sexta-feira, 22 de maio de 2020


Campanha de Cajú/Primeiro-ministro garante que no próximo ano os produtores serão os principais beneficiários da venda deste produto

Bissau 22 Maio 20 (ANG) – O Primeiro-ministro  afirmou hoje que a castanha de caju, sendo o “ouro” do país, deve beneficiar primeiramente aos produtores que estão na linha de frente neste sector.

Nuno Nabiam
Nuno Gomes Nabian que falava na abertura oficial da campanha de comercialização da castanha de caju, afirmou que este é o último ano em que o acto vai decorrer da maneira como costuma ser .

“Ou seja não se deve continuar a permitir que venham pessoas que, em dois ou três meses, ganham milhões de dólares em detrimento dos produtores nacionais que são donos das plantações de cajueiros”, prometeu, frisando que, com esta desorganização na fileira de caju, o país não irá conseguir tirar grandes proveitos com as receitas provenientes deste produto considerado estratégico.

“Os lucros provenientes da comercialização da castanha de caju não está a ser investidos na Guiné-Bissau, mas posso-vos dizer que acabou, porque, se de facto tudo correr bem, vamos iniciar uma nova abordagem para a campanha do próximo ano, em que os produtores devem sentir o valor do seu trabalho”, disse.

O Primeiro-ministro afirmou que são os produtores  que mais sofrem porque as vezes são picados pelas cobras nas hortas, cuidam dos seus pomares com meios desponteis e próprios, mas  que ao fim ao cabo não têm hospitais ,escolas, por isso é preciso inverter a situação.

Nabian disse que a riqueza do país deve ser partilhado, salientando que a situação de pandemia de Covid-19 complicou mais a vida das pessoas por isso não se vai mudar nada em termos de lei da campanha este ano.

Contudo, prometeu que, no próximo ano,  o Governo e os parceiros do sector vão organizar melhor o sector.
“O Governo deve assumir a liderança deste processo, porque o caju é um produto estratégico para a economia guineense e se for bem gerido pode levar escolas , estradas e a electricidade às populações”, disse.

Referindo a pandemia de Covid-19, Nuno Nabiam sublinhou que, uma vez que já se conhece  as formas de se prevenir contra o virus de coronavirus, terão que decidir abrir a economia do país e arrancar com a campanha assim que terminar  o Estado de Emergência, no próximo dia 26 do corrente mês.

Por seu turno, o ministro do Comércio e Indústria pediu os actores da fileira de cajú a terem a coragem e convicção de que a presente campanha, apesar do atraso, não se encontra adiada .

António Artur Sanhá afirmou que é preciso encarar a realidade e que todos devem saber sofrer e ser solidários na prevenção e no combate à essa doença.

Artur Sanha
Sustentou  que é preciso tomar decisões para que a vida económica de um país como a Guiné-Bissau possa continuar em dinâmica, permitindo a sobrevivência da população, e salientou que a Comissão criada pelo Governo presidido por ele cumpriu as suas responsabilidades, tendo tomado em consideração, o protocolo higiénico-sanitário, proposto pelas associações  do sector privado.

“Queremos agradecer os esforços do Governo face as orientações do Chefe de Estado, que conseguiu uma saída económica e financeira, para viabilizar e salvar a presente campanha de comercialização de cajú, tendo conseguido mobilizar para o efeito 15 mil  milhões de francos CFA, que hoje se encontra alojados junto dos bancos comerciais do país”, explicou.

Sanhá garantiu que o seu pelouro vai disponibilizar os meios para prevenção do Covid-19 à todos os operadores do sector mediante o levantamento de alvará no Ministério do Comércio.ANG/MSC/ÂC//SG

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