quarta-feira, 27 de maio de 2020


        Sociedade/Confronto por posse de terra resulta em um  morto em Suzana

Bissau,27 Mai. 20(ANG) - Confronto entre  populares da tabanca de Elia e Arame, na Secção de Suzana, sector de São Domingos, região de Cacheu, resultou  em um morto, um desaparecido e sete feridos.
De acordo com o Jornal Donos da Bola, das sete pessoas feridas,  seis pertence a Tabanca de Elia e um de Arame.
O confronto se registou no passado dia 23 de maio, com versões diferentes relatadas ao  semanário.
Segundo o jornal, que cita uma fonte  da vila  de Arame , o cenário aconteceu na tarde de Sábado último (23) ,após os populares da tabanca de Elia terem dado  sinais  de ameaças, através de rituais tradicionais nas matas de Cassú, tendo depois concretizado tais ameaças com  ataques contra populares de Arame, quando estes  estavam num trabalho coletivo (preparação de terreno de cultivo de arroz –“Npampam”).
“De regresso após o ataque, os mesmos homens (agressores) de Elia, deram-se de frente  com os da tabanca de Arame que estavam nas suas hortas de cajueiros e os atacaram, o que levou os de Arame a reagir, atingindo seis homens de Elia, e um deles também foi atingido”, relatou  o reporter de Donos da Bola.
Conforme a versão dos populares de Elia, seus homens foram atacados de surpresa por indivíduos da tabanca de Arame, quando  estavam nas suas atividades diárias nas hortas de cajueiros, e eles, no momento, sem defesa decidiram fugir do local, e  quando voltaram para enfrentar os de Arame estes ja haviam se retirado do local,  mas deixando uma vítima mortal e um desaparecido entre populares de Elia.
Segundo o Jornal, as forças de segurança deslocaram para o local horas depois do acontecimento e os feridos foram transferidos para hospital setorial de São Domingos, e  já estão fora de perigo.
Segundo Donos da Bola, trata-se de um conflito que já dura há mais de vinte anos sem pronunciamento do tribunal sectorial de Bissorã, onde o processo sobre o assunto se encontra “engavetado”.
O fenómeno de confrontos armados entre aqueles populares, ressurgiu no mês de Março de 2019, quando a tabanca vizinha de Elia foi atingida pelas mudanças climáticas (inundação das águas salgadas), tendo recorrido a tabanca de Arame para encontrar  um espaço para abrigar as vítimas da calamidade natural.
Mais tarde. os populares da povoação de Elia vieram a reivindicar a pertença do espaço cedido alegando que, são os seus antepassados que praticavam o cultivo  ali, apresentando como prova as delimitações feitas na época colonial, uma exigência que não foi aceite pelos aramenses.
Desde Março de 2019 até a data presente já houve três mortos confirmados e dois desaparecidos, todos de tabanca de Elia.
No passado dia 14 de Maio foram registados dois mortos, sendo um no local e outro horas depois no hospital, num conflito pela posse de terra entre os populares  da povoação de Reino de Bijimita e de Cufongo no Setor de Quinhamel, Região de Biombo.ANG/Donos da Bola



União Africana/ “As soluções dos problemas de África residem no continente”, diz Cyril Ramaphosa

Bissau, 27 mai 20 (ANG) - As soluções para os problemas de África , sejam eles superando doenças ou erradicando a pobreza e o sub-desenvolvimento, residem no próprio continente, disse o Presidente da União Africana.
Referindo-se ao Dia de África - 25 de Maio, Cyril Ramaphosa sublinhou que o trabalho que está a ser realizado para derrotar o coronavírus mostra um continente determinado a alavancar as suas forças e capacidades para resolver os seus próprios desafios.
"Esta é a premissa sobre a qual a Organização de Unidade Africana (OUA) foi fundada e continua a nos guiar e inspirar, enquanto nos esforçamos para construir uma vida melhor para todo o povo de África", afirmou o Presidente.
O Líder que falava de maneira virtual por ocasião dos 57 anos UA, lembrou que "embora a pandemia do coronavírus não seja um problema africano, África mostrou as suas capacidades e agilidades".
Embora esteja claro que o continente continuará a contar com o apoio da comunidade internacional e das suas instituições financeiras para reforçar a resiliência económica, os países africanos continuam firmes, afirmou.
Aos 25 de Maio de 1963, 32 nações africanas independentes reuniram-se em Adis Abeba para estabelecer a Organização de Unidade Africana (OUA), precursora da União Africana  (UA).
O preâmbulo da Carta da OUA é um apelo à unidade, à compreensão cultural e a solidariedade. "A Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Carta da ONU e a Constituição da República da África do Sul, afirmam o direito inalienável de todas as pessoas de controlarem o seu próprio destino", termina o Presidente da União Africana.ANG/Angop




