quinta-feira, 27 de junho de 2019

Itália


                            Navio de migrantes  fura bloqueio italiano
Bissau, 27 jun 19 (ANG) - O navio humanitário Sea-Watch forçou nesta quarta-feira (26) o bloqueio das águas territoriais italianas, apesar das ameaças de Matteo Salvini, para tentar desembarcar na ilha de Lampedusa os 42 imigrantes presos a bordo por duas semanas.
"Decidi entrar no porto de Lampedusa, sei o que estou arriscando, mas os 42 que náufragos estão exaustos e eu os levo para um local seguro", disse no Twitter a jovem capitã alemã do navio, Carola Rackete, 31.
Com este ato, Carola desafia o ministro do Interior e número dois do governo italiano, Matteo Salvini, de extrema direita.
"Em 14 dias, nenhuma solução política ou legal foi possível, a Europa nos abandonou", acrescentou Sea-Watch, uma ONG alemã cujo navio homônimo navega com a bandeira holandesa.
Depois de navegar por dez dias ao longo da costa italiana, o navio cruzou a fronteira marítima ao meio-dia e parou no meio da tarde, em frente ao porto da ilha. Policiais da guarda costeira e da alfândega estavam bem próximos.
"Usaremos todos os meios democraticamente permitidos para bloquear esse insulto à lei", respondeu Matteo Salvini em um vídeo ao vivo no Facebook.
Salvini denunciou o "jogo político sórdido" da ONG, mas também a indiferença exibida pelos Países Baixos e pela Alemanha. Os governos de Berlim e Haia "responderão", segundo ele.
A jovem capitã de 31 anos e os responsáveis pelo Sea-Watch poderão agora enfrentrar um processo por auxílio à imigração ilegal, além de correrem o risco de terem o navio apreendido e pagarem uma multa de €50.000, de acordo com o  recente “decreto de segurança bis” de Salvini.        .
De acordo com estatísticas do Ministério do Interior, mais de 400 migrantes desembarcaram na Itália nas últimas duas semanas, muitos dos quais chegaram em pequenas embarcações em Lampedusa.
Na terça-feira, a Corte Européia de Direitos Humanos, tomada pela ONG alemã, recusou-se a intervir com urgência, pedindo à Itália que "continuasse a prestar toda a assistência necessária" às pessoas vulneráveis a bordo.
Dos 53 migrantes resgatados em 12 de junho pelo Sea-Watch da Líbia, a Itália já aceitou o desembarque de 11 pessoas vulneráveis (crianças, mulheres, doentes).
No continente, dezenas de cidades alemãs disseram que estavam prontos para acolher os migrantes, e o bispo de Turim (norte da Itália), Cesare Noviglia, anunciou segunda-feira que sua diocese poderia assumir o comando.
O sacerdote de Lampedusa, Carmelo La Magra, acampou durante vários dias nos degraus de sua igreja para exigir o desembarque de migrantes. Nas eleições europeias de maio, no entanto, a Liga, partido de Salvini, conquistou 45% dos votos na ilha.
Desde a chegada do governo populista ao poder na Itália, em junho de 2018, houve sucessivas crises ao redor migrantes presos em navios de salvamento até que um acordo de distribuição entre vários países europeus os permitisse desembarcar.
Em janeiro, 32 migrantes resgatados pelo Sea-Watch permaneceram presos por um recorde de 18 dias a bordo antes de poderem descer em Malta.
"É grave que a capitã não tenha outra escolha que não honrar o seu senso de responsabilidade ao preço de consequências pessoais", reagiu Carlotta Sami, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR ) na Itália.
"O ACNUR pede revisão do decreto segurança bis e a organização de um sistema de resgate e desembarque. A criminalização das ONGs deve acabar", acrescentou ela, enquanto as organizações internacionais têm repetido estes dias que não foi possível enviar os migrantes de volta ao caos líbio.  ANG/RFI/AFP


quarta-feira, 26 de junho de 2019

Tempestade de Binar


  Sinistrados  já beneficiaram  de 3.500 dos seis mil chapas de zinco  necessários

Bissau,26 Jun 19(ANG) – O deputado da bancada do  partido Aliança do Povo Unido(APU-PDGB), para o Círculo Eleitoral 5, afirmou que já estão a entregar alguns donativos aos sinistrados da tempestade que assolou no passado dia 18 do corrente mês, a secção de Binar, sector de Bissorã, no norte do país e que devastou cerca de 60 casas e cacifos comerciais.

