quarta-feira, 27 de maio de 2020


       Burundi/Candidato do poder Évariste Ndayishimiye vence presidenciais
Bissau,27 mai 20 (ANG) -  Évariste Ndayishimiye, sucessor designado do Presidente cessante Pierre Nkurunziza,  venceu as eleições presidenciais do dia 20 de Maio, tendo a Comissão eleitoral lhe atribuido terça-feira um pouco mais de 68% dos votos contra cerca de 24% para o seu principal adversário, o antigo líder rebelde Agathon Rwasa. 
Logo após a divulgação dos resultados, este último informou que iria formalizar uma queixa junto do Tribunal Constitucional, qualificando o processo de « fantochada eleitoral » marcada por « fraudes massivas ».
O país cujas fronteiras estão fechadas nesta fase de luta contra a covid-19, conheceu um período pré-eleitoral em que prevaleceu a tensão e por vezes a violência entre os apoiantes de partidos rivais.
A desconfiança foi outra tónica, nenhum observador externo ou mesmo nacional tendo tido a possibilidade de ser testemunha deste pleito sobre o qual paira a suspeita de irregularidades.
Salvo no caso de o Tribunal Constitucional dar provimento ao recurso do seu principal adversário, aos 52 anos, Évariste Ndayishimiye prepara-se para suceder a Pierre Nkurunziza, de quem foi Ministro do Interior e Segurança Pública entre 2006 e 2007 para depois ser nomeado chefe do gabinete militar da presidência até 2014, sendo que ano seguinte foi designado chefe da casa civil do Presidente, acedendo em 2016 ao cargo de secretário-geral do CNDD-FDD, o partido presidencial.
Pilar do regime de Pierre Nkurunziza, no poder desde 2005 e cuja contestada reeleição em 2015 gerou violências que causaram 1200 mortos e 400 mil deslocados.
Évariste Ndayishimiye prepara-se para assumir as rédeas do poder de um país dividido e onde praticamente tudo permanece por reconstruir em termos económicos.
De acordo com o Banco Mundial, 80% da população daquele país vive da agricultura, sector que representa apenas 40% do PIB burundês.
 O Banco Mundial recorda ainda que em 2019, o nível de insegurança alimentar naquele país era quase duas vezes superior à média dos países de África subsariana, com cerca de 1,77 milhões de pessoas a necessitar ajuda humanitária. ANG/RFI


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