Bélgica/Hungria levanta veto a novo acordo de relações UE com África, Caraíbas e Pacifico
Bissau,20 Abr 23(ANG) – A Hungria anunciou quarta-feira que levantou o veto sobre o novo acordo para as relações políticas e económicas da União Europeia (UE) com os países de África, Caraíbas e Pacífico, após dois anos de bloqueio.
Numa
mensagem nas redes sociais, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjártó,
avançou que Budapeste vai assinar o acordo, conhecido como acordo pós-Cotonu,
que rege as relações da UE com o bloco de 79 países, porque recebeu “garantias”
de que não haverá interferência na política de migração e minorias sexuais de
cada um dos signatários.
“O
Governo não autorizou a assinatura do acordo até receber as garantias
necessárias. As decisões sobre a migração e o mercado de trabalho continuarão a
ser competência nacional e as crianças serão protegidas da propaganda LGBTQ”
(sigla que significa Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero), escreveu o
ministro.
O
chefe da diplomacia húngara especificou que será acrescentado um documento à
base do acordo para “deixar claro” que o acordo pós-Cotonu não afecta as
competências nacionais em matéria de migração e educação sexual.
O
acordo tem ainda de ser revisto pelos 27, a nível de embaixadores junto da UE,
que esta tarde esperam poder formalizar a assinatura do documento e lançar a
sua adoção por procedimento escrito.
Fontes
diplomáticas consultadas pela Europa Press salientaram que não existe, contudo,
um acordo total devido a problemas com o procedimento para alguns
Estados-membros, pelo que a assinatura formal pode não ser iminente, apesar de
a Hungria ter finalmente levantado o seu veto.
O acordo
para modernizar o quadro geral das relações com os países de África, Caraíbas e
Pacífico procura ir “mais além” da política de desenvolvimento e centrar-se em
domínios como a paz e a segurança, a criação de emprego, o desenvolvimento
económico ou as alterações climáticas.
Este
novo acordo vem renovar um anterior, conhecido como acordo de Cotonu, que está
em vigor há 20 anos, e a sua adoção pela UE está bloqueada há dois anos pela
relutância de Budapeste. ANG/Inforpress/Lusa
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