“Já recebemos importantes ajudas dentre as quais, de dois mil chapas de zinco da parte  do administrador da empresa Cheta e que já foram distribuídos para os proprietários de 10 casas destruídas pelos ventos fortes, tendo cada um beneficiado de  200 chapas”, explicou Umaro Conté em declarações exclusivas à ANG.

Conté informou ainda que no passado sábado, o Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá se deslocou à secção de Binar acompanhado de alguns dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC), tendo dado  apoio  pessoal ás vítimas da tempestade, no valor de 200 mil francos CFA, 20 sacos de arroz e 30 litros de óleo alimentar.

O deputado da Nação sublinhou que os populares de Binar beneficiaram ainda na manha de hoje, de uma doação de 1500 chapas de zincos da parte da empresa Chery Trading.

Anunciou igualmente que o Cônsul da índia no país prometeu desbloquear algum apoio ainda não especificado para os sinistrados de Binar, que estão a sofrer  debaixo de sol, orvalho e chuva principalmente as crianças.

“Lançamos um apelo às diversas entidades para que façam gestos em prol das populações que estão a sofrer devido a um fenómeno alheio as suas vontades”, disse o deputado Umaro Conté, frisando que até a data presente o Governo ainda não fez nenhum gesto de apoio e solidariedade para com as vítimas.
Por sua vez,  o Presidente da Comissão Encarregue de Levantamento dos Estragos da Tempestade disse que até o momento todas as ajudas angariadas não atingiram os 50 por cento do que os populares de Binar precisam.

Karam Samba Lamine Cassamá enalteceu apoios e prontidão dos cidadãos estrangeiros que trabalham no país, tendo apelado aos empresários nacionais para fazerem a mesma coisa.

Declarou que, de acordo com os levamentos feitos pela Comissão, são precisos seis mil chapas de zincos para a cobertura de todas as casas atingidas pela tempestade em  Binar.ANG/ÂC//SG

Pescas


Bissau acolhe ateliê sobre redução de capturas de   tartarugas e aves marinhas na Sub-Região

Bissau,26 Jun 19(ANG) – Cerca de 30 técnicos de países membros da Comissão Sub Regional de Pescas(CSRP), nomeadamente a Guiné-Bissau, Cabo Verde, Gâmbia, Senegal, Mauritânia e Serra Leoa, participam entre os dias 26 e 27 do corrente em Bissau num ateliê de Regulamentação de Práticas de Redução de Capturas de tartarugas e aves marinhas na sub-região.

Ao presidir a abertura do seminário em representação da ministra das Pescas da Guiné-Bissau, o Director Geral da Pesca Industrial, Carlos Nelson Sanó disse que a escolha do país para a realização do evento constitui motivos de grande satisfação e uma boa opção por ser o que abriga o maior número de espécies de tartarugas marinhas.

A título de exemplo,Sanó  informou que a Ilha de Poilão, no Arquipélago dos Bijagós, é o santuário de tartarugas verdes, olivas, de escamas, de couros e cabechudas ou seja dispõe de cinco das sete espécies existentes no mundo.

O Director Geral da Pesca Industrial sublinhou que  o Arquipélago dos Bijagós é o local onde as referidas espécies de tartarugas marinhas desovam anualmente conforme os estudos do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas(IBAP).

Disse que, de igual modo, o Arquipélago de Bijagós constitui um santuário para as grandes variedades das aves marinhas migratórias e que escolhem a Guiné-Bissau para repousar, fruto das condições que as ilhas oferecem em termos de ecossistema.

