terça-feira, 12 de maio de 2020


Inacep/“Documentos oficiais do Estado devem ser produzidos na empresa”, diz o novo Director-geral

Bissau,12 Mai 20(ANG) – O novo Director-geral da Imprensa Nacional, Inacep, disse que está a accionar mecanismos junto do Governo para que doravante todos os documentos oficiais do Estado possam ser confeccionados nesta gráfica.

Bamba Banjai 
Bamba Banjai, em entrevista exclusiva hoje à ANG, disse que já solicitou ao Governo no sentido de discutir e aprovar no Conselho de Ministros o despacho que irá ordenar para que todos os documentos oficiais do Estado passem a ser produzidos na Inacep.

Aquele responsável criticou o procedimento do anterior executivo que durante os preparativos das eleições passadas, ordenara  a produção de Cadernos Eleitorais numa gráfica privada, tendo questionado a segurança dos referidos dados eleitorais.

Adiantou que recentemente o Governo mandou produzir  cartões de livre trânsito para a circulação de viaturas nas gráficas privadas , mas que vieram a ser falsificadas  e revendidas nos mercados.

“Até os selos, cartas de condução e outros documentos importantes do Estado da Guiné-Bissau são falsificados e revendidos nos mercados porque foram produzidos nas gráficas privadas e sem uma garantia de segurança”, lamentou Bamba Banjai.

Perguntado como herdou a Inacep em termos materiais e de recursos humanos, Banjai disse que a Imprensa Nacional dispõe de equipamentos obsoletos e que não tem capacidades de dar respostas às exigências modernas.

De acordo com ele, é urgente a renovação da maquinaria da gráfica nacional de forma a estar à altura dos desafios actuais e concorrer no mercado interno e da sub região.

No que tange a situação financeira, Bamba Banjai sublinhou que a Inacep se encontra numa situação “desastrosa”, acrescentando que o Governo através do Ministério das Finanças tem uma dívida com a Imprensa Nacional no valor de dois mil milhões de francos CFA.

“Já avisei ao ministro das Finanças no sentido de fazer diligências para amortização da referida dívida, sob pena de accionarmos as medidas judiciais ou organizar uma vigilia dos trabalhadores da Inacep à frente do Ministério das Finanças”, salientou.

Em relação aos recursos humanos, Bamba Banjai frisou que a Inacep conta actualmente com mais de cem funcionários e dentre os quais, muitos não comparecem no serviço por razões desconhecidas.

Por esta razão, disse que vai  adoptar  uma política de reestruturação do pessoal de forma a saber quais são os funcionários activos e inativos, ao nível de produção, serviços comerciais, marketing, entre outros.

O Director-geral da Inacep disse que os trabalhadores da gráfica nacional estão actualmente com quatro meses de salário em atraso relativo ao presente ano 2020.

Informou que se deparam ainda com a situação de 20 anos de atrasados no pagamento da Segurança Social, que, quantificado, rondam os 700 milhões de francos CFA.ANG/ÂC//SG



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