Bélgica/UE sanciona grupo Wagner por envolvimento na invasão à Ucrânia
Bissau,14 Abr 23 (ANG) – A União Europeia (UE) decidiu quinta-feira sancionar o grupo Wagner, uma formação paramilitar privada, pela sua participação na guerra na Ucrânia, em particular nos combates que decorrem nas cidades de Bakhmut e Soledar, na região leste do Donbass.
Com
esta medida, a UE inclui o grupo dirigido por Dimitri Utkin e financiado por
Yevgeni Prigojin na sua “lista negra” de entidades acusadas de ameaçar a
integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia.
“O
grupo Wagner liderou os ataques contra as cidades ucranianas de Soledar e
Bakhmut em janeiro de 2023 e participa ativamente na guerra de agressão da
Rússia contra a Ucrânia”, assinala o texto oficial que acompanha as sanções.
A UE
também decidiu sancionar a RIA FAN, um ‘media’ com ligações a Prigojin e que
Bruxelas acusa de difundir propaganda pró-governamnetal e desinformação sobre o
conflito.
“A
RIA FAN refere-se à atual guerra de agressão contra a Ucrânia como uma missão
para deter os ‘nazis ucranianos’ e promove as ações do grupo Wagner”, prossegue
o texto, publicado no Diário oficial da UE.
Através
desta decisão, a UE assegura que “completa” as medidas adotadas no décimo
pacote de sanções, quando associou à sua lista 11 pessoas e sete entidades com
alegados vínculos ao grupo Wagner.
Na
sequência desta nova medida, as sanções europeias motivadas pela invasão russa
da Ucrânia já abrangem um total de 1.473 pessoas e 207 entidades. As pessoas
designadas estão submetidas a um congelamento dos seus bens e os cidadãos e
empresas da UE impedidas de fornecer qualquer género de financiamento.
A ofensiva
militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até
agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados
internos e mais de 8,1 milhões para países europeus –, de acordo com os mais
recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na
Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste
momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e
9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A
invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a
necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da
Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem
respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de
sanções políticas e económicas.
A ONU
apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.490 civis mortos e
14.244 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
ANG/Lusa
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