quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Caso tentativa golpe de Estado

Madem-G15 considera de “infundadas, absurdas e irresponsáveis” as acusações de Aristides Gomes

Bissau,23 Out 19(ANG) – O Movimento para Alternância Democrática(MADEM-G15), condenou sem reservas aquilo que considera de acusações “infundadas, absurdas, irresponsáveis e criminosas do primeiro-ministro Aristides Gomes  contra o candidato presidencial deste partido, Úmaro Sissoco Embaló, “numa desesperada tentativa de desacredita-lo junto dos eleitores guineenses”.

Em comunicado à imprensa, do Secretariado Nacional do MADEM-G15 , divulgado terça-feira , esta formação política responsabiliza o PAIGC  e o seu  Governo que diz estar devastado pelo “tráfico de drogas” e o candidato presidencial Domingos Simões Pereira pelas derrapagens que vierem a registar no país “decorrentes das suas acções irresponsáveis”.

O MADEM-G15 reafirma o  engajamento na defesa do Estado de Direito Democrático, não se pactuando com nenhum tipo de alteração da ordem constitucional estabelecida e diz ter  condenado no passado, todos os actos de vandalismo, violência e atentado à ordem pública e segurança dos cidadãos.

“Recentemente foi o Presidente do PAIGC, que pediu publicamente num dos comícios subversivos que os militares abrissem alas, para se pudesse assaltar o Palácio da República”, refere o  comunicado.

O documento acrescenta  que outros altos dirigentes do PAIGC, nomeadamente Manuel dos Santos Manecas,    publicamente se referiu à golpes positivos, apelando a sublevação militar contra o actual Presidente José Mário Vaz.

A nota refere ainda que, Camilo Simões Pereira, irmão do Presidente do PAIGC, declarou em plena sessão da Assembleia Nacional  Popular, que se o Primeiro-ministro, seu irmão fosse exonerado de manhã, o Presidente da República será deposto à tarde e que  haveria um banho de sangue.

O Madem G-15 alerta a comunidade internacional sobre os perigos que pairam no país, decorrentes do que diz ser  “deliberada intenção do Governo do PAIGC em silenciar as vozes críticas e discordantes das suas  estratégias de manipulação, corrupção e tráfico de drogas na Guiné-Bissau”.

Aristides Gomes denunciou segunda-feira a noite que o candidato presidencial do Madem G-15, Umaro Sissoco Embaló estaria a planear um golpe de Estado durante o qual ele e mais membros do Governo seriam detidos.

O chefe do Governo inclusive afirmou ter provas das denuncias e que no momento certo seriam exibidas.

Numa recente declaração à Voz de América, Aristides Gomes disse que todos os materiais de prova sobre a alegada tentativa de golpe de Estado
Seriam entregues as autoridades judiciais.

Em declarações a e-Global, Umaro Sissoco Embaló nega estar por detrás de qualquer tentativa de golpe de Estado, e que o audio em que se diz ser ele a falar com um alegado agente policial sobre o alegado golpe não passa de “uma montagem”.  ANG/ÂC//SG

Moçambique


               EISA diz que “integridade das eleições” foi afectada

Bissau, 23 out 19 (ANG) - Metade dos observadores do Instituto Eleitoral para a Democracia Sustentável em África (EISA) foram impedidos de fiscalizar as eleições gerais em Moçambique.
O EISA apresentou na terça-feira o Relatório Preliminar do Apuramento Parcial dos Resultados das eleições de 15 de Outubro.
O instituto queixa-se que cerca de metade dos seus observadores foram impedidos de fiscalizar estas eleições, um pouco por todo o país. Dos 6.965 pedidos de acreditação realizados pelo EISA e parceiros, 3.000 não foram aceites.
Domingos do Rosário, oficial de programa do EISA, defendeu que “a integridade das eleições foi seriamente afectada” pelos inúmeros obstáculos observados durante o processo eleitoral: segurança, recenseamento e campanha eleitorais, credenciação, etc.
O EISA não conseguiu fazer a contagem paralela das eleições das assembleias nas províncias de Tete e Zambézia porque seus observadores não foram credenciados e em algumas mesas de Nampula e Zambézia os editais não foram afixados, o que constrangeu o trabalho da recolha de dados para o PVT (Parallel Vote Tabulation).
Resultados provisórios indicam que as eleições gerais do passado dia 15 de outubro foram ganhas pela Frelimo e o presidente cessante, Filipe Nyusi , em Maputo mas a oposição, a Renamo e o MDM não os reconhecem, alegando ter havido fraudes.ANG/RFI


Política





Bissau,23 Out 19(ANG) - O Presidente da República cessante, José Mário Vaz, assegurou terça-feira que as forças de defesa e segurança vão garantir a estabilidade no país e disse que qualquer perturbação da "ordem vigente" é da responsabilidade do governo.

