Cabo Verde/Primeiro-ministro
diz que as declarações do PR sobre a governação do país são opiniões e deixa
avaliação para os analistas
Bissau, 27 Abr 23(ANG) – O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse hoje que as declarações do Presidente da República sobre a governação do país, são opiniões com as quais o Governo não concorda e deixou uma avaliação das mesmas aos analistas.
Ulisses
Correia e Silva falava aos jornalistas após presidir à cerimónia de abertura da
Conferência Internacional de Parceiros, a decorrer na ilha do Sal, quando lhe
foi pedido uma reacção sobre o assunto.
“É
uma opinião do Presidente da República, assim como há várias outras opiniões.
Nós não temos que estar de acordo. Não é lei, é a opinião do Presidente da
República e cabe aos analistas fazerem a sua avaliação. O PR tem voz e faz da
sua voz sentir, mas não temos de estar de acordo com aquilo que ele diz”,
disse.
Numa
declaração à Nação esta quarta-feira, o Presidente da República, José Maria
Neves, manifestou-se “preocupado” com a situação actual do país, e acusou o
Governo de estar “descoordenado” e de ser incapaz de implementar políticas
públicas que resolvam os problemas do arquipélago.
“São
indicações para análise da sociedade cabo-verdiana, em muitos aspectos temos
claramente descoordenação entre instituições, departamentos governamentais no
desenho e na implementação de políticas públicas, isso é evidente e a sociedade
cabo-verdiana tem constatado estas questões”, afirmou o Chefe de Estado.
José
Maria Neves avançou que teve a oportunidade de ouvir as declarações de todos os
partidos políticos com representação parlamentar, especialistas, economistas e
várias personalidades independentes sobre diferentes aspectos das políticas
públicas em Cabo Verde.
Segundo
o Presidente da República, é consensual que há contradições, descoordenação,
ruídos nos discursos públicos e na forma como determinados contratos e
determinadas políticas têm sido abordados pelas autoridades nacionais.
“Constatamos
um clima preocupante e persistente de excessiva partidarização do espaço
público, assistimos a uma disputa política permanente que sufoca a sociedade,
este ambiente é permeável ao clientelismo e ao medo, com as pessoas a serem
escolhidas para cargos públicos e promovidas, menos pelo mérito e mais pelas
suas relações de amizade ou pela sua lealdade a partidos”, afirmou.
Para o Chefe de Estado, a Nação inquieta-se e indigna-se com o “inegável retrocesso” em sectores vitais do arquipélago. ANG/Inforpress
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