       Burundi/Candidato do poder Évariste Ndayishimiye vence presidenciais
Bissau,27 mai 20 (ANG) -  Évariste Ndayishimiye, sucessor designado do Presidente cessante Pierre Nkurunziza,  venceu as eleições presidenciais do dia 20 de Maio, tendo a Comissão eleitoral lhe atribuido terça-feira um pouco mais de 68% dos votos contra cerca de 24% para o seu principal adversário, o antigo líder rebelde Agathon Rwasa. 
Logo após a divulgação dos resultados, este último informou que iria formalizar uma queixa junto do Tribunal Constitucional, qualificando o processo de « fantochada eleitoral » marcada por « fraudes massivas ».
O país cujas fronteiras estão fechadas nesta fase de luta contra a covid-19, conheceu um período pré-eleitoral em que prevaleceu a tensão e por vezes a violência entre os apoiantes de partidos rivais.
A desconfiança foi outra tónica, nenhum observador externo ou mesmo nacional tendo tido a possibilidade de ser testemunha deste pleito sobre o qual paira a suspeita de irregularidades.
Salvo no caso de o Tribunal Constitucional dar provimento ao recurso do seu principal adversário, aos 52 anos, Évariste Ndayishimiye prepara-se para suceder a Pierre Nkurunziza, de quem foi Ministro do Interior e Segurança Pública entre 2006 e 2007 para depois ser nomeado chefe do gabinete militar da presidência até 2014, sendo que ano seguinte foi designado chefe da casa civil do Presidente, acedendo em 2016 ao cargo de secretário-geral do CNDD-FDD, o partido presidencial.
Pilar do regime de Pierre Nkurunziza, no poder desde 2005 e cuja contestada reeleição em 2015 gerou violências que causaram 1200 mortos e 400 mil deslocados.
Évariste Ndayishimiye prepara-se para assumir as rédeas do poder de um país dividido e onde praticamente tudo permanece por reconstruir em termos económicos.
De acordo com o Banco Mundial, 80% da população daquele país vive da agricultura, sector que representa apenas 40% do PIB burundês.
 O Banco Mundial recorda ainda que em 2019, o nível de insegurança alimentar naquele país era quase duas vezes superior à média dos países de África subsariana, com cerca de 1,77 milhões de pessoas a necessitar ajuda humanitária. ANG/RFI


terça-feira, 26 de maio de 2020

Prevenção contra Coronavírus

Não permita que o Medo, Pânico ou a Negligência te entregue ao Coronavírus. Sair sem necessidade pode te levar a isso. Fique em Casa.

O Cronovírus anda de pessoa à pessoa. Não consegue viver para fazer estragos(matar) fora do ser humano. Evita a contaminação, lavando sempre as mãos bem com sabão.

Beba sempre água para evitar que sua garganta fique seca.

Garganta húmida leva o vírus directamente para o estômago, aí morre, por força de sucos gástrico produzidos pelo estômago.

Evite lugares onde haja muita gente. Afaste-se de alguém que tosse.

Recomendações médicas de Prevenção contra Coronavírus//ANG

  Covid-19/Estado de emergência prolongado até 10 de junho na Guiné-Bissau

Bissau,26 Mai 20(ANG) – Autoridades guineenses prolongam o estado de emergência  por mais duas semanas, com efeito a partir desta terça-feira, depois de o país ter registado "uma subida galopante inesperada" de novos casos de contaminação.
    
O estado de emergência na Guiné-Bissau é renovado pela quarta vez consecutiva. A decisão prende-se com o facto de, nos últimos 15 dias, o país ter registado "uma subida galopante inesperada de novos casos de contaminação", justificou o Presidente Umaro Sissoco Embaló.

"Essa subida preocupante é um sinal claro de que devemos continuar a adotar algumas medidas restritivas de direitos, liberdades e garantias como forma de prevenir e combater a pandemia", lê-se no decreto presidencial que renova o período do estado de emergência .