"Num momento em que algumas personagens da cena política parecem ter perdido a força da razão e das ideias e se preparam para agir de forma menos democrática, o chefe de Estado assegura aos guineenses que as Forças Armadas e de Segurança saberão estar à altura da situação e assegurarão a estabilidade, a paz e a tranquilidade dos guineenses que conquistámos nos últimos cinco anos", refere José Mário Vaz, num comunicado terça-feira divulgado à imprensa.

Na nota, o chefe de Estado reitera o seu compromisso de "defender a Constituição e as leis, a independência e a unidade nacionais, cumprindo com total fidelidade os deveres" da função para que foi eleito.

"Perante o avolumar de casos e situações que contribuem perigosamente para a rutura da paz social, o governo deve assumir a responsabilidade plena pelos seus atos e pela forma fraturante como vem conduzindo matérias tão sensíveis e determinantes para o futuro do nosso país", lê-se no comunicado.

O presidente referia-se à questão das correções dos cadernos eleitorais, que tem sido fortemente criticada pela oposição, mesmo depois de o primeiro-ministro  ter explicado que só serão incluídas se a plenária da Comissão Nacional de Eleições, na qual estão representados os candidatos às eleições presidenciais, concordar.

O assunto também já foi abordado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que tem mediado a crise na Guiné-Bissau, e por uma missão conjunta internacional, que recomendou a utilização nas eleições presidenciais dos cadernos eleitorais utilizados nas legislativas de março passado, salvo consenso político de todos os intervenientes e por escrito.

"Qualquer perturbação da ordem vigente será, por isso, da exclusiva responsabilidade do Governo. Não é hora de se tocar tambores com facas", sublinhou o Presidente guineense.

Ainda sobre a atualização dos cadernos eleitorais e relembrando as recomendações da CEDEAO, o Presidente guineense insistiu que é "fundamental o respeito daquele princípio para que o processo eleitoral seja transparente e para o bem de todos os guineenses".

"Também a forma como se procedeu ao sorteio do posicionamento dos candidatos no boletim de voto não contribui para a desejada transparência do processo eleitoral", considerou.

No sábado, a Comissão Nacional de Eleições procedeu ao sorteio da posição do boletim de voto dos candidatos sem a presença das candidaturas de José Mário Vaz, Umaro Sissoco Embaló, Nuno Nabian e Carlos Gomes Júnior.

Terça-feira a CNE decidiu que para as presidenciais de novembro serão utilizados os mesmos cadernos eleitorais que haviam sido utlizados nas  legislativas de março passado.

As eleições presidenciais na Guiné-Bissau realizam-se a 24 de novembro, estando a segunda volta, caso seja necessária, marcada para 29 de dezembro.

A campanha eleitoral, na qual vão participar os 12 candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça, vai decorrer entre 2 e 22 de novembro.

Aristides Gomes denunciou segunda-feira à noite, numa publicação na sua página do Facebook, uma tentativa de golpe de Estado para procurar impedir a realização de eleições presidenciais.

Na publicação, o primeiro-ministro revela também que o autor daqueles atos "está devidamente identificado de forma inequívoca e chama-se Umaro Sissoco Embaló".

Umaro Sissoco Embaló, antigo primeiro-ministro guineense e dirigente do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), e candidato às eleições presidenciais, já disse que as acusações do primeiro-ministro são "mentira e calúnia". ANG/Lusa




Cooperação


                      África lusófona à procura de investimento russo
Bissau, 23 out 19 (ANG) - Os chefes de Estado de Angola, Moçambique e Cabo Verde marcam presença na primeira cimeira Rússia/África, em Sotchi, que decorre hoje  e quinta-feira.
Encontro Vladimir Putin e Presidente Angolano
Durante os próximos dois dias vários acordos devem ser assinados com a Rússia que quer recuperar os laços do passado.
O presidente angolano foi o primeiro a confirmar a presença na cimeira Rússia/África, em Abril do mês passado. Em Moscovo, João Lourenço convidou os empresários russos a investir em Angola e, agora, regressa a Sotchi disposto a fazer negócios.
Esta quarta-feira João Lourenço intervém na sessão reservada às alocuções dos líderes convidados e na quinta-feira será recebido por Vladimir Putin para avaliar “o estado das relações bilaterais”.

O chefe de Estado angolano vai ainda manter vários encontros com dirigentes de bancos, representantes de empresas agrícolas e produtoras de minerais preciosos. Recorde-se que Angola e a Rússia colaboram actualmente no sector dos diamantes, do petróleo e sector das pescas, porém Moscovo já mostrou interesse em construir uma fábrica de equipamento militar em território angolano.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, regressa à Rússia numa altura em que a oposição denúncia fraude eleitoral nas eleições gerais de 15 de Outubro e acusa a Frelimo de ter desrespeitado os acordos de paz, assinados no passado mês de Agosto.
Depois da Rússia ter perdoado 95% da dívida moçambicana, o governo quer reforçar a cooperação na pesquisa e exploração de gás natural e aproveitar a experiência russa para concluir o processo de certificação de Kimberley para a exploração de diamantes.
A Rússia está interessada na construção de três centrais termoeléctricas, que vão funcionar a carvão mineral, em Cumaba e Nacala, e linhas de transporte de energia para Angoche e Salamanga.
Cabo Verde que será representado na cimeira pelo chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, quer estreitar as relações com a Rússia nas áreas de energia, turismo e agricultura.  Os dois países que assinaram um acordo para a cessação das formalidades de visto para viagens recíprocas, cooperam nas áreas de armamento e matérial bélico.
A ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé, Elsa Pinto, representa o país em Sotchi. O chefe de Estado José Mário Vaz que devia marcar presença na cimeira cancelou a agenda após a denúncia de tentativa de golpe de Estado na Guiné Bissau. ANG/RFI


terça-feira, 22 de outubro de 2019

Política


                Umaro Sissoco nega estar a tentar um “golpe de  Estado

Bissau, 22 out 19 (ANG) – O candidato presidencial, Umaro Sissoco Embaló acusado pelo Primeiro-ministro Aristides Gomes de planear um golpe de estado nega qualquer envolvimento ou incitação à um golpe de Estado.

Em declarações à E-Global, esta terça-feira, Umasso Sissoco diz que a polémica gravação “é uma montagem, provavelmente produzida por pessoas do PAIGC”, com o objectivo de o afastar da corrida à Presidência da República.

“Eles estão a tentar tudo para prejudicar a minha candidatura. Fecharam a minha rádio, apreenderam um camião com material de campanha e agora aparecem com essa montagem”, disse Umaro, a partir de Dacar, capital senegalesa.

Na sua página oficial no Facebook, na noite de segunda-feira, Aristides Gomes diz que Umaro Sissoco Embalo, candidato apoiado pelo partido Movimento para a Alternância Democrática (Mdem G-15),  estaria por detrás de uma tentativa de golpe de estado, que levaria a sua detenção e de demais membros do governo.

Gomes disse que “provas materiais dos preparativos para efectivação do crime estão seguramente guardadas para serem exibidas na altura devida”. ANG//SG

Política


                Aristides Gomes denuncia “Plano de Golpe de Estado”

Bissau, 22 Out 19 (ANG) – O Primeiro-ministro, Aristides Gomes denunciou segunda-feira  a noite na sua página oficial  no faceebok o que diz ser um “plano de Golpe de Estado”, encabeçado por Umaro Sissoco Embaló, candidato presidencial apoiado pelo partido Movimento para a Alternância Democrática(MADEM-G 15).

O plano, segundo Aristides Gomes, visa interromper o processo de preparação das eleições presidenciais em curso, previstas para 24 de novembro próximo.

“A ação que conduziria a detenção do primeiro-ministro assim como de alguns membros do Governo concretizar-se-ia no seguimento de ações de vandalismo também em preparação para as próximas horas”, referiu o chefe do Governo.

As provas materiais desses preparativos para a efectivação desse plano, segundo Gomes , estão seguramente  guardadas para serem exibidas na altura devida.

O chefe do Executivo disse que o autor desses actos chama-se Umaro Sissoco Embaló, candidato presidencial apoiado por Madem G-15.

Aristides Gomes reitera que “não obstante essas manobras”, o governo está determinado em continuar a garantir todas as condições necessárias para que as eleições presidenciais tenham lugar na data prevista.

Um repórter da ANG presenciou hoje a chegada de um grupo de três adolescentes detidos pela Polícia de Ordem Pública por estarem a queimar pneus na zona do mercado de bandim, em Bissau.

Um dos agentes trouxe consigo duas garrafas contendo restos de gasolina, que os supostos infractores usaram na queimança de pneus.

Nas redes sociais circula um audio que se acredita ser a voz de Umaro Sissoco Embalo a falar com alguém sobre o suposto plano de golpe.

Ouve-se essa pessoa a dizer.” vamos financiar para vandalizarem tudo, queimando pneus, para baralharem isso tudo”.

