Covid-19/Curva da epidemia continua em trajectória ascendente em África
Bissau, 29 mai 20 (ANG) - A curva epidémica da covid-19 continua
a subir em África, com uma média de 4.200 novos casos por dia, disse quinta-feira
o director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana
(África CDC), John Nkengasong. "A curva continua a subir.
Entre 21 e 27 de Maio, houve 30 mil novos casos registados
comparado com a semana anterior, em que tivemos registo de 21.700 novos casos.
É um aumento de 1,4 vezes. Temos uma média de 4.200 novos casos diários no
continente", disse John Nkengasong.
O director do África CDC, que falava na conferência de imprensa
semanal, a partir da sede da União Africana, em Addis Abeba, assinalou que
parte deste crescimento é justificado pelo aumento do número de testes ao novo
coronavírus realizados pelos países.
Quase um terço dos novos casos foi registado na África Austral
(30%), seguida do Norte de África (24%), da África Ocidental (16%), África
Central (15%) e África Oriental (13%).
Globalmente, o continente africano regista 124.482 casos
acumulados de infecções pelo novo coronavírus e 3.696 mortes, o que representa
uma taxa de letalidade de 3%.
John Nkengasong sublinhou os progressos alcançados na realização
de testes à covid-19, assinalando que o continente passou de menos 400 mil
testes, no início de Abril, para quase 2 milhões actualmente.
"Desde Abril, aumentámos significativamente o número de
testes. Há países que hoje estão a fazer entre 5 mil e 7 mil testes por dia.
Até ao final desta semana, o África CDC terá distribuído 2,5 milhões de testes
aos Estados-membros", disse.
Apesar do progresso, o director do África CDC reconheceu que o
continente está ainda longe do nível ideal de testagem.
"Com um continente de 1,2 mil milhões de pessoas, o nosso
objectivo é testar 1% da população, ou seja, temos de fazer 12 milhões de
testes. Estamos próximo dos 2 milhões, ainda temos uma lacuna de 10
milhões", apontou.
Segundo o África CDC, o número de mortos subiu nas
últimas 24 horas de 3.589 para 3.696 (+107), enquanto os casos de infecção
aumentaram de 119.391 para 124.482 (+5.091).
O número total de doentes recuperados subiu de 48.618 para 51.095
(+2.477).
O norte de África é a região mais afectada pela doença no
continente, com 1.708 mortos e 37.566 infectados pelo novo coronavírus.
A África Ocidental regista 663 mortos e 31.279 infecções,
enquanto a África Austral contabiliza 575 mortos e 27.858 casos, quase todos
num único país, a África do Sul (25.937).
A África Oriental regista 383 mortos e 13.850 casos registados e
na África Central há 367 vítimas mortais em 13.939 casos.
Seis países - África do Sul, Argélia, Egipto, Marrocos,
Nigéria e Ghana - concentram mais de metade (57%) das infecções pelo novo
coronavírus no continente e mais de dois terços das mortes associadas à doença.
O Egipto é o país com mais mortos (816) e tem 19.666 infecções,
seguindo-se a Argélia, com 623 vítimas mortais e 8.857 infectados.
A África do Sul é o terceiro com mais mortos (552), continuando
a ser o país do continente a registar mais casos de covid-19 (25.937).
Marrocos totaliza 202 vítimas mortais e 7.601 casos, a Nigéria
regista 254 mortos e 8.733 casos, enquanto o Gana tem 34 mortos e 7.303 casos.
Entre os países africanos lusófonos, a Guiné-Bissau é o que tem
mais infecções, com 1.195 casos, e regista oito mortos.
São Tomé e Príncipe contabiliza 443 casos e 12 mortos e Cabo
Verde tem 390 infecções e quatro mortos.
Moçambique conta 227 doentes infectados e um morto e Angola tem
73 casos confirmados de covid-19 e quatro mortos.
A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP), ultrapassou os mil casos positivos de infecção
(1.043) e 12 mortos, segundo o África CDC.
O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egipto em 14 de
Fevereiro e a Nigéria foi o primeiro da África subsaariana a registar casos de
infecção, em 28 de Fevereiro.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a
pandemia de covid-19 já provocou mais de 352 mil mortos e infectou mais de 5,6
milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.ANG/Angop
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