"Apesar de todas as dificuldades do nosso país, fomos capazes de, enquanto nação, lutar contra a Covid-19, infelizmente, ainda não conseguimos controlá-la", admite Sissoco Embaló.
"A Covid-19 é um inimigo invisível que é muito difícil combater. Contudo, uma vez que já sabemos como se transmite e as formas para evitar o contágio, somos todos convocados a ser resilientes e a observar rigorosamente as medidas de higienização e de distanciamento social", apela o chefe de Estado.

O Presidente termina a sua mensagem à nação, apelando a que "cada um faça a sua parte". E defende que é preciso adotar "algumas medidas para o desconfinamento", permitindo assim a retoma gradual e progressiva das atividades socioeconómicas. "Este é o único caminho a seguir se quisermos, de facto, conciliar a prevenção e combate à Covid-19 e impedir o colapso da economia", sublinha.

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera com 1.178 casos e sete mortos.

O Centro Operacional de Emergências de Saúde (COES) anunciou  segunda-feira  o óbito de um cidadão português de 71 anos, infetado pelo novo coronavírus, que estava internado no hospital de Cumura, a cerca de 10 quilómetros de Bissau.

O coordenador do COES, Dionísio Cumba, anunciou também que o Laboratório Nacional de Saúde Pública não realizou análises a novas amostras devido à falta de material de laboratório e que o número de infeções se mantém em 1.178, incluindo 42 recuperados. 

Estão internadas no Hospital Nacional Simão Mendes 15 pessoas infetadas, cinco das quais são cidadãos estrangeiros, incluindo um russo, três chineses e um natural da Mauritânia. No hospital de Cumura, há 22 pessoas internadas, uma das quais em estado grave.

Em África, há 3.348 mortos confirmados em mais de 111 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente. O país lusófono mais afetado pela pandemia é o Brasil, com 22.666 mortos e mais de 363 mil contaminados, sendo o segundo do mundo em número de infeções, atrás dos Estados Unidos da América (1,6 milhões).ANG/DW



  Caso  Marciano Indi/Dirigente de APU-PDGB nega ligações étnicas ao rapto

Bissau,26 Mai 20(ANG) – O quarto vice-presidente da Assembleia do Povo Unido, Partido Democrático da Guiné-Bissau(APU-PDGB), Batista Té desmentiu  informações que circulam nas redes sociais,segundo as quais o rapto do deputado e líder da bancada parlamentar dessa formação política está relacionado com a vingança de um grupo étnico do país.

“Está a ser veiculada nas redes sociais  informações de que nós da etnia papel estamos a preparar uma guerra contra os balantas em retaliação ao rapto e espancamento do deputado Marciano Indi, por um grupo de homens com uniforme no passado dia 22 do corrente mês. Isso é uma pura mentira”, disse Batista Té, em conferência de imprensa realizada, segunda-feira, na sua residência, em Bissau.

Té pede aos autores das referidas informações para porrem um ponto final nas seus actos e afirma  que o conflito étnico entre os Papeis e Balantas nunca irá acontecer na Guiné-Bissau.

“A título de exemplo eu Batista Té e os meus irmãos somos da etnia papel e oriundos de uma família com fortes ligações com a etnia balanta. Durante toda a minha vida só casei uma mulher e por conseguinte é da etnia balanta e  temos seis filhos. Os meus dois irmãos têm esposas igualmente da etnia balanta”, esclareceu.

O dirigente da APU-PDGB instou as pessoas à evitarem o que diz ser “ intrigas e calunias” na Guiné-Bissau, salientando que não apenas os papeis  podem ser usados como “palitos de fósforos” para incendiar a paz no país.

“ A questão do rapto do deputado Marciano Indi tem  a ver com questões políticas e  devem ser tratadas no fórum politico, para que ninguém venha a lançar boatos para confundir a opinião pública”, disse, acrescentando que chegará o dia em que o próprio Marciano Indi irá falar para esclarecer tudo o que está por detrás do seu rapto.

Batista Té disse contudo que o acto do espancamento do deputado Marciano Indi é condenável a todos os níveis, num Estado democrático como a Guiné-Bissau, tendo agradecido à todos os que se solidarizaram e contribuíram na defesa da integridade física do político.

“O que posso dizer neste momento é apenas obrigado â Deus e à todas as pessoas implicadas na salvação da morte de Marciano Indi e que se isso aconteceria seria uma situação imprevisível no país”, sublinhou.

O dirigente de APU-PDGB afirmou que a dimensão do deputado Marciano Indi ultrapassou  a um grupo étnico porque ele não foi votado apenas por um etnia. À titulo de exemplo elogiou as reacções populares de todos os cidadãos no momento em que o rapto foi denunciado porque “entenderam que ele é o deputado da nação”.

O rapto, por algum tempo, do deputado Indi ocorreu no dia 22 de Maio, e ainda permanece um caso por se esclarecer melhor.ANG/ÂC//SG






Formação de novo Governo/ Presidente da República delega mediação ao  líder do parlamento

Bissau,26 Mai 20(ANG) - O Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, instou segunda-feira ao líder do parlamento, Cipriano Cassamá, para que encontre uma solução de Governo entre os partidos com assento parlamentar, até 18 junho, sob pena de dissolver o órgão legislativo.

Numa segunda ronda de auscultações dos seis partidos com assento parlamentar para a busca de consenso sobre  formação do novo executivo, de base alargada, Sissoco Embaló disse aos jornalistas que não lhe restará outra saída que não seja a dissolução do parlamento.

Acompanhado pelo líder do parlamento com quem esteve reunido, na Presidência da República, Embaló deu  indicações a Cipriano Cassamá por perceber que persistem divergências entre os partidos sobre de que lado está a maioria parlamentar.

Nas audiências em separado com os partidos, mantiveram-se as divergências sobre a maioria parlamentar.

Como vencedor das eleições legislativas de março passado, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) afirma que detém a maioria no parlamento, fruto de um entendimento que firmou com a Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Um outro bloco de três partidos também reclama que agora a maioria parlamentar está do seu lado. O bloco é constituído pelo Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), Partido da Renovação Social (PRS) e APU-PDGB.

A APU-PDGB firmou um acordo de incidência parlamentar com o PAIGC logo a seguir às legislativas, mas mais tarde o seu líder, Nuno Nabian, atual primeiro-ministro, disse que o partido renunciou ao compromisso.

Nabian, cuja posição é contestada por grande maioria de membros da sua direção, celebrou um novo acordo de incidência parlamentar com o Madem G-15 e o PRS.
Contudo, quatro deputados da APU-PDG se mantiveram fiéis ao acordo assinado com o PAIGC em 2019 e o PAIGC tem reafirmado que o referido acordo tem validade para uma legislatura, ou seja para quatro anos.

O Presidente guineense quer agora que o líder do parlamento convoque os seis partidos representados no órgão para "um diálogo franco, para acabar com o bloqueio e tirar o país da situação de crise em que se encontra".

Umaro Sissoco Embaló notou que, de ora em diante, suspendeu a sua militância no Madem G-15 e passou a ser Presidente de todos os guineenses, incluindo o antigo líder do país, José Mário Vaz ou o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, com quem disputou a segunda volta das presidenciais em dezembro passado.

Embaló disse que não ficará bem que o parlamento seja dissolvido tendo Cipriano Cassamá como presidente, e que este não consiga encontrar entendimento entre os partidos aí representados.

"Se até dia 18 de junho não houver um entendimento vou tomar a minha decisão enquanto chefe de Estrado", declarou.

Sobre a data limite fixada pela Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a formação de um novo Governo, já ultrapassada em 22 de maio, Sissoco Embaló disse estar vinculado apenas ao calendário guineense.

"Só tenho compromisso com o povo guineense e com Deus", observou Embaló.

O presidente do parlamento guineense, Cipriano Cassamá agradeceu a confiança de Umaro Sissoco Embaló na sua pessoa e prometeu tudo fazer para encontrar uma solução entre os partidos.

A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Na sequência da sua tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo do PAIGC liderado por Aristides Gomes e nomeou para o cargo Nuno Nabian, líder da APU-PDGB, que formou um Governo com o Madem-G15, o PRS e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

O STJ remeteu uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassadas as circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país, declarado no âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.ANG/Lusa




   Bissau,26 Mai 20(ANG) - O benemérito guineense de crianças cegas, prémio internacional de crianças, Manuel Rodrigues, morreu segunda-feira em Bissau, vitima de doença, anunciou a família.
 