Aquele responsável salientou que as espécies em referência cuja conservação vai ser debatida nos dois dias do ateliê, atira a atenção sobre a necessidade de se manter o empenho nos estudos, porque são ainda muito poucas as informações recolhidas.

Carlos Sanó declarou que estudos feitos  noutros países  apontam existência de  fortes ameaças de extinção das referidas espécies.

segundo Nelson Sanó, historicamente, as principais ameaças das tartarugas marinhas na Guiné-Bissau têm a ver com as capturas das fêmeas produtoras  e a colheita dos seus ovos  quando sobem às praias para desovarem.

Afirmou ainda que as carnes e ovos das tartarugas são usados para o consumo local e ocasionalmente associadas à cerimónias de caracter social e religiosa. Referiu  que as capturas acidental ou intencional nos mares por embarcações de pescas industriais é outra ameaça importante.ANG/ÂC//SG


CAN-2019


Dois golos em três minutos dão triunfo aos Camarões contra a Guiné-Bissau na abertura do grupo F

Bissau,26 Jun 19 (ANG) - A Guiné-Bissau deu luta quanto-baste ao detentor do Campeonato das Nações Africanas (CAN), mas acabou por sucumbir à eficácia e sentido de aproveitamento dos Camarões.

A seleção treinada por Clarence Seedorf teve vida difícil, mas venceu os djurtus, por 2-0, no jogo de abertura do grupo F da edição de 2019 da prova.

O conjunto orientado por Baciro Candé surgiu em campo com mais de metade da equipa com jogadores das ligas portuguesas no onze inicial: Jonas Mendes (Ac. Viseu), Mamadu Candé (Santa Clara), Nadjack (Rio Ave), Juary (Mafra), Sori Mane (Cova da Piedade) e Mendy (V. Setúbal). E não se amedrontou perante os leões indomáveis.

Para quem esteve em risco de não participar no CAN devido ao pedido de prémio de presença na prova por parte dos jogadores, os Camarões entraram a tentar impor superioridade, mas com poucos resultados práticos. ANG/Lusa

EUA


                                            Novas sanções  contra o Irão
Bissau, 26 jun 19 (ANG) - O Presidente americano anunciou terça-feira novas sanções visando directamente o Guia Supremo Iraniano Ali Khamenei, o chefe da diplomacia Mohammad Javad Zarif e outros altos dirigentes iranianos.
As novas sanções são anunciadas num contexto de escalada entre os Estados Unidos e o Irão que aumentou substancialmente depois de aquele país abater na semana passada um drone americano na região do golfo alegando que se encontrava no seu espaço aéreo, argumentos confirmados  por Moscovo e desmentidos por Washington.
O Irão já sob forte pressão americana, é alvo de novas sanções por parte de Donald Trump que  assinou um decreto impedindo "o Guia Supremo, a sua equipa e outros que estão estreitamente ligados a ele de ter acesso a recursos financeiros essenciais", o que representaria de acordo com a administração americana "biliões de Dólares de activos".
Em resposta o Presidente iraniano ironizou, "Sanções para quê?", Hassan Rohani referindo, com efeito, que os dirigentes iranianos, contrariamente a outros, não têm biliões em contas no estrangeiro, antes de rematar que "a Casa Branca sofre de distúrbios mentais".
Apesar de ainda na terça-feira os Estados Unidos terem afirmado que "a porta para as negociações continua aberta", Teerão considerou que através destas medidas Washington "está a fechar de forma permanente a via da diplomacia".
 A reacção do Irão é "insultante e traduz a sua ignorância" lançou por sua vez  no Twitter Donald Trump.
Perante esta escalada, na sequência de uma reunião  sobre o Irão, o Conselho de Segurança da ONU, a França, a Alemanha e o Reino Unidos apelaram à "contenção" e reafirmaram o "seu empenho na aplicação integral" do acordo sobre o nuclear Iraniano assinado em 2015 e do qual Trump se desvinculou no ano passado. No mesmo sentido, a Rússia, aliada de Teerão, ao confirmar que o drone americano neutralizado na semana passada se encontrava no espaço aéreo do Irão, também qualificou de "imprudentes" as novas sanções americanas contra aquele país.
Mas à medida que se aperta o cerco em torno do Irão, esse país também torna mais concretas as suas pressões sobre os seus parceiros internacionais e em particular europeus que até ao momento não conseguiram implementar o seu prometido mecanismo para contornar as sanções americanas.
Um alto responsável iraniano citado pela agência oficial Fars informou que a partir do dia 7 de Julho, o Irão iria deixar de cumprir dois dos seus compromissos relativos ao seu programa nuclear.
Face a este anúncio Paris já reagiu considerando que uma violação iraniana do acordo de 2015 seria "um erro grave". Para o chefe da diplomacia francesa, Jean Yves le Drian, isto poderia constituir "uma resposta inadequada à pressão exercida pelos Estados Unidos". ANG/RFI