A mesma pessoa que se acredita ser o candidato do Madem g-15, Umaro Sissoco Embaló, falando em crioulo, pede  para que não haja nenhuma vítima mortal. “Não podemos ser vistos como assassínios”, sustentou.

Ordenou a detenção do Primeiro-ministro,Aristides Gomes, que acusa de ter roubado muito dinheiro. Chamou  de bandido ao Presidente da República cessante, José Mário Vaz.

A falar, supostamente por telefone, com alguém ainda não identificado terá, a dado momento de conversa, essa pessoa que se acredita ser Umarro Sissoco Embalo disse ao seu interlocutor: “se Mário  Vaz se mantiver no poder, isso deixa de ser um golpe...! Se viajar é só  impedí-lo de regressar”, disse.
ANG/Alisson Cabral/página oficial de facebook de Aristides Gomes

Financiamento


                       União Europeia aumenta  apoio para  eleições

Bissau, 22 out 19 (ANG) -  A União Europeia e a Comissão Nacional de Eleições promovem hoje uma cerimónia que assinala o aumento do apoio da União  Europeia ao processo eleitoral guineenses cujas presidenciais estão previstas para 24 de novembro próximo.

“Terça-feira, 22 de Outubro, às 15h00, no Salão da Comissão Nacional de Eleições (CNE), o Presidente da CNE, Dr José Pedro Sambu, acompanhará a Embaixadora da União Europeia, Sónia Neto, e o Representante Residente do PNUD, Dr. Tjark Marten Egenhoff, na cerimónia que assinala o aumento da contribuição da União Europeia ao Fundo Comum de apoio aos ciclos eleitorais, num montante de 1.000.000 de Euros”, refere um comunicado enviado à ANG.

Segundo o comunicado, o montante total disponibilizado neste Fundo por parte da União Europeia para a realização das eleições ascende aos 3.500.000 de Euros (Três milhões e Quinhentos mil euros).

O comunicado refere que ainda que outros apoios de União Europeia foram concedidos nomeadamente para a manutenção da  presença das forças da ECOMIB no país, de maneira a apoiar na manutenção da paz durante as eleições, o financiamento das atividades de monitoria eleitoral por parte da sociedade civil, e da disponibilização no terreno de peritos - técnicos em várias áreas para acompanhar e apoiar as eleições.

Concorrem as presidenciais de novembro 12 candidatos sendo que alguns concorrem na condição de independentes. ANG/SG

Administração Territorial


Ministra  apela aos citadinos de Bissau para se abdicarem do consumo de bebidas no Cemitério Municipal

Bissau, 22 Out 19(ANG) – A ministra da Administração Territorial e Gestão Eleitoral apelou aos citadinos de Bissau para se abdicarem de práticas de levar  bebidas alcoólicas para consumir no Cemitério Municipal durante a celebração do Dia dos Defuntos, que se assinala à 02 de Novembro.
Maria Odete Costa Semedo

“Nós vimos uma coisa que entrou na moda: levar termos de bebidas alcoólicas para consumir no cemitério, no Dia dos Defuntos, o que antigamente não se verifica. Sendo uma  moda que não é nossa apelo aos citadinos de Bissau para que abandonem essa prática”, disse Maria Odete Costa.

A governante que falava à imprensa durante uma visita que efectuou hoje ao Cemitério Municipal de Bissau, ao Vazadouro de Lixo de Antula, às obras do Mercado Central e ao Matadouro de Bissau, disse que o Dia dos Defuntos não deve ser encarrada como uma festa.

Acrescentou que, é pois um dia de alegria porque é uma convivência de perto com os nossos defuntos.

“Mesmo quando cantamos nas cerimónias fúnebres, é um acto de honrar, uma elegia fúnebre  que nos faz chorar os nossos ente queridos falecidos. Portanto, devemos ir estar com os nossos fieis defuntos por alguns minutos”, sublinhou.

 Maria Odete Costa Semedo pediu à todos aqueles que têm covais para irem no Dia dos Defuntos darem uma mãozinha em termos de caiar ou pintar as sepulturas para que o Cemitério fique de facto alegre nesse dia. 

Em relação ao Vazadouro de Antula, a ministra da Administração Territorial explicou que já estão a fazer um trabalho com o apoio do Ministério da Agricultura com vista a pulverização temporária de forma a acabar com as grandes moscas que incomodam.

“Mas é preciso igualmente que haja colaboração. Nós estamos a empurrar o lixo para um lugar mais longe da berma da estrada e as pessoas que deitam lixo têm preguiça e deitam lixos na beira da estrada. Estão a complicar o trabalho da Câmara Municipal de Bissau”, lamentou.

