Economia/Associações camponesas discordam com estratégias do
governo para salvar presente campanha de
caju
Bissau,
12 Mai 20 (ANG) – As Associações Camponesas
consideram de “falhas graves” a forma como o governo pretende salvar o presente
campanha de comercialização de cajú disponibilizando fundos para empresários
que “têm dívidas com os bancos”.
Em
entrevista à ANG, Mamadú Djamba Injai, membro de Quadros Nacionais das
Organizações Camponesas Produtora Agrícola
(ROPPA), disse se sentir muito triste
porque o Governo os induziu em falhas
sobre aquilo que tinha desenhado como solução para a presente campanha de cajú.
"Para
nós, a estratégia do ministro das Finanças face a campanha de castanha de caju é
um erro porque as 10 empresas
seleccionadas estão todos com dívidas nos bancos, pelo que as referidas dívidas serão descontadas
e isso prejudicará a campanha”, lamenta Djamba Injai.
Disse
ainda que, contudo, não vão baixar os braços
pelo que vão continuar o diálogo com governo e apela ao ministro das Finanças
no sentido de não trabalhar isolado porque as empresas seleccionadas não são as
únicas que vão intervir na campanha de caju.
Para
Abulai Fati, da Associação Comercial da Guiné-Bissau, o dinheiro que o governo disponibilizou deve
ser gerido pela Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços(CCIAS), para
melhor salvar a campanha de caju.
Por sua
vez, o Presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné(ANAG), afirmou
que o arranque da presente campanha de castanha de caju é totalmente negativo
não por falta de vontade de ninguém, mas devido a conjuntura mundial provocada
pela pandemia de covid-19.
Jaime Boles
disse que recentemente visitaram sete regiões do país para se inteirar da
situação de campanha no terreno e constataram que a preocupação da doença de covid-19 fez com
que o governo decretasse medidas de isolamento mas esta medida trouxe bloqueio a campanha de castanha.
Informou
que actualmente está-se a verificar a especulação de preço de compra de
castanha de cajú, acrescentando que tem a haver com a fome que se faz sentir
nas regiões, o que faz com que alguns compradores se aproveitem da situação
para enriquecer comprando a castanha até ao preço de 150 francos por quilo ou
trocando 75 kg de castanha para 50kg de
arroz.
O
Presidente da ANAG, sublinhou que o dinheiro disponibilizado pelo governo deve
ser distribuído através das Cooperativas
legalizadas de forma a ser mais flexível porque a critério dos bancos não vai
beneficiar os pequenos agricultores frisando que as que irão beneficiar deste
fundo podem monopolizar a campanha em seus benefícios ditando o preço que
querem.
Para
Boles, o coronavírus vai servir de lição para a diversificação da cultura na
Guiné-Bissau. “Se continuar a propagação da pandemia quem vai assumir
responsabilidade é o governo”, disse. ANG/MI/ÂC//SG
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