Crise política


                          Ex-presidente da Nigéria critica José Mário Vaz

Bissau, 26 jun 19 (ANG) -  O ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo criticou ao presidente cessante, José Mário Vaz e revela que tem se comparado aos presidentes de países vizinhos, de regimes presidencialistas.

Em entrevista à Lusa, em Lisboa,(Portugal) Obasanjo considerou lamentável a actual sitação política na Guiné-Bissau, onde o presidente da República cessante,José Mário Vaz continua sem dar posse ao elenco governamental proposto pelo partido vencedor das eleições de 10 de março(PAIGC), depois de ter recusado a indicação para primeiro-ministro do seu líder , Domingos Simões Pereira.

“José Mário Vaz tem que entender que a Constituição da Guiné-Bissau  prevê a partilha do poder executivo entre o Presidente , o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia Nacional Popular”, disse o antigo mediador  da CEDEAO na crise política guineense despoletada com a demissão de Domingos Simões Pereira, em 2015.

Para Obasanjo, o maior problema da Guiné-Bissau reside no facto de  Mário Vaz se querer comparar aos chefes de Estado dos países vizinhos, nomeadamente do Senegal, que têm regime presidencialista.

Revelou que certa vez, José Mário Vaz se queixou de ter sido eleito tal como o Presidente do Senegal e de “nem sequer ter um orçamento”.

“Na Guiné-Bissau, o orçamento tem de ser preparado pelo primeiro-ministro e aprovado pelo parlamento e ele não compreende isso. Este é que é o problema”, referiu.

Disse que sugeriu ao José Mário Vaz que, se quer exercer o poder como o presidente do Senegal que altere a Constituição e depois de eleito  com a nova Constituição  poderá exercer plenamente o poder executivo.

O ex-presidente da Nigéria admitiu como possível um cenário em que  Mário Vaz possa recusar de  abandonar o poder , em caso de derrota nas eleições de 24 de novembro.

“Não sabemos o que ele fará, mas pelo que tem feito até agora, não podemos excluir nenhuma possibilidade”, disse.

Por isso, Obasanjo defende que, perante um cenário em que o Mário Vaz seja derrotado e se recuse a abandonar o poder,  a CEDEAO terá de assumir a sua responsabilidade.
“Fizemos isso na Gâmbia. Foi feito também na Costa do Marfim. Penso que se perder as eleições será aconselhado a deixar o poder”, disse. ANG/Lusa



