sexta-feira, 22 de maio de 2020


Ambiente/”A Biodiversidade  continua ameaçada na Guiné-Bissau”, diz Director do IBAP 

Bissau, 22 Mai 20 (ANG) – O director de Instituto da  Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP), Justino Biai disse hoje que a situação  da biodiversidade na Guiné-Bissau continua ameaçada embora haja parques de conservação que ainda não conseguem impedir a expansão de caju.

Em entrevista exclusiva à ANG alusivo ao Dia Internacional de Biodiversidade, que se assinala hoje em todo mundo, Biai disse que muitas das vezes nas áreas consideradas protegidas se depara com a tendência de expansão de caju porque as prioridades das comunidades são as satisfações das necessidades económicas.

"E como caju tornou-se no maior vector económico do país, não temos como travar essa tendência de criar pomar de caju no interior das áreas protegidas, embora tentamos  controlar a situação. Ainda temos outras situações:  caça, tentativa de exploração de madeira e pesca ilícita  no interior das áreas protegidas”, ressalta Biai.

Revelou que ainda há algumas ameaças que pairam no interior das  áreas protegidas mas  que  têm instrumentos adequados que vão ao encontro destas ameaças, sobretudo, o regulamento interno dos parques, os decretos de criação das áreas protegidas e estruturas criadas em cada zona para patrulhar, conservar e negociar com atores, a fim de evitar práticas que não ajudam ao bom funcionamento das áreas protegidas.

"A criação das áreas protegidas não resolve todo o problema, mesmo  com a sua criação continua a ter certos ameaças porque são zonas onde existem recursos e se há recursos os homens têm que utilizar estes recursos, o que põe o problema de encontrar o equilíbrio  entre a conservação da biodiversidade, uso sustentável da biodiversidade e a necessidade  imperiosa do desenvolvimento”, frisou Justino  Biai.

Em comparação com outros países sobretudo os da sub-região, disse que ainda pode se constatar que a presença de espécies ameaçadas, ao nível do território da Guiné-Bissau, pelo que é preciso continuar na dinâmica de sensibilização para que as pessoas compreendam o papel  das áreas protegidas  para o interesse económico da Guiné-Bissau.

Questionado sobre a importância da biodiversidade na economia do país, afirmou que as vezes não se tem uma consciência clara sobre isto porque não há interligação entre a biodiversidade e os sectores económicos.

Disse que todo o sector económico e turístico da Guiné-Bissau está assente na natureza e esses elementos constituem a essência da biodiversidade no sector económico seja a nível micro ou macroeconómico.

Justino Biai afirmou que a preservação da biodiversidade na Guiné-Bissau não é um luxo, mas sim uma necessidade imperiosa que as pessoas têm que compreender e sobretudo neste momento da pandemia de covid-19 no país e no mundo em geral.

Disse  que o  comportamento do homem  tem consequências a nível de saúde, economia e da sociedade pelo que   apela as pessoas no sentido de reflectirem e terem em mente que cada um deve contribuir para a conservação da biodiversidade. ANG/MI/ÂC//SG      
      
    

Sem comentários:

Enviar um comentário