Sudão/Exército e paramilitares acusam-se por causa de disparos contra avião turco
Bissau, 28 Abr 23 (ANG) - O exército sudanês acusou hoje as
Forças de Apoio Rápido (RSF) de ter disparado contra um avião de evacuação
turco, ferindo um dos tripulantes e danificando o depósito de combustível da
aeronave, uma acção que o grupo paramilitar recusou.
Em comunicado, citado pela Lusa, as Forças Armadas afirmaram que
um avião de transporte táctico Lockheed Hercules C-130 "foi alvo de fogo
rebelde esta manhã quando se aproximava para aterrar em Wadi Sidna", uma
base aérea a cerca de 20 quilómetros a norte da capital, Cartum.
O ataque "causou danos nos tanques de combustível do avião e feriu um dos
tripulantes", refere-se na nota, indicando-se que o avião aterrou "em
segurança" na base e está a ser reparado.
"As Forças Armadas alertam para as tentativas dos rebeldes
de dificultar os esforços de evacuação com acções graves", afirmou o
exército.
As RSF negaram ter atacado o avião e acusam o exército de
promover "campanhas de desinformação" e de "espalhar mentiras
para encobrir as suas acções".
Os paramilitares indicaram que a base de Wadi Sidna "não
está sob o controlo" das RSF, pelo que atribuíram "toda a
responsabilidade" ao exército.
O Ministério da Defesa turco informou, entretanto, que o avião
aterrou em segurança.
"Embora não haja feridos no nosso pessoal, o nosso avião está a ser
verificado", declarou o Ministério da Defesa turco em comunicado,
referindo que o avião, um Hércules C-130, foi alvo de fogo de armas ligeiras.
O Ministério da Defesa turco indicou que os trabalhos de
reparação do avião já começaram e que a retirada dos cidadãos retidos no país
africano continua.
Esta troca de acusações sobre o ataque contra o avião turco
ocorre no primeiro dia da renovação de uma trégua de 72 horas mediada pelos
Estados Unidos e a Arábia Saudita para facilitar a retirada de estrangeiros no
Sudão e abrir corredores seguros para a entrada de ajuda humanitária.
Nos últimos dias, vários países concluíram as operações de
retirada dos seus cidadãos e pessoal diplomático no Sudão, mas outros continuam
o processo por terra, mar e ar.
O Sudão entrou hoje no décimo quarto dia consecutivo de
confrontos entre o exército e as RSF, um conflito que já fez mais de 500 mortos
e mais de 4.000 feridos e obrigou milhares de sudaneses a deslocarem-se para
zonas mais seguras do país ou a refugiarem-se em nações vizinhas como o Sudão
do Sul, o Egipto ou o Chade. ANG/Angop
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