Política


           Líder do PAIGC acusa Jóse Mário Vaz de tentar um “golpe de Estado”
Bissau, 26 jun 19 (ANG) - O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou,  terça-feira, o Presidente cessante, José Mário Vaz  de tentar realizar um “golpe de Estado”,  para nomear um governo de iniciativa presidencial.
Domingos Simões Pereira fez esta acusação numa  conferência de imprensa, na qual explicou  as razões pelas quais o partido desistiu de indicar o seu nome para o cargo de primeiro-ministro.
"Na sexta-feira, durante todo o dia, mas sobretudo à noite,  José Mário Vaz montou toda uma operação de golpe de Estado e que consistia, primeiro, em nomear o  Edmundo Mendes ou o Malam Sambu como primeiro-ministro, e a ocupação de todas as instituições públicas por elementos das forças da defesa e segurança antes da nomeação e empossamento de um governo da sua iniciativa", afirmou Domingos Simões Pereira.
O presidente do PAIGC explicou que a "intenção não foi consumada ou terá sido abortada", porque dois dos seus "principais colaboradores" (referindo-se a Braima Camará, coordenador do Madem-G15, e Sola Nanquilim, vice-presidente do PRS) o "teriam avisado de que as estruturas de apoio poderiam não suster a reacção de outras forças de defesa e segurança e a fúria popular".
Por outro lado, Domingos Simões Pereira disse suspeitar que José Mário Vaz “não teria recebido luz verde do padrinho da sub-região (o Presidente do Senegal, Macky Sal), que tem coordenado toda esta operação e outros desmandos do Presidente José Mário Vaz".
Em nome da maioria parlamentar, Domingos Simões Pereira, também disse que o Presidente da República condiciona a formação do governo à prorrogação do seu mandato pelo Parlamento.
“O Presidente da República disse ao primeiro-ministro que não iria tratar do dossier porque aguarda que o Parlamento prorrogue o seu mandato”, afirmou Domingos Simões Pereira.
A maioria parlamentar alertou que a partir de agora qualquer acto associado ao posto do Presidente da República é susceptível de um processo-crime.
Domingos Simões Pereira disse que os partidos da maioria parlamentar vão formar Governo e exigir a responsabilização de quem não cumpre regras democráticas.
José Mário Vaz cumpriu cinco anos de mandato no domingo(23) e apesar de a CEDEAO ter pedido a nomeação de um Governo, o Presidente guineense continua sem o nomear. ANG/RFI

terça-feira, 25 de junho de 2019

Brasil


Juízes e advogados internacionais pedem que condenação de Lula seja anulada
Bissau, 25 jun 19 (ANG) - Um grupo de advogados, juristas e magistrados de renome internacional assinou texto coletivo em defesa do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, publicado no jornal francês Le Monde que chegou às bancas na tarde de segunda-feira (24).
Baseados nas denúncias reveladas pelo site “The Intercept”, eles pedem que as autoridades brasileiras anulem a condenação do líder petista, apresentada como uma medida “injusta e ilegal”.
Intitulado “a Corte Suprema brasileira tem o dever de liberar Lula”, o texto é assinado por 12 advogados, juristas e magistrados vindos de vários países, mas principalmente da França.
Eles afirmam que, desde 2018, já alertavam para as irregularidades de um processo que, segundo os signatários, “se inseria em uma vontade, de qualquer forma e a qualquer preço, de excluir Lula da corrida presidencial”.
“As revelações recentes do jornalista Glenn Greenwald e de sua equipe no site The Intercept fizeram     todas as máscaras”, continuam os advogados, em referência às revelações de uma possível parcialidade dos magistrados envolvidos no processo. Eles afirmam que o ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro “manipulou os mecanismos de delação premiada, orientou os trabalhos do Ministério Público, exigiu a substituição de uma procuradora que não lhe dava satisfações e dirigiu a estratégia de comunicação da acusação”.
Os signatários insistem que Moro teve que condenar Lula por “fatos indeterminados”, pois não havia provas materiais que o ligasses diretamente ao escândalo de corrupção. “Ao fazer isso, Lula se tornou um preso político”, vítima de uma “conspiração política”, martelam os advogados.
Segundo os signatários, o STF deve agora tirar todas as consequências dessas “irregularidades gravíssimas” e, consequentemente, “colocar Lula em liberdade e anular sua condenação