Egito/Mais de mil detidos por manifestações que não chegaram a acontecer
Bissau, 01 Dez 22 (ANG)
- Mais de mil pessoas foram detidas no Egipto desde o início de Outubro, devido
a uma convocatória de manifestações que não se chegaram a realizar durante a
Cimeira do Clima COP27 em Sharm el Sheik, segundo uma organização
não-governamental.
De acordo com fonte não
identificada, por motivos de segurança, da Comissão Egípcia para os Direitos e
Liberdades (ECRF, na sigla inglesa), disse à agência EFE que até ao momento as
equipas legais da organização documentaram a detenção de um total de 1.062
pessoas, entre as quais 29 mulheres, desde o início de outubro em todo o
Egipto.
Quase todos os detidos
estão em prisão preventiva ou sob custódia policial, apenas cinco pessoas foram
libertadas e outras quatro foram absolvidas de todas as acusações, segundo a
fonte.
Foram também
contabilizados 36 casos de "desaparecimentos forçados".
Esta nova onda de
detenções começou em princípios de outubro, após uma convocatória anónima de
protesto programado para 11 de Novembro, durante a COP27, mas que não se
realizou.
De facto, enquanto o
país africano celebrava a cimeira climática entre 06 e 19 de Novembro, as
autoridades detiveram cerca de 420 pessoas, de acordo com a fonte.
A maioria dos detidos
foram acusados de "difundir notícias falsas" ou de "pertença a
um grupo terrorista", acusações que as autoridades egípcias usam
habitualmente contra activistas, dissidentes e críticos do Governo.
As manifestações foram
convocadas perante o crescente descontentamento da população egípcia com o
Governo do presidente Abdelfatah Al Sisi, e perante a aguda crise económica que
atravessa o país, marcada pela inflação e pela desvalorização da moeda local,
que desde Março já perdeu quase metade do seu valor.
Milhares de pessoas
permanecem presas no Egipto por expressar as suas opiniões, de acordo com ONG
como a Amnistia Internacional, enquanto a Human Rights Watch estima que até 60
mil pessoas tenham sido detidas por razões políticas no Egipto desde que Al
Sisi chegou ao poder em 2013. ANG/Angop
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