OMS/Lançado fundação para alargar
capacidade de financiamento
Bissau,
28 mai 20 (ANG) - A Organização Mundial de Saúde lançou hoje uma fundação para
receber donativos sem ser o dinheiro que os estados-membros já contribuem para
aquela agência da ONU, a maior parte do qual só pode ser usado para fins
específicos.
Em conferência de
imprensa em Genebra, o director-geral da organização, Tedros Ghebreyesus,
afirmou que do orçamento da OMS, só 20 por cento é de uso flexível e que os
restantes 80% são contribuições voluntárias dos membros que “só podem ser
usados para programas específicos”.
“A OMS tem pouca
capacidade de decisão sobre a maneira como utiliza os seus fundos”, referiu,
afirmando que a criação da fundação, uma entidade legal separada da OMS visa
“aumentar a percentagem de fundos de uso flexível” e parte de “uma clara
necessidade de alargar a base de doadores”.
Questionado sobre se a
criação da fundação tem a ver com a ameaça dos Estados Unidos, um dos maiores
contribuidores, de cortar definitivamente o financiamento em retaliação pelo
que o presidente norte-americano, Donald Trump, considera a subserviência em
relação à China, Tedros Ghebreyesus afirmou que “não tem nada a ver com as
recentes questões sobre financiamento”.
O responsável máximo da
organização afirmou que a ideia de criar a fundação surgiu há cerca de dois
anos, motivada pela questão da falta de flexibilidade dos fundos e pela necessidade
de aumentar as fontes de financiamento.
O objetivo de receber
dinheiro através da fundação continuará a ser a manutenção do “principal pilar”
da actividade da OMS, de garantir acesso global à saúde.
A diferença é que agora,
a organização poderá receber através da fundação doações directas vindas de
cidadãos ou empresas.
“A OMS precisava de um
defensor forte, externo e independente” para alcançar os seus objectivos de
promoção da saúde, argumentou.
O presidente da
fundação, Thomas Zeltner, garantiu que apesar de não haver vínculo formal entre
a OMS e a nova entidade, a OMS designará observadores no conselho de
administração da fundação e que todos os contributos serão escrutinados para
avaliar possíveis conflitos de interesses.
O objectivo de todos os
donativos será, afirmou, ajudar a OMS a cumprir os seus programas de acção,
definidos a cada cinco anos.
A fundação já está a
aceitar donativos através da internet em www.whofoundationproject.org e o foco
de todo o dinheiro recolhido agora será apoiar a resposta global à pandemia da
Covid-19. ANG/Angop
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