Dia dos Direitos Humanos/Presidente
da Liga diz que titulares dos órgãos
do poder político cortam a dignidade dos
concidadãos
Bissau, 13 Dez 22 (ANG) - O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) diz que o país celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos numa altura em que titulares dos órgãos do poder político cortam pela raíz a dignidade dos seus concidadãos.
Augusto Mário da Silva falava no âmbito das
comemorações da data, (10 de Dezembro) este ano celebrado sob o lema “Dignidade, Liberdade e Justiça para todos e todas”.
“Estas
comemorações acontecem, mais uma vez, numa altura em que o país, ou melhor, os
titulares dos órgãos do poder político continuam a cercear a dignidade dos seus
concidadãos não só com as sistemáticas interferências arbitrárias no gozo e
exercício dos direitos humanos como também com omissões grosseiras dos seus deveres
constitucionais de conceber políticas públicas sustentáveis que permitam o
pleno gozo e exercício desses direitos”, sustentou.
O
Presidente da LGDH acrescenata que, por conseguinte, assiste-se, à escala
nacional, violações recorrentes dos direitos
humanos, à todos os níveis no país.
Augusto
Mário apontou, a título de exemplos, o caso do
ex-primeiro-ministro Aristides Gomes, que foi forçado a se refugiar, por
perseguições políticas, e o caso em que
uma dezena de concidadãos guineenses detida, por alegado envolvimento na
tentativa de golpe de Estado, de 1 de Fevereiro do corrente ano, cuja ordem
judicial mandou soltar mas que fora mantida em prisão, “ilegalmente”, por uma suposta ordem superior
desconhecida.
“Existem
perseguições, intimidações e ameaças recorrentes contra ativistas dos direitos humanos, jornalistas e
comentadores políticos críticos ao regime político vigente, em particular o
recente caso do Marcelino Intupé. Continuamos a assistir situações de espancamentos e assassinatos de
cidadãos sob suspeitas e acusações de práticas de feitiçarias”, disse aquele
responsável.
O
presidente da Liga disse que, no plano
económico e social, o povo guineense continua privado de acesso à energia, água potável,
saúde e educação, entre outros.
Para
Augusto Mário da Silva o mais agravante
na Guiné-Bissau é a ausência de
política social efetiva de redução da pobreza na Guiné-Bissau.
“Continuamos a
assistir violações graves dos direitos
humanos das mulheres nomeadamente a mutilação genital feminina, casamento
forçado, violência doméstica, entre outros. Também continuamos a assistir o recrutamento e transporte de
centenas de crianças guineenses para os países vizinhos, sobretudo Senegal e Gâmbia,
com o objectivo de aprender o Alcorão mas nesses paísesacabam por ser
submetidas à trabalhos forçados e exploração”, disse.
Da
Silva convida aos guineenses para se
unirem em torno dos desígnios nacionais, nomeadamente, o respeito pelos
direitos humanos, a luta pelo desenvolvimento, a solidariedade, tolerância, liberdade, justiça e o respeito pela diversidade.
O
Presidente da LGDH defendeu que a edificação do Estado de direito requer a
conjugação perfeita de dois factores fundamentais que são a vontade política
das autoridades, traduzida em ações concretas em benefício dos cidadãos, e a
participação “ativa e consciente” dos cidadãos no controlo e na
responsabilização dos decisores públicos encarregues de gestão do bem
comum. ANG/AALS/ÂC//SG
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