Aos 58 anos e invisual desde os três, Manuel Rodrigues ficou celebrizado por ter ganho em 2017, na Suécia, o Prémio Internacional da Criança, galardão batizado pela imprensa de ‘Prémio Nobel da Educação de Criança’.

Fundador e presidente da escola Bengala Branca, Rodrigues destaca-se pelo seu trabalho de mais de 20 anos de proteção e educação de crianças cegas e portadoras de outras deficiências físicas na Guiné-Bissau.

Manuel Rodrigues é também o líder da Agrice, Associação Guineense de Reabilitação e Integração dos Cegos, organização que tem a finalidade de promover a educação para os cegos, como também o enquadramento dos mesmos na sociedade guineense.

O Prémio Internacional da Criança, ou o ‘International Children’s Peace Prize’, é concedido anualmente a uma criança que fez uma contribuição significativa para a defesa dos direitos das crianças.

O prémio é uma iniciativa da Fundação KidsRights, organização de ajuda internacional da criança com sede em Amesterdão, na Holanda.

Numa entrevista à Lusa depois de receber o prémio na Suécia, em 26 de abril de 2017, Manuel Rodrigues considerou aquele dia como sendo o “mais feliz” da sua vida, por se ter lembrando do papel da sua organização e da repercussão do ato para a Guiné-Bissau a nível mundial.

Na semana passada, um professor da Bengala Branca, Adjé Mané disse à Lusa que a escola passava por dificuldades na alimentação e medicamentos para várias crianças cegas internadas nos dois lares do projeto devido ao facto de Manuel Rodrigues, benemérito da iniciativa estar doente.ANG/Lusa



Efeméride/”África deve deixar de esperar pela salvação vinda de outros”, afirma União Africana

Bissau,26 Mai. 20(ANG) - O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, defendeu segunda-feira a "imperiosa necessidade" de África quebrar a dependência do exterior, adiantando que a pandemia de covid-19 veio recordar de "forma ensurdecedora" essa urgência.

"A grande questão que esta pandemia da covid-19 nos recorda, com uma voz ensurdecedora, é a necessidade imperiosa de quebrar esta dependência do mundo exterior através do duplo imperativo de vivermos dos nossos recursos e de nos orientarmos rumo à industrialização", disse Moussa Faki Mahamat.

Para o presidente da Comissão da União Africana, num mundo em que o multilateralismo está a ser “gravemente posto à prova”, África “deve deixar de esperar pela salvação vinda de outros".

"África não pode continuar a dar-se por satisfeita com este papel de reserva eterna para uns, de lixeira para outros", acrescentou.

Numa mensagem, a propósito do Dia de África, que segunda-feira se assinala, Moussa Faki Mahamat elogiou a resposta africana à pandemia de covid-19, onde o número de mortos atingiu hoje os 3.348 em mais de 111 mil casos de infeção em 54 países.

"África, para grande surpresa daqueles que sempre a consideraram pouco, mobilizou-se nas primeiras horas da pandemia. Foi desenvolvida e imediatamente implementada uma estratégia de resposta continental", apontou.
Defendeu, no entanto, que esta mobilização não pode limitar-se à conjuntura atual, antes deve servir para preparar o continente para o pós-pandemia.

"África é instada a traçar o seu próprio rumo. A sua dependência e insegurança alimentar são inaceitáveis e intoleráveis, tal como o estado das suas infraestruturas rodoviárias, portuárias, de saúde e de ensino", disse.

Para o presidente da comissão da UA, África têm "os recursos necessários para dar uma resposta suficiente às necessidades das suas populações".

Por isso, sublinhou, a opção tem de ser "por uma abordagem inovadora, mais introvertida do que extrovertida".

"Vivamos do que temos, pelo que temos, vivamos para as dimensões do que temos", acrescentou.

Para Moussa Faki Mahamat, este "movimento de introversão e confiança" das forças africanas será central para o "renascimento" do continente.

"A única forma de conter a covid-19 e as suas consequências desastrosas, de garantir a nossa suficiência alimentar, de criar milhões de empregos, de salvar as centenas de milhões dos nossos cidadãos hoje gravemente expostos a pandemias e perigos de todos os tipos, é a de uma verdadeira onda de solidariedade para uma resiliência africana verdadeira, forte e duradoura", reforçou.

