Inglaterra/Guterres criticado em documentos secretos norte-americanos, de acordo com uma notícia da BBC
Bissau, 13 Abr 23 (ANG) - Os Estados Unidos acreditam que o secretário-geral da ONU, António Guterres, está "demasiado disposto" a aceitar os interesses russos, de acordo com uma notícia da BBC que tem como base documentos secretos norte-americanos sobre a Ucrânia.
A BBC afirma que os
documentos revelados nas redes sociais contêm observações
sobre António Guterres "e de vários líderes africanos" sobre a
guerra na Ucrânia sendo que um dos ficheiros secretos refere-se ao
transporte de cereais que faz parte do acordo firmado no ano passado entre
a Ucrânia e a Rússia, após a intervenção da ONU e da Turquia.
Alegadamente, o
documento sugere que António Guterres estava tão interessado em preservar o
acordo que estava "disposto a aceitar" os interesses da Rússia.
"Guterres salientou
os esforços para melhorar a capacidade de exportação por parte da Rússia (...)
mesmo que isso envolvesse entidades ou indivíduos russos
sancionados", diz a BBC citando o mesmo ficheiro secreto.
As atitudes de Guterres
no passado mês de fevereiro, de acordo com a avaliação que supostamente consta
dos mesmos documentos norte-americanos, estavam "a minar os esforços mais
amplos para responsabilizar Moscovo pelas ações na Ucrânia".
Segundo a notícia
assinada pelo jornalista Paul Adams, da estação pública britânica, os
documentos secretos tornados públicos recentemente sugerem que Washington
"tem estado a acompanhar de perto" António Guterres.
"Vários documentos
descrevem comunicações privadas envolvendo Guterres" e o adjunto do
secretário-geral das Nações Unidas, indica a BBC na notícia publicada hoje no
portal oficial da estação.
A notícia da BBC refere
ainda que "funcionários da ONU [que não são identificados] estão
claramente descontentes com a interpretação norte-americana dos esforços de
Guterres", afirmando que o secretário-geral da ONU tornou muito clara
a "oposição à guerra".
Na terça-feira, o
secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou que a
Administração norte-americana "leva muito a sério" a investigação
sobre os supostos documentos do Pentágono que foram divulgados em redes
sociais.
"Não posso dizer
muito porque o Departamento de Justiça está a investigar, mas tomamos este
assunto com muita seriedade", disse o responsável máximo pelo Pentágono em
conferência de imprensa.
Durante a última semana
foram publicados nas redes sociais vários documentos militares e dos serviços
de informações dos Estados Unidos, datados de fevereiro e março, relacionados
com a invasão russa da Ucrânia e com alegados detalhes sobre os planos do
"ocidente" no apoio a Kiev.
Os documentos, cuja
autenticidade ainda não foi oficialmente confirmada, também apontam que os
Estados Unidos vigiaram alguns dos países aliados de Washington, como a Ucrânia,
Coreia do Sul ou Israel. ANG/Lusa
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