Política/ “Partidos devem provar que têm maioria para governar, caso
contrário haverá outra saída”, afirma Presidente da República
Bissau,18 Mai 20(ANG) - O Presidente da República, Úmaro Sissoco
Embaló, disse que os partidos políticos devem provar que têm uma maioria
parlamentar para formar um governo e, consequentemente, assumir a governação,
caso contrário haverá outra saída que passaria pela ‘’assinatura do papel’, mas
sem avançar com mais pormenores.
O chefe de Estado guineense fez estas declarações à
imprensa, na noite do sábado, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, de
regresso de uma deslocação de algumas horas à Nigéria e ao Níger.
Embaló reuniu-se em Abuja, com o Chefe de Estado nigeriano,
Muhamadu Buhari. Em Niamey (Níger), foi recebido por Mamadou Youssufi,
Presidente do Níger e presidente em exercício da Conferência dos Chefes do
Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) com
quem, abordou a questão da normalização da situação política na Guiné-Bissau,
depois da crise pós eleições presidenciais.
O Presidente da República disse que na próxima semana vai
auscultar os partidos políticos com assento parlamentar e pedir que apresentem
a maioria parlamentar que permita garantir a formação do governo, caso
contrário “haverá outra saída”.
Lembrou existir um roteiro da CEDEAO sobre a formação do governo, de acordo com os
resultados eleitorais, bem como da revisão constitucional que será submetida ao
referendo.
Questionado se o prazo estipulado pela CEDEAO para a formação do
novo governo até 22 do mês em curso, será uma realidade, o Chefe de Estado,
assegurou que a formação do governo exige várias “engenharias”, porque “não há
partido que detém maioria para governar”.
“Não há uma formação política com maioria [absoluta] no
parlamento. Será preciso fazer engenharias. No passado, APU-PDGB estava com o
PAIGC, mas agora tenho outra informação que essa maioria deslocou-se, se for
assim, os partidos devem provar essa maioria ainda essa semana, caso contrário
pautarei para outra saída que me restar: pegar na caneta e assinar o papel.
Simplesmente”, rematou.
As últimas eleições legislativas de 10 de março de 2019 na
Guiné-Bissau, foram vencidas pelo Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC) com 47 deputados, seguido do Movimento para Alternância
Democrática (MADEM-G) que obteve 27 deputados, PRS com 21 deputados, APU-PDGB
com 5 deputados, União para a Mudança (UM) com 1 deputado e PND com 1 deputado.
Para garantir uma maioria parlamentar ,o PAIGC fez um acordo de incidência governativa e
parlamentar com o APU-PDGB,UM e PND, que lhe permitiu a aprovação do seu programa
com 53 votos.
O APU-PDGB dirigido pelo actual Primeiro-ministro, Nuno Gomes
Nabian decidiu rescindir do acordo com o PAIGC e na semana passada assinou um
novo Acordo com os mesmos objectivos com o MADEM G-15 e o PRS, mas quatro
deputados do APU-PDGB, depois da assinatura desse acordo com PRS e MADEM G-15,
fizeram questão de declarar, numa conferência de imprensa, os seus
vínculos ao acordo assinado em 2019 com
o PAIGC.
O parlamento guineense é composto por 102 deputados.
De acordo com a constituição da República da Guiné-Bissau,
"o primeiro-ministro é nomeado pelo presidente da República tendo em conta
os resultados eleitorais e ouvindo os partidos políticos representados na
Assembleia Nacional Popular".ANG/Lusa
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