Angola/Líder da UNITA diz que PGR tem sido
bengala do poder político no país
Bissau, 26 Abr 23 (ANG) – O líder da oposição
angolana acusou o procurador-geral de ser uma “bengala do poder político” e
apelou a Hélder Pitta Gróz que melhore o seu trabalho e não fique “no silêncio
das ordens políticas”.
Adalberto
da Costa Júnior, falava na terça-feira à noite em Lopitanga (município de
Andulo), no Bié, reagindo perante militantes da União Nacional para a
Independência Total de Angola (UNITA) à decisão do Presidente João Lourenço de
nomear Pitta Gróz para um novo mandato de cinco anos.
João
Lourenço recebeu, na segunda-feira, os três nomes mais votados pela Comissão
Eleitoral do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, sendo a
procuradora Inocência Pinto a preferida dos magistrados (11 votos), enquanto
Hélder Pitta Gróz e o vice-procurador Mouta Liz empataram com dez votos.
“É
uma pessoa simpática e educada, mas a nossa leitura é que não cumpriu bem o seu
mandato anterior e, quando não se cumprem bem, não se renovam mandatos [a
pessoas] que não cumpriram a sua missão de defender a República, defender os
angolanos, defender as leis, defender o Estado”, criticou Adalberto da Costa
Júnior.
O
presidente da UNITA disse que a Procuradoria-Geral da República (PGR) “tem sido
uma bengala do poder político que governa o país” e criticou o silêncio perante
o que chamou de violações dos direitos de ativistas cívicos, discriminação de
militantes dos outros partidos, falta de pluralidade e perseguição aos líderes
dos outros partidos.
“O
que é que fez a PGR perante a diabolização dos adversários?”, questionou.
“Nada”,
responderam os militantes.
O
dirigente da UNITA considerou que Pitta Gróz está a ser reconduzido porque
“cumpriu o programa de quem governa e de quem quer manter o programa partidário
acima do interesse nacional” e exigiu uma justiça independente.
“Não
queremos uma justiça partidária que não cumpre o seu papel, que não protege o
cidadão, que se comporta de maneira cobarde, que recebe ordens políticas. Esta
justiça não serve Angola”, atirou, apelando a Pitta Gróz a que “melhore o seu
trabalho, cumpra as leis e não fique no silêncio cobarde das ordens políticas”.
O
líder da UNITA deslocou-se até ao Bié no âmbito das cerimónias fúnebres de
Araújo Kacyke Pena, sobrinho de Jonas Savimbi, que descreveu como “um filho de
uma família que tem muitos mártires dedicados a este país e ao partido”.
É
também em Lopitanga que foi sepultado o fundador do partido do “Galo Negro”,
Jonas Savimbi, cujos restos mortais foram transladados para a sua terra natal
depois de ter sido morto em combate no Luena (Moxico), a 22 de fevereiro de
2002.
ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário