Comunicação
Social/Bastonário da
Ordem dos Jornalistas aconselha Chefe de Estado a não abrir “guerra” contra imprensa
Bissau,15 Jul 24 (ANG) – O
Bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau(OJ-GB),aconselhou hoje ao
Chefe de Estado a não abrir “guerra” contra os meios de comunicação social,
“porque a imprensa pode lhe servir
melhor na sua ofensiva diplomática”.
António Nhaga reagia à ANG as recentes declarações do Chefe de Estado Sissoco Embaló em que usou termos “caral... e fod..”, quando foi questionado por um jornalista sobre a realização das eleições presidenciais ainda este ano na Guiné-Bissau, conforme as exigências de maioria dos partidos políticos com assento parlamentar.
O Bastonário disse que a atitude
do Presidente da República não é corecto.
“Como primeiro magistrado da Nação devia ser o
primeiro a respeitar a imprensa uma vez que o maior sucesso no seu exercício
como Chefe de Estado é a imprensa guineense que o divulga, e é o maior instrumento que ele tem para vencer as
eleições caso o queira “,disse.
Nhaga afirmou que a imprensa
guineense está morta por isso a imagem
do país não pode ser melhor lá fora,
salientando que nenhum orgão de informação estrangeira pode o fazer.
Falando da reação das
organizações que representam a classe nomeadamente o Sindicato Nacional dos
Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs) e a Confederação
Nacional das Organização da Imprensa que se divergiram em relação ao alegado insulto do Chefe de
Estado aos jornalistas, António Nhaga disse que não era preciso entrar em divirgências,
mas sim mostrarem ao Chefe de
Estado que essas ações mancham a imagem
não só do PR mas de todo o país.
“A imagem de um país é feita
pela imprensa nacional e o Presidente da República deve criar um imaginário
coletivo . Ninguém é inimigo do Presidente e é por isso que ele não deve ser
defendido, ele deve saber como usar a imprensa para elevar a imagem da
Guiné-Bissau ”,frisou.
Nhaga criticou que a
divergência entre as duas organizações da classe é a prova de que a escola do
jornalismo guineense não é o que devia ser, salientando que não há capacidade de destinguir o que é a legislação e o que é a ética profissional.
Disse que a partir de 2012 o país armou o que chamou
analfabetos funcionais ou seja pessoas com telemóveis nas mãos sem capacidade
para avaliar a informação e sem saber o que isso vai dar.
O Bastonário considerou de pena esta falta de sintonia
entre os orgãos da classe, uma vez que esta divergência não vai ajudar nem um nem outro, tendo considerado comportamentos
como estes de “baixo nível” e voltou a questionar os critérios para as pessoas
serem chamados de jornalistas que para ele não basta saber escrever e falar
bem.
“O que existe na Guiné-Bissau
é advogalismo e não jornalismo e é preciso
formação”, disse António Nhaga.ANG/MSC/ÂC//SG
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