sexta-feira, 22 de maio de 2020


         Berlim pede a Washington para reconsiderar retirada do tratado
Bissau, 22 mai 20 (ANG) -  A Alemanha pediu hoje a Washington para reconsiderar a decisão de se retirar do tratado internacional Céus Abertos, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, num comunicado, que também instou Moscovo a respeitar plenamente as suas obrigações.
Heiko Maas
"Com os nossos parceiros investiremos para que o Governo norte-americano reconsidere a sua decisão", disse Maas, sublinhando que a França, a Polónia e o Reino Unido repetidamente explicaram aos Estados Unidos que "as dificuldades de aplicação do lado de Moscovo nos últimos anos "não justificava" uma retirada.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou hoje a saída dos Estados Unidos do acordo Céus Abertos, que permite verificar os movimentos militares e as medidas de limitação dos armamentos dos 35 países signatários através de voos de vigilância, acusando a Rússia de o violar.
"A Rússia não respeitou o tratado", Trump à comunicação social nos jardins da Casa Branca. "Portanto, desde que não respeitem, nós vamo-nos retirar", afirmou.
"Lamento profundamente o anúncio", afirmou o chefe da diplomacia alemã, considerando que o tratado "contribui para a segurança e a paz em quase todo o hemisfério norte" e seria enfraquecido por uma retirada americana.
Heiko Maas também pediu à Rússia para "regressar à plena aplicação" do acordo.
"Continuaremos a aplicar o tratado e faremos tudo para o preservar", acrescentou, explicando que está em contacto com os seus homólogos europeus para "se coordenarem de perto".
Em resposta ao anúncio de Trump, os embaixadores dos países membros da Nato foram convocados para uma reunião de emergência na sexta-feira, segundo uma fonte diplomática. Moscovo denunciou um "golpe" à segurança europeia.
O Tratado dos Céus Abertos é o terceiro acordo internacional do qual o Presidente norte-americano decide retirar os Estados Unidos, após o tratado sobre o programa nuclear iraniano, denunciado em 2018, e o tratado INF sobre os mísseis terrestres de médio alcance, abandonado em 2019.ANG/Angop

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