Perguntado sobre com que impressão ficou depois de ter visitado as obras de reabilitação do Mercado Central, Maria Odete Costa Semedo respondeu que foi uma alegria  constatar que os técnicos da empresa executora da obra são jovens guineenses formados aqui no país.

“Isso dá-nos uma grande alegria e a esperança de que a Guiné-Bissau será um país estável onde todos os jovens formados possam ter espaço para trabalhar e ter o seu ganha pão”, salientou.

Segundo  o chefe dos serviços de fiscalização da obra de reabilitação do Mercado Central, Cícero Sebastião António da Silva,  se tudo correr como previsto, o projecto será concluído em meados de Fevereiro de 2020.

O novo projecto do Mercado Central contará com 184 cacifos, 37 lojas, 25 gabinetes administrativos, 108 lugares nas bancadas para mulheres  vendedeiras de legumes, 6 talhos para vendas de peixes e carnes, entre outras infraestruturas.ANG/ÂC//SG

Cooperação


                      Rússia e África discutem estratégia em Sochi
Bissau, 22 out 19 (ANG)  - Líderes de pelo menos 50 países africanos são esperados, em Sochi, para participar, de 23 a 24 deste mês, na Cimeira África-Rússia.
Líder russo Vladimir Putin
Trata-se de uma importante reunião para reavaliar a estratégia de cooperação entre os governos de África e as autoridades russas, que pretendem, com esse evento, construir novas alianças e reafirmar a sua influência no "continente berço".
A Cimeira visa destacar a expansão da cooperação política, económica, técnica e cultural entre  África e a Rússia.
Neste encontro a Rússia procura reviver os relacionamentos da era soviética e reforçar a sua influência global.
Prevê-se que além dos líderes de Estados tradicionalmente parceiros deste país europeu, como Angola e Etiópia, estejam na Cimeira outros governos cuja relação com a Rússia tem sido menos intensa, como da Nigéria e do Ghana.
Segundo as autoridades russas, esta será a primeira Cimeira desse nível na história das relações russo-africanas, pelo que se espera pela presença de chefes de todos os estados de África, e de líderes das principais associações e organizações sub-regionais.
Esse formato de evento internacional já foi realizado pela China, pelos EUA, pela UE, Índia, França, Turquia, Coreia do Sul e pelo Japão.

O Presidente egípcio e líder da União Africana (UA), Abdel Fattah Al-Sisi, será o co-presidente da Cimeira, a pedido de Vladimir Putin, Presidente da Rússia.
Durante as reuniões plenárias da Cimeira, pretende-se discutir uma vasta gama de questões da agenda internacional, de maior interesse para a Rússia e os países africanos.
A Cimeira dará atenção especial ao estado e as perspectivas das relações da Rússia com os estados do continente africano, passando em revista o desenvolvimento da cooperação nos domínios político, económico, humanitário e cultural.
As partes vão tentar, no encontro, procurar formas de desenvolvimento acelerado e sistémico de todo o conjunto da cooperação russo-africana.
Para tal, está prevista uma troca de opiniões aprofundada sobre a elaboração de medidas acordadas para combater o terrorismo, a criminalidade transfronteiriça, entre outros desafios, como as ameaças à segurança regional e global.
Com base nos resultados da Cimeira, prevê-se a aprovação de um documento conjunto.
"É uma chance de reviver os relacionamentos da era soviética e construir novas alianças, reforçando a influência global de Moscovo diante do confronto com o Ocidente", escreve Vladimir Putin, no site oficial da organização.
A ideia de realizar a primeira Cúpula Rússia-África foi iniciada pelo presidente russo, à margem da cúpula do BRICS, em Joanesburgo, em julho de 2018.
Mas a decisão foi precedida por um longo processo de negociações que levou cerca de 10 anos.
A reunião deste ano surge num contexto favorável para os africanos e para a Rússia, que mostra interesse em formar novas alianças internacionais, tendo como parceiro estratégico África, uma das regiões económicas em desenvolvimento mais rápido do mundo.

À margem da Cimeira, decorrerá, também em Sochi, um Fórum Económico com a presença de líderes africanos e russos, e representantes de grandes empresas, em que se prevê a assinatura de acordos comerciais, econômicos e de investimento.
Segundo a organização, espera-se pela assinatura de um pacote significativo de acordos nos domínios do comércio, economia e investimento.
O governo russo, que ainda não revelou o nome das empresas convidadas, diz esperar por quase três mil empresários africanos para participar deste evento.
O Fórum Económico incluirá uma sessão plenária, várias mesas-redondas e painéis de discussão, além de uma plataforma para reuniões de negócios.
Trata-se de uma plataforma comercial para viabilizar a criação de condições mais favoráveis para o desenvolvimento das relações comerciais e econômicas entre a Rússia e África, além de permitir diversificar as formas e direcções da cooperação.
O evento contará com a presença de chefes de estado africanos, representantes de empresas russas, africanas e internacionais, além de agências governamentais e representantes de associações de integração do continente africano.
No âmbito do Fórum Económico Rússia-África, será organizada uma exposição, com a participação dos parceiros e vários expositores.
O evento será uma plataforma chave para demonstrar os êxitos e as potencialidades nas esferas da economia, ciência, cultura e protecção do meio-ambiente.
Os expositores apresentarão projectos marcantes e as tecnologias avançadas nas indústrias de mineração, química e de construção de máquinas, no sector de energia, agricultura, transportes, na esfera de saúde, além do militar-industrial.
A amostra deve abarcar outras áreas de interesse para os investidores e para o desenvolvimento do potencial de exportação da Rússia e dos países de África.
As perspectivas e os formatos da cooperação russo-africana na esfera da indústria serão discutidos pelos participantes do Fórum Económico Rússia-África.
O foco está nos pontos de crescimento, projectos conjuntos de longo prazo e zonas económicas, que são exemplos de localização eficaz da produção.
Uma das formas mais promissoras de cooperação entre a Rússia e África pode ser o trabalho no âmbito das zonas económicas, uma vez que as cadeias produtivas modernas sofrem alterações, fazendo a produção ficar cada vez mais perto dos consumidores finais.
Os especialistas do Fórum discutirão essas e outras questões a 23 de Outubro no painel de discussão "Rússia-África: novos formatos de cooperação. Possibilidades de zonas econômicas especiais no exemplo do projecto da zona industrial russa no Egipto.
Terão de avaliar as condições para implantar "pontos de entrada" na infra-estrutura, isto é, regimes preferenciais nas zonas económicas especiais (livres) em que se produzem produtos competitivos e de alta tecnologia e qualidade.
Os participantes do Fórum discutirão oportunidades de cooperação na utilização dos recursos minerais, na sessão "Geologia Russa em África: Património e um Olhar para o Futuro", que será realizada como parte do programa de negócios em 24 de Outubro.
A discussão contará com a presença de Dmitry Kobylkin, ministro dos Recursos Naturais e Meio-Ambiente da Rússia; Diamantino Azevedo, ministro dos Recursos Minerais e Petróleo de Angola; e Adil Ali Ibrahim, ministro de Energia e Mineração do Sudão.
África é rica em minerais e detém o primeiro lugar no mundo no tocante às reservas de manganês, cromita, bauxita, ouro, platina, cobalto, diamantes, fosforitas, além de importantes depósitos de petróleo, gás natural, grafite e amianto.
Entretanto, essas riquezas ainda não foram muito estudadas e, para aproveitar os recursos naturais, os países precisam de sérios conhecimentos teóricos e práticos nesta área, sendo este um importante domínio de cooperação com a Rússia.
Com efeito, as empresas russas têm uma experiência excepcional de exploração geológica e podem fornecer assistência inestimável aos seus parceiros africanos.
À margem do Fórum Económico, está também agendado um festival gastronómico "Discover Russian Cuisine", com eventos de degustação e demonstração, que decorrerá também em Sochi, de 23 a 24 de Outubro.
O festival demonstrará aos convidados e participantes do Fórum toda a variedade da cultura gastronómica da Rússia e as suas especialidades regionais.
Uma equipa dos melhores cozinheiros-mestres russos e estrangeiros mostrará a diversificada culinária russa, combinando produtos locais e gostos tradicionais com modernas tecnologias culinárias.
Cozinheiros famosos demonstrarão as suas habilidades no formato da mesa de "chef’s table" e "master classes" abertas.
O programa inclui a apresentação gastronómica "Histórias do Mar Negro", demonstrada por Andrei Savenkov e Artur Vidins, uma exibição franco-belga dos mestres da gastronomia Michel Lenz e Roland Debus, e uma apresentação requintada do chef russo Nikita Prikhodko.
Nos dias do Fórum, Sochi receberá mais de três mil convidados de 50 países africanos, muitos deles visitarão este país pela primeira vez, pelo que, durante o evento, serão realizadas degustações de bebidas e apresentações de pratos russos exclusivos, feitos com produtos nacionais em empresas russas.
A propósito da Cimeira e do Fórum Económico, o porta-voz de Vladimir Putin, Dmitry Peskov, afirmou recentemente que a Rússia sempre esteve presente em África, sublinhando ser um continente muito importante no quadro da estratégia externa da Rússia.
"A Rússia tem coisas a oferecer em termos de cooperação mutuamente benéfica para os países africanos", declarou, antes do começo dessa importante Cimeira.
Já o Presidente do Egipto e da União Africana, Abdel Fattah Al-Sisi, enfatiza numa mensagem de saudação aos participantes, que é o primeiro evento do género durante o actual período de grandes transformações globais e internacionais.
Observa que os países africanos têm um enorme potencial e oportunidades que, com a optimização, lhes permitirão tornar-se numa das potências económicas emergentes.
Na última década, África conseguiu avanços no que diz respeito ao crescimento, que chegou a 3,55 por cento em 2018.
Na Cimeira da União Africana no Níger, em Julho de 2019, entrou em vigor o Acordo Continental Africano de Livre Comércio, incluindo o lançamento de respectivas ferramentas. ANG/Angop

