMS.
A varíola é uma doença
viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é
transmitida por contacto físico próximo com uma pessoa infetada com o vírus.
Desde janeiro de 2022,
foram registados 38.465 casos em 16 países africanos, com 1.456 mortes,
incluindo um aumento de 160% dos casos em 2024 em comparação com o ano
anterior, de acordo com dados publicados na semana passada pelo CDC África.
O Mpox foi descoberto
pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual RDCongo (antigo Zaire),
com a propagação do subtipo Clade I (do qual a nova variante é uma mutação),
que desde então tem estado principalmente confinado a países da África
Ocidental e Central, onde os doentes são geralmente infetados por animais
infetados.
Em 2022, uma epidemia
mundial do subtipo clade 2 propagou-se a uma centena de países onde a doença
não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais.
A OMS declarou um alerta máximo em julho de 2022 em resposta a este surto mundial, mas levantou-o menos de um ano depois, em maio de 2023. A epidemia causou cerca de 140 mortes num total estimado de 90.000 casos. ANG/Lusa
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