Rússia/ Governo disposto a ponderar propostas de parceiros de Xangai para o conflito na Ucrânia
Bissau,
04 Jul 24 (ANG) – O Presidente russo, Vladimir Putin, manifestou-se hoje
disponível para ter em conta as propostas dos países membros da Organização de
Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) para resolver o conflito na
Ucrânia.
“Agradecemos
aos membros da SCO pela proposta de resolução deste conflito. A Rússia está
certamente pronta a ter em conta as vossas ideias e iniciativas”, disse Putin
durante a cimeira da organização, a decorrer na capital do Cazaquistão, Astana.
Putin
afirmou que “nas condições atuais, quando o mundo está a sofrer mudanças
rápidas e irreversíveis, é necessária a posição ativa e a iniciativa das
organizações da sociedade civil no espaço internacional”.
Fundada
em 2001, a Organização de Cooperação de Xangai é uma aliança política,
económica e se segurança que integra China, Cazaquistão, Índia, Irão,
Paquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão.
A
Bielorrússia, aliada da Rússia na guerra contra a Ucrânia, foi admitida hoje
como membro de pleno direito da SCO.
O
grupo de Xangai afirma representar 40% da população mundial e cerca de 30% do
Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
A
guerra em curso na Ucrânia foi desencadeada pela invasão russa do país vizinho
em fevereiro de 2022.
Putin
reafirmou na cimeira de Astana que a guerra é o “resultado da política
absolutamente grosseira dos Estados Unidos e dos seus satélites”.
Referiu
também que a Rússia “sempre defendeu e defende uma solução político-diplomática
para a situação na Ucrânia” e que apresentou “repetidamente propostas
concretas” sobre a questão.
“Recordo
que, em meados de junho, foi apresentada uma outra variante de solução que, se
fosse aprovada pela parte ucraniana e, sobretudo, pelos seus apoiantes
ocidentais, teria permitido cessar imediatamente a ação militar, salvar vidas e
iniciar negociações”, acrescentou.
O
plano a que aludiu Putin foi divulgado a propósito da Cimeira de Paz para a
Ucrânia, realizada sem a participação da Rússia em meados de junho, na Suíça.
Moscovo
exigiu a retirada das tropas ucranianas das regiões anexadas de Donetsk,
Lugansk, Kherson e Zaporijia, a renúncia de Kiev à adesão à NATO e o fim das
sanções ocidentais.
Em
troca, Putin prometeu ordenar um cessar-fogo imediato e o início de
conversações de paz.
Estas
condições foram rejeitadas não só por Kiev, mas também pelo Ocidente, que
reiterou o apoio à Ucrânia.
Kiev exige a retirada das tropas russas das quatro regiões anexadas desde fevereiro de 2022, bem como a Crimeia, que a Rússia ocupa desde 2014, como pré-condição para eventuais negociações de paz. ANG/Lusa
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