Justiça/Despedidos quatro polícias ligados à detenção de
homem que morreu nos EUA
Bissau,28 Mai.20(ANG) - Quatro polícias envolvidos
na detenção de um homem negro que morreu sob custódia policial no estado de
Minnesota, nos Estados Unidos, foram despedidos quarta-feira, confirmou o
'mayor' da cidade de Minneapolis, Jacob Frey.
O governante da cidade localizada no
'midwest' norte-americano afirmou, na rede social Twitter, que a demissão dos
agentes foi "a decisão certa" face à morte ocorrida na segunda-feira,
após um incidente, captado em vídeo por testemunhas e difundido nas redes
sociais, em que a vítima reclamava não poder respirar, enquanto um polícia
branco estava ajoelhado sobre o seu pescoço.
Após ter dito, numa conferência de
imprensa realizada quarta-feira, que o agente em questão pressionou o joelho
contra o pescoço da vítima por cinco minutos, Jacob Frey vincou que "ser
negro na América não deve ser uma sentença de morte", na sua página
oficial na rede social Facebook.
"Ser negro na América não deve ser uma sentença
de morte. Por cinco minutos, vimos um polícia branco pressionar o joelho no
pescoço de um negro. Cinco minutos. Quando se ouve alguém a pedir ajuda,
deve-se ajudar. Este oficial falhou no sentido humano mais básico", afirmou.
O homem que morreu foi identificado como
George Floyd pelo advogado Bem Crump, que é reconhecido na área dos direitos
civis e dos danos pessoais e que disse ter sido contratado pela família da
vítima.
"Todos assistimos à horrível morte de George
Floyd em vídeo, enquanto as testemunhas pediam ao agente que o levasse para
dentro do carro da polícia, deixando de pressionar o seu pescoço. Esse uso
abusivo, excessivo e desumano da força custou a vida a um homem detido pela
polícia por questionar uma acusação não violenta", declarou o advogado, em comunicado.
Além de se queixar que lhe doía o pescoço,
ouve-se, no vídeo publicado, a vítima a implorar por água e a dizer ao agente
repetidamente que não consegue respirar, enquanto a voz de uma mulher diz que a
vítima está a sangrar do nariz e outro transeunte está a acusar o polícia de
"estar a gostar" da cena.
Já a chefe da polícia de Minneapolis,
Medaria Arradondo, disse que o departamento vai conduzir uma investigação
interna completa.
A força de segurança alegou também que o
homem correspondia à descrição de um suspeito relativo a um caso de
falsificação num supermercado e que resistia à prisão.
Em Minneapolis, o regulamento do uso de
força do departamento permite que um agente se ajoelhe no pescoço de um
suspeito, enquanto uma "opção de força não mortal" para oficiais
treinados nesse sentido.
Esse
regulamento esclarece, porém, que os "oficiais
devem usar apenas uma quantidade de força necessária que seja objetivamente
razoável" e que o estrangulamento é "considerado
uma opção de força mortal", respeitando a casos em que as vias
respiratórias da vítima são obstruídas.
Os agentes envolvidos no caso estão agora
com uma licença administrativa remunerada, de acordo com o protocolo do
Departamento de Apreensão Criminal do Minnesota (BCA, na sigla inglesa), tendo
sido esclarecido que os nomes dos polícias vão ser divulgados após entrevistas
iniciais com as pessoas envolvidas e com testemunhas.
O FBI está a conduzir uma investigação
federal, a pedido da polícia de Minneapolis, informou ainda o BCA.
Já o sindicato da polícia pediu ao público
que espere pelo desenrolar da investigação e que não "se apresse em julgar e condenar
imediatamente os polícias".ANG/Sic Notícias
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