Comunicação Social/“A medida do governo sobre aumento das taxas de licenças para exercício de rádio e televisão visam aniquilar a liberdade de imprensa no país”, diz Presidente da LGDH
Bissau,
13 Dez 22 (ANG) - O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH)
considerou que o aumento das taxas de alvarás para obtenção e renovação de
licenças de rádio e televisão visam aniquilar a liberdade de imprensa na
Guiné-Bissau através de estrangulamento financeiro.
Augusto
Mário da Silva falava no último fim de semana, na cerimónia de abertura da 9ª
edição do prémio “Jornalismo e Direitos Humanos” que foi vencida,
na categoria de Rádio pela jornalista Djariato Baldé, da Radio Jovem e por
Athizar Mendes Pereira, do Jornal Última
Hora, na categoria de impresna.
Na categoria da televisão não houve vencedor,
segundo os organizadores do evento.
“A
Guiné-Bissau, que era descrita como um dos países da sub-região com um dos
ambientes mais plurais, tem registado um enorme retrocesso no índice de
liberdade de imprensa e o relatório de Repórteres Sem Fronteiras afirma que nos
últimos 10 anos, o país desceu de 67ª posição em 2010 para 92ª em 2022”, revelou.
Augusto
Mário sublinhou que o prémio jornalismo e direitos humanos foi concebido com o
objectivo de reconhecer e reforçar o papel da imprensa e dos jornalistas, não
só enquanto veículos do pluralismo de ideias e de opiniões mas também como
agentes capazes de operar a mudança de mentalidades e de estimular a construção
de uma cultura de participação democrática e cívica, em prol da promoção e
defesa dos direitos humanos.
“ A
imprensa guineense tem dado uma contribuição inestimável na promoção de guineendade, da unidade nacional, na consolidação da paz e construção de uma cultura de respeito pelos
direitos humanos, não obstante o ambiente político, social e económico difícil
em que os jornalistas exercem as suas atividades”, diz Augusto Mário da Silva.
Acrescentou
que, nesta perspectiva, o prémio “Jornalismo e Direitos Humanos”, visa
enaltecer e encorajar a “árdua e espinhosa” tarefa dos profissionais de
imprensa, que apesar de ameaças e intimidações, têm contribuído para a defesa
dos direitos e liberdades fundamentais, através de programas de sensibilização
sobre direitos humanos, divulgação de noticias sensíveis ao género e denuncias
de casos de impunidade, de discriminação e de violações.
“As
medidas como o estrangulamento financeiro dos órgãos de comunicação social adoptadas
pelo governo, o assalto à Rádio Capital FM por homens fardados e armados,
perante a inércia dos órgãos de policia criminal e das autoridades judiciais e
reiteradas ofensas públicas aos profissionais de comunicação social por parte
dos titulares do poder político contribuíram para esta degradação da atmosfera
do exercício da liberdade de imprensa na Guiné-Bissau”, referiu o Presidente da
LGDH.
Dirigindo-se aos
profissionais da imprensa, Augusto Mário pede a continuidade do rigor na
recolha, produção e difusão de informações, e a recusa de qualquer forma de instrumentalização.
Os ministérios
da Comunicação Social e das Finanças através de um despacho conjunto de 18 de Outubro deste ano, determinaram a
aplicação de novas taxas para a obtenção de licenças de radio e televisão .
No âmbito desse despacho,o alvará
para estação televisiva de cobertura nacional pasa a custar 500.000.000 de francos CFA (quinhentos milhões
de fcfa), e a sua renovação é de 125.000.000 (cento e vinte e cinco milhões
fcfa).O alvará de estação televisiva de cobertura comunitária/religiosa custa
agora 50.000.000 (cinquenta milhões de fcfa) e a sua renovação é de 12.500.000
(doze milhões e quinhentos mil).
O alvará de estação
radiofónico privada de cobertura nacional é agora 10.000.000 de francos CFA (dez milhões fcfa) e
a sua renovação é de 2.500.000 dois milhões e quinhentos mil). Alvará de
estação radiofónico comunitária é de 3.000.000
(três milhões) e a sua renovação é de 750.000 (setecentos e cinquenta mil).
A autorização para
publicações periódicas e não periódicas custa agora 2.000.000fcfa (dois milhões) e a sua renovação é de 500.000 (quinhentos milfcfa).
A autorização para filmagem custa agora
1.500.000fcfa (um milhão e quinhentos mil fcfa).ANG/AALS/ÂC//SG
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