Campanha
de Caju/Presidente
da ANAG minimiza eficácia da campanha deste ano devido a pandemia do Covid-19
Bissau, 22 mai 20 (ANG) – O
Presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG),
Jaime Boles Gomes minimizou a eficácia da campanha de caju 2020 devido a
pandemia do novo coronavírus, que fez com que cada responsável dos países
mundiais se preocupar mais com sua população.
Jaime Boles que falava esta
sexta-feira na cerimónia de abertura Oficial da Campanha de Comercialização do Caju,
disse que é uma “Mini Campanha” e que neste momento não há caju porque todo o stock junto dos produtores já se esgotou.
“Neste momento não temos
caju, estamos numa mini campanha de caju porque todo o stock junto dos
produtores já esgotou e actualmente resta nas mãos dos grandes produtores e
intermediários”, referiu.
Aquele responsável informou
que nas visitas feitas nas sete regiões do país com Quadro Nacional Camponesa
Produtor Agrícola/Guiné-Bissau (ROPPA) chegaram a conclusão de que haverá muita
fome este ano porque os produtores não estão a vender as suas castanhas de caju
como deviam ser devido o Estado de Emergência decretado pelo governo.
Segundo Boles, depois destas
visitas reuniram com o ministro do Comércio mostrando-lhe que há toda a
necessidade de abrir uma janela que pode funcionar em paralelo ao combate do
Covid-19 para permitir que os produtores vendessem os seus produtos no preço
oficialmente anunciado.
“O governo conseguiu
ouvir-nos e pronunciou o preço de 375 fcfa. Mas o problema é que os nossos comerciantes
até hoje estão a comprar o caju abaixo do
preço estipulado porque quando aparece uma situação dessa, como a da
pandemia, os empresários da fileira aproveitam-se para explorar os agricultores
Viram que o momento é oportuno porque os produtores necessitam”, disse.
Considerou de grande os
prejuízos sofridos pelos produtores durante o Estado da Emergência,
justificando que a partir de dia 27 de março último até a data presente , os
produtores perderam grande quantidade de castanha de cajú em detrimento dos
compradores e não têm como recuperar.
Disse esperar que o preço indicativo
anunciado proporcione a troca de um
quilograma de cajú por um de arroz, o que poderia ajudar muito os agricultores,
acrescentando que é lamentável porque tal não está a ser verificado .
Em representação da Câmara
de Comércio Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), Alanso Fati sublinhou
que não deve haver só “tolerância zero” para os comerciantes que
transportam o caju para fronteiras, mas também para os comerciantes que estão a
comprar a castanha de caju com produtos fora de prazo.
Fati disse que a situação
dos produtores de caju é lamentável porque os ricos vão continuar a ser ricos e
os pobres vão continuar mais pobres.
“Dizem muitas vezes que caiu
o preço de castanha de caju, mas nunca disseram em que mercado ou seja em que
país caiu o preço”, frisou.
Pediu ao governo para
colocar fiscais no terreno para fazerem
os seus trabalhos, e sugere a
possibilidade de se dar dinheiro a CCIAS para comprar o caju e entregar ao
governo, caso os comerciantes não estiverem a cumprir as leis.
“Queremos pedir ao governo para
colocar fiscais no terreno, para os
comerciantes cumprirem as leis. Quer
dizer, comprar o caju no preço anunciado pelo governo para que os produtores
possam ter algum benefício, porque, se não, se caírem as chuvas o caju vai ser
comprado até 100 francos cfa por quilograma”, disse.
O governo liderado pelo Nuno
Gomes Nabian anunciou o preço básico para comercialização de caju deste ano em
375 fcfa o quilo. ANG/DMG/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário