Bélgica/Borrell
reconhece “falhanço político e moral” que agravou conflito israelo-palestiniano
Bissau,
06 Nov 23(ANG) – O alto-representante da
União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros reconheceu hoje que o
agravamento do conflito israelo-palestiniano é “resultado de um falhanço
político e moral coletivo” e que nada foi feito para o resolver realmente.
“A
tragédia que está a desenrolar-se no Médio Oriente é o resultado de um falhanço
político e moral coletivo, e as populações israelita e palestiniana estão a
pagar um preço alto por isso. Este falhanço político e moral é resultado da
nossa falta de vontade para resolver o problema israelo-palestiniano”, disse
Josep Borrell, na abertura de uma conferência com embaixadores, em Bruxelas.
“Sim…
Comprometemo-nos formalmente com a solução dos dois Estados, mas sem um plano
credível para atingir esse objetivo. A substância do problema israelo-palestiniano
não é religiosa ou étnica. É um problema de duas populações que têm o mesmo
direito a viver no mesmo território, por isso, precisam de partilhá-lo”,
acrescentou o chefe da diplomacia europeia.
Contudo,
hoje “não há condições para a partilha” e não há solução. “Ou melhor, havia.
Lembram-se de Oslo? Há 30 anos? Tínhamos isso, mas não o implementámos de todo!
A violência aumentou, os números são dramáticos. É demasiado… O que é que
aconteceu?”, questionou Josep Borrell, perante os embaixadores dos 27 Estados-membros
da UE.
O
chefe da diplomacia europeia reconheceu que há culpados dos dois lados: “Do
lado israelita, as forças extremistas na Cisjordânia querem acabar com o
problema palestiniano através da submissão e exílio e na Cisjordânia o Hamas
não está presente”.
E
citando o antigo Presidente norte-americano Barack Obama, o alto-representante
da UE para os Negócios Estrangeiros recordou que a “estratégia militar de
Israel tem de obedecer à lei internacional, incluindo a que procura evitar a
morte e sofrimento das populações”. “Ignorar o custo humano pode fazer
ricochete”, comentou.
Josep
Borrell reconheceu que “a tragédia humanitária em Gaza não tem precedentes” e
disse que os “melhores amigos de Israel” têm de transmitir a Telavive que “não
pode estar cega pela raiva”, utilizando uma expressão utilizada pelo atual
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A destruição do movimento islamista
Hamas “não vai resolver o problema em Gaza”, advertiu.
ANG/Inforpress/Lusa
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