Liderança Feminina


    Participantes do seminário prometem  corresponder  expectativas da FAAPA

Bissau, 22 Out 19 (ANG) - As mulheres jornalistas das agências de notícias membros da FAAPA, beneficiárias da formação sobre Liderança Feminina decorrida entre 14 e 18 de outubro, prometerem este fim-de-semana tudo fazer para corresponder as expectativas da Federação Atlântica das Agências de Notícias  Africana (FAAPA).

A Coordenadora da rede criada para promoção da Liderança Feminina na África, Karine Mindze fez a referida promessa,  em nome dos participantes, durante a cerimónia de encerramento do seminário que decorreu  em Rabat, no Reino de Marrocos sob o lema: "Liderança Feminina: Necessidades e Estratégias das Agências de Notícias de África".

"Recomendamos, entre outras, a  realização de mais sessões de formação do género por parte da FAAPA com o objectivo de garantir maior progresso da Liderança Feminina no continente africano, e  que a FAAPA siga sempre os nossos trabalhos por via na internet para melhor sustentabilidade da mesma", disse a Coordenadora.

Acrescentou que, sendo chefe da rede criada pela FAAPA, vai se empenhar em colaboração com os restantes membros da  rede e com as beneficiárias da formação em geral para a progressão das mulheres em África.

Karine lançou um apelo às suas companheiras no sentido de procurarem sempre fazer algo de positivo para a sociedade em que se encontram inseridas.

Por sua vez, o Secretário-geral de  Agência de Notícia de Marrocos, Rachid Boumhil felicitou as formandas pela forma como encararam a formação e manifestou a vontade de colaborar para maior progresso da Liderança Feminina em África.

"Para o desenvolvimento da África precisamos das pessoas com espírito renovador e  criativo. Pelo que observei ao longo desses dias essas mulheres têm vontade de fazer algo, espero que continuem demonstrando a mesma vontade para melhor progressão no nosso continente", desejou.

No seminário que decorreu de 14 a 18 do corrente em Rabat, no Reino de Marrocos, as participantes debaterem sobre os temas desenvolvidas num ambiente bastante interactivo na qual algumas falaram das suas experiências profissionais, da percentagem da evolução da Liderança Feminina nos seus países, apresentação das peças teatrais como forma de espelhar a realidade, sessões de danças com o objectivo de criar mais dinamismo na sessão de formação, entre outros.


Formação culminou com a criação de uma Rede de mulheres lideres das agências de notícias membros da FAAPA, organização criada em 2014, e que institui uma plataforma de divulgação de despachos de mais de 20 membros, para além de formação dos jornalistas e técnicos das agências de notícias filiadas.

Por Agnela Aleluia Lopes Sá, enviada especial de ANG ao Reino de Marrocos


Moçambique


                      Renamo e MDM rejeitam resultados provisórios
Bissau, 22 out 19 (ANG) - A Frelimo, partido no poder, venceu as eleições nas províncias de Nampula  e Tete, redutos da oposição, com maioria absoluta nas três votações realizadas a 15 de Outubro.
Líder do RENAMO
Os partidos da oposição, Renamo e MDM não aceitam os resultados e alegam ter havido fraude durante as eleições.
Este resultado tinha sido anunciado nas províncias de Inhambane, Maputo - Cidade, Cabo Delgado e Sofala.
Segundo dados da comissão eleitoral provincial, em Nampula a Frelimo obteve entre 58% a 59% dos votos nas eleições presidenciais, legislativas e provinciais
Nampula é a província natal do líder da oposição, Ossufo Momade, um dos redutos da Renamo e que há cinco anos deu mais votos ao então líder daquele partido, Afonso Dhlakama, na eleição presidencial.
Em Tete, os valores alcançados pela Frelimo foram ainda mais altos, entre 76% e 77%. Há cinco anos, o líder da Renamo também tinha sido o mais votado em Tete, onde o partido conseguiu ainda maioria de deputados na assembleia provincial e ficou próximo da Frelimo nos votos para o parlamento.
Até dia 30, os resultados devem ser anunciados pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições. ANG/RFI


segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Nutrição


“Má alimentação prejudica a saúde de mais de 200 milhões de crianças
 no mundo” diz UNICEF

Bissau, 21 Out 19 9ANG) – O Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) alertou hoje que a má alimentação prejudica a saúde de mais de duzentos milhões de crianças com menos de cinco anos de idade, em todo o mundo.

O alerta vem expresso numa nota à imprensa enviada à  ANG, na qual  esta organização mundial  de proteção das crianças confirma, citando o relatório de  2019, a existência de um número considerado “assustador” de duzentos milhões de crianças desnutridas ou com sobrepeso.

O documento refere ainda que 149 milhões de crianças têm baixa de crescimento, ou são muito baixas para sua idade, 50 milhões estão com peso baixo para sua altura, 340 milhões ou uma em cada duas sofrem de deficiências em vitaminas e nutrientes essenciais, como vitamina A e ferro e 40 milhões de crianças estão acima do peso ou obesas. 

“Duas em cada  três crianças entre seis meses e dois anos de idade não recebem alimentos necessários para sustentar o crescimento adequado do seu corpo e cérebro. O que coloca em risco o desenvolvimento cerebral das mesmas deixando-as sujeitas à dificuldades de aprendizagem, baixa imunidade, aumento de infeções e, em muitos casos a morte”, refere a nota.

Segundo o relatório,  as tendências globais se confirmam  na Guiné-Bissau, aonde cerca de três em cada dez crianças sofrem de desnutrição crónica, apresentando estrutura baixa em relação a sua idade.

O relatório disponibiliza a avaliação mais abrangente jamais vista no século XXI sobre todas as variantes de desnutrição infantil em todas as suas formas.

O mesmo descreve uma definição tripla de desnutrição, a fome oculta causada pela falta de nutrientes essenciais, a desnutrição e excesso de peso entre crianças com menos de cinco anos de idade.

 Segundo o relatório da UNICEF, as más práticas alimentares e de amamentação começam desde o primeiro dia da vida de uma criança. embora a amamentação possa salvar vida.

“Apenas 42 por cento das crianças com menos de seis meses são amamentadas exclusivamente e um número crescente de crianças são alimentadas de acordo com fórmulas de alimentação infantil. As vendas de alimentos à base de leite aumentaram 72 por cento entre 2008 e 2013 em países de rendimento médio e alto, como no Brasil, China e Turquia, em grande parte devido ao marketing inadequado e políticas e programas fracos para proteger, promover e apoiar a amamentação.

O relatório observou que o maior ônus da desnutrição em todas as suam formas é suportado por crianças adolescentes das comunidades mais pobres e marginalizadas.

Apenas um em cada cinco crianças de seis meses a dois anos são das famílias mais pobres  e tem uma alimentação diversificada para um crescimento saudável.

Mesmo em países de alto rendimento, como o Reino Unido, a prevalência de excesso de peso é mais do que o dobro nas áreas mais pobres e nas áreas mais ricas.

 O documento mostra que os desastres relacionados ao clima também causam graves crises alimentares, nomeadamente a seca, que é responsável por 80 por cento dos danos e perdas na agricultura, alterando drasticamente os alimentos disponíveis para crianças e famílias, bem como a qualidade e o preço desses mantimentos.

A UNICEF reitera que promover a nutrição saudável das crianças é tarefa de todos, apelando o governo, sector privado, doadores, pais e famílias e empresas que ajudem crianças a crescer saudáveis:

Apoiando na capacitação de famílias, crianças, e jovens para que exijam alimentos adequados e saudáveis, inclusive melhorando a educação nutricional e usando legislação comprovada, como impostos sobre açúcar para reduzir a demanda por alimentos não saudáveis;

Instar os fornecedores de alimentos para que façam o que é certo para as crianças, incentivando o abastecimento de alimentos saudáveis, convenientes e acessíveis;

Construir ambientes alimentares saudáveis para crianças e adolescentes usando abordagens comprovadas, como rotulagem precisa e fácil de entender e controlos mais fortes sobre a comercialização de alimentos não saudáveis, e
mobilizar sistemas de apoio de saúde, educação, água e saneamento e a proteção social para melhorar a alimentação e a nutrição de todas as crianças,  . ANG/JD//SG