África assinalou segunda-feira os 57 anos da criação da Organização da Unidade Africana (OUA).

Em maio de 1963, à medida que a luta pela independência do domínio colonial ganhava força, líderes de Estados africanos independentes e representantes de movimentos de libertação reuniram-se em Adis Abeba, na Etiópia, para formar uma frente unida na luta pela independência total do continente.

Da reunião saiu a carta que criaria a primeira instituição continental pós-independência de África, a Organização de Unidade Africana (OUA), antecessora da atual União Africana.

A OUA, que preconizava uma África unida, livre e responsável pelo seu próprio destino, foi estabelecida a 25 de maio de 1963, que seria também declarado o Dia de África.

Em 2002, a OUA foi substituída pela União Africana, que reafirmou os objetivos de "uma África integrada, próspera e pacífica, impulsionada pelos seus cidadãos e representando uma força dinâmica na cena mundial".
ANG/LUSA



                         Política / Líder do PUN denuncia ameaça de morte
Bissau, 26 mai 20 (ANG) - O presidente do Partido da Unidade Nacional, Idriça Djaló, crítico em relação às novas autoridades, diz ter recebido ameaças de morte mas que desconhece a autoria das ameaças.
Djaló tinha tomado posição contra o rapto por agentes da autoridade do deputado Marciano Indi, da APU PDGB e acabou por receber mensagens aludindo ao facto de que com Sissoco Embaló acabou a "era de insultos ao presidente", nomeadamente.
O líder do PUN denuncia a cultura de violência na Guiné-Bissau e o acto cobarde de que diz ter sido alvo.
Idrissa Djaló alega desconhecer a autoria das ameaças via áudio e remete o caso para a investigação pelas entidades policiais.
Djaló mantém-se em sua casa e descarta, mesmo, qualquer pedido de protecção alegando não querer por em risco outras vidas que não a sua.
Para este político guineense os assassínios, que ficaram por julgar, remontam a ainda antes da independência da Guiné-Bissau.
Assim ele alega ser urgente que a população se levante para exigir que tais actos cessem, por forma a evitar que o país seja um caos.
Djaló tinha denunciado "o carácter violento do governo de Nuno Gomes Nabiam" numa reacção ao rapto do deputado Marciano Indi da APU-PDGB, na semana passada, protagonizado por agentes policiais.
Este partido, a APU-PDGB, tem estado no centro das atenções por ter ora apoiado o governo cessante, do PAIGC, ora a coligação criada em torno do MADEM-G15 que poderiam fazer evoluir a maioria no parlamento.
A CEDEAO, Comunidade económica dos Estado da África ocidental, reconheceu a vitória de Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo MADEM-G15, nas eleições de Dezembro passado, não obstante o Supremo Tribunal, nas suas vestes de Tribunal Constitucional, não se ter pronunciado sobre um contencioso interposto pelo PAIGC.
A comunidade regional dera até 22 de Maio para a formação de um novo governo, saído das eleições legislativas de Março de 2019 que tinham dado a maioria ao PAIGC. ANG/RFI



    Dia da África/ ONU aplaude “liderança louvável” no combate à Covid-19
Bissau,26 Mai. 20(ANG) - Em mensagem, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que os países do continente demonstraram liderança louvável através de uma resposta rápida e coordenada à Covid-19.

