UNICEF denuncia expulsão pelos EUA de crianças não acompanhadas
Bissau, 22 mai 20 (ANG)
- A agência da Organização das Nações Unidas para a Infância (UNICEF, na sigla
em inglês) denunciou a expulsão pelos EUA, desde princípios de Março, pelo
menos um milhar de crianças migrantes não acompanhadas ao México e América
Central.
Para a UNICEF, que divulgou quinta-feira a denúncia em comunicado, esta medida
ignora os graves riscos que ali correm, agravados pela pandemia do novo
coronavírus.
No mesmo período, pelo
menos outros 447 menores foram expulsos pelo México para Guatemala e Honduras.
A UNICEF advertiu para a
violência e a discriminação que estas crianças vão enfrentar aquando do seu
regresso, sobretudo se houver a percepção de que foram infectados pelo novo
coronavírus, que afectou muito mais os EUA que os seus vizinhos.
"Para as crianças
que se movem através da região, a Covid-19 está a tornar uma situação má em
pior. A discriminação e os ataques acrescentam-se às ameaças existentes, como a
violência dos grupos existentes, que os forçou a fugir em primeiro lugar",
assinalou a directora executiva da UNICEF, Henrietta Fore.
A UNICEF alertou ainda
para o "estigma" que muitos migrantes regressados estão a sofrer,
devido à percepção que há em alguns países da região de que as pessoas que
regressam dos EUA ou do México podem ser portadoras de covid-19.
Já há relatos de
comunidades na Guatemala e Honduras que proibiram a entrada destas pessoas e
outros em que os migrantes regressados foram ameaçados e alvo de actos de
violência.
A UNICEF pretende que os
governos envolvidos acabem com as deportações de menores não acompanhados ou
separados, bem como de crianças com as suas famílias, se não lhes for garantida
uma protecção adequada e controlos sanitários. ANG/Angop
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