São Tomé e Príncipe/Presidente
crítica inação do Governo para conter
covid-19
Bissau, 18 mai 20(ANG) -
O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, acusou o Governo de "nada
fazer" para conter a propagação da covid-19, no país, com uma alta taxa de
infecção de profissionais de saúde e agentes das forças da ordem, incluindo
bombeiros.
As críticas de Evaristo
Carvalho foram feitas na abertura sábado do seu quarto encontro sobre a
covid-19 com outros membros dos órgãos de soberania, do Governo e da sociedade
civil.
Na sua intervenção,
Evaristo Carvalho questionou o resultado das medidas restritivas, e criticou a
actuação do Governo, face ao número crescente de infecções.
“Porquê decretar o
confinamento geral da população, fechar o serviço e as pessoas continuam a sair
de casa, circulam nos transportes públicos e apesar das medidas
restritivas?", questionou.
Evaristo Carvalho enfatizou
que o Estado "não pode decretar medidas e depois afastar-se como se nada
lhe dissesse respeito".
Interrogou a razão da
cerca sanitária observada durante quatros dias, em Água Grande, distrito com a
maior densidade populacional do arquipélago, com a finalidade de conter a
propagação do vírus, mas “houve circulação massiva da população”.
O Presidente
são-tomense,segundo a PANA; indignou-se face à alta taxa de infecção pela
covid-19, que actualmente atingiu 246 pessoas, formando uma comunidade de cadeia
de transmissão do vírus, no arquipélago de 200 mil habitantes.
Evaristo Carvalho
insurgiu-se igualmente contra a infecção entre profissionais de saúde e agentes
de segurança pública na linha da frente de combate à doença.
“Declaramos o Estado de
Emergência há dois meses, com vista a tomarmos medidas restritivas, visando
controlar melhor a propagação do novo coronavírus, no país, entre as quais a
quarentena obrigatória dos cidadãos chegados do estrangeiro.
"Ainda não havia
registo de casos de contaminação, quando, alguns dias antes, o Governo havia
interditado a entrada de cidadãos estrangeiros não residentes", recordou.
O chefe de Estado
alertou ainda que as "descoordenações" do Governo em matéria de
prevenção da pandemia "criam condições favoráveis à proliferação do
vírus.”
Citou como exemplo “a
aglomeração de pessoas e feirantes" no novo mercado de Bobo Forro, a três
quilómetros da capital, e o funcionamento contínuo das lojas interditas pelo
Estado de Excepção decretado pelo Governo.
Segundo o Presidente
são-tomense, o desrespeito das medidas ressalta a injustiça do Governo em
relação aos operadores económicos mais fracos.
Nesta quarta reunião por
ele promovida sobre covid-19, Evaristo Carvalho instou o Governo do
primeiro-ministro Jorge Bom Jesus a fazer melhor gestão da ajuda internacional
para que esta chegue à toda a população.
Segundo Evaristo
Carvalho, a "desorganização" originou o roubo de equipamentos para
venda no mercado negro, de máscaras, viseiras, luvas e uniforme para
profissionais de saúde, pelo que pediu explicações detalhadas ao Governo.ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário