Caso
01 de fevereiro/
Cinco magistrados militares suspensos
Bissau,20
Abr 23(ANG) - Cinco dos sete magistrados da Promotoria de Justiça Militar da
Guiné-Bissau foram suspensos por alegadamente se terem recusado a pegar no
processo sobre a tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro de 2022.Presidente do Tribunal Militar
Segundo a DW que cita fonte
militar, os cinco magistrados foram suspensos pelo presidente do Tribunal
Militar Superior, uma decisão efetivada desde o passado dia 11.
Os promotores em causa foram
colocados à disposição do Estado-Maior General das Forças Armadas, "com o
argumento de que são militares", disse a mesma fonte militar.
O presidente do Tribunal
Militar Superior "achou uma insubordinação quando os cinco magistrados se
mostraram relutantes em pegar no processo" dos acusados de tentativa de
golpe de Estado, precisou a fonte.
A mesma fonte indicou à Lusa
que desde a quinta-feira passada que os cinco magistrados deixaram de
comparecer ao serviço, mas que também se apresentaram ao Estado-Maior General
das Forças Armadas.
A fonte explicou que o
presidente do Tribunal Militar solicitou, num primeiro momento, que dois
magistrados pegassem no processo e que estes terão recusado e, num segundo
momento, os restantes três disseram que "nem valia a pena serem
solicitados porque a sua resposta seria a mesma".
Os promotores consideram ser
incompetentes com base na lei guineense para assumir os autos do processo da
tentativa de golpe de Estado e, segundo a fonte militar, evocaram como
justificação o facto de a lei guineense reservar para a justiça civil a tutela
de processos-crimes motivados pela tentativa de alteração da ordem
constitucional e da vida do chefe de Estado.
Os promotores consideram ser
incompetentes com base na lei guineense para assumir os autos do referido
processo.
Em março, segundo a Lusa, o
Tribunal Militar Regional de Bissau tinha remetido para a justiça civil os
autos de envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro de 2022
por se considerar "incompetente à luz da lei guineense” para julgar o
caso.
De acordo com fontes ligadas
ao processo, o magistrado a quem foi entregue o dossiê, no início do mês de
março, produziu um ofício a devolver para o Tribunal Regional de Bissau e com
conhecimento do Ministério Público alegando não ter competência legal para
apreciar o caso.
Aquela foi a terceira vez
que o Tribunal Militar Regional de Bissau devolveu os autos relacionados com o
processo da tentativa de golpe de Estado, que levou à detenção de cerca de 40
pessoas, entre civis e militares.
O Tribunal Regional de
Bissau marcou para o passado mês de dezembro o início do julgamento dos
suspeitos alegadamente envolvidos no ataque, mas à última da hora o processo
foi adiado para uma nova data. O adiamento foi justificado com as obras em
curso na zona histórica de Bissau onde se encontra o tribunal, o que poderia
dificultar o acesso dos envolvidos no processo.
Entre as pessoas que
deveriam ir a julgamento, encontram-se o ex-chefe da Armada guineense
vice-almirante Bubo Na Tchuto, os oficiais Tchami Yalá, Papis Djemé e Domingos
Yogna, embora estes três estejam ainda a monte.
No dia 01 de fevereiro
homens armados atacaram o palácio do Governo onde decorria o Conselho de
Ministros sob a presidência do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló.
As autoridades consideraram
ter-se tratado de uma tentativa de golpe de Estado, posição também defendida
pelo Ministério Público.
Na sequência da ação
morreram 12 pessoas, na sua maioria elementos da guarda presidencial.ANG/DW África
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