O chefe da ONU realça sua solidariedade ao continente diante das “circunstâncias extremamente difíceis” das celebrações em tempo da pandemia. Para ele, a situação “ameaça atrapalhar o progresso dos países africanos” para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as metas definidas na Agenda 2063 da União Africana.
António Guterres destaca medidas adotadas pela organização regional contra a pandemia, incluindo a força-tarefa para conceber um plano continental, a nomeação de enviados especiais para mobilizar apoio internacional, a ação do Conselho de Paz e Segurança da UA contra o impacto negativo do coronavírus em acordos e esforços de reconciliação.
O chefe da ONU citou os Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África que criaram um fundo de resposta, ao mesmo tempo que países adotavam medidas robustas para conter a propagação do vírus e mitigar os impactos socioeconômicos.
A UA apoiou o apelo do secretário-geral em prol de um cessar-fogo global para combater a Covid-19. Para Guterres, a medida reflete o tema da UA em 2020 que prevê silenciar as armas e criar condições favoráveis ao desenvolvimento da África.
A mensagem cita a reposta de grupos armados em países como Camarões, Sudão e Sudão do Sul e pede que movimentos armados e governos façam o mesmo. Ainda em tempos de pandemia, o chefe da ONU elogiou as autoridades por apoiarem o apelo à paz nos lares e ao fim da violência, inclusive contra mulheres e meninas.
No ano de eleições em cerca de 20 países africanos, Guterres disse que a pandemia levará ao adiamento de alguns pleitos com possíveis consequências para a estabilidade e a paz.
O apelo feito aos políticos africanos é que se envolvam num diálogo político inclusivo e sustentado, para aliviar tensões e defender práticas democráticas nesses processos.
Em relação a um estudo da ONU sobre impactos da pandemia na África, Guterres disse que a organização pede ações como o alívio da dívida para manter suprimentos alimentares, proteção de empregos, perda de receitas e ganhos com exportação.
Guterres defende também que países africanos tenham um “acesso rápido, igual e acessível” a qualquer vacina e tratamento eventual.
Em momentos de pandemia, o secretário-geral disse que governos africanos, assim como os  de todo o mundo, podem  moldar novas políticas. As áreas incluem o reforço de sistemas de saúde, melhora da proteção social e busca de soluções climáticas favoráveis.
Para Guterres, orientar medidas para trabalhadores informais, a maioria mulheres, será um passo importante para a recuperação porque alavancará a participação e a liderança plena desse grupo. A mensagem destaca também que a inclusão e liderança dos jovens também serão cruciais em cada etapa desse percurso.ANG/DW-Ãfrica 




Bissau,26 Mai 20(ANG) - A cerimonia fúnebre do malogrado Presidente de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo, teve honras de Estado   sábado, e decorreu no hemiciclo guineense, na presença do Presidente daRepública, Úmaro Sissoco Embaló, do presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, antigo  chefe de estado, José Mário Vaz, do primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, dos membros  do governo, deputados da nação, familiares, amigos  e conhecidos.

Em homenagem ao malogrado, os seis partidos políticos representados na ANP fizeram-se representar na cerimónia.

O líder da parlamentar do Partido Africano da Independência da Guine e Cabo Verde (PAIGC), Califa Seide, recorda Nhamadjo como um guineense que sempre esteve do lado da verdade, transparência, legalidade e dos valores éticos e morais no aparelho que sustenta os pilares do estado de direito em construção “neste país forjado na luta”.

Abdu Mane, da bancada do Movimento para a Alternância Democrácrita (MADEM-G15) frisou que, para além de rendê-lo justa e merecida homenagem,  será dificil falar do falecido Presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo.

O Partido Da Renovação Social, pela voz do seu Vice e líder da bancada parlamentar, Daniel Suleimane Embaló, referiu que a dimensão política do malogrado Nhamadjo ultrapassa uma simples filiação partidária no mundo dos vivos, tendo sido  um dos promissores da democracia na pátria em que o viu nascer. 

Daniel Suleimane Embaló assinalou que Manuel Serifo Nhamadjo era um dirigente político exemplar que se destacou pela simplicidade, liderança, disciplina e lealdade ao PAIGC, ” partido do qual foi um dos grandes impulsionadores e ideólogo fiel ao seu povo e a pátria”, indicou.

Para o vice-presidente do Partido da Nova Democracia, Abas Djaló,  o malogrado era um grande combatente da paz, reconciliação nacional e da verdade que sempre aproximou os guineenses.

O Líder da União para Mudança, Agnelo Augusto Regalla, disse que a perda de Serifo Nhamadjo é prematura, assim a Guiné-Bissau perdeu um bom filho, “uma figura digna que respondeu, de forma firme e patriótica, à exigência histórica de conduzir os destinos do país, num período conturbado da vida da Guiné-Bissau, com competência, rigor e coragem”, contribuindo para uma Transição exemplar que, infelizmente, não teve continuidade que todos esperavam no sentido da estabilização do país e retorno à normalidade constitucional.

O antigo presidente de transição da Guiné Bissau, no período subsequente ao golpe de estado de 2012, Serifo Nhamadjo, morreu no passado dia 17 de março em Lisboa Portugal onde se encontrava em tratamento médico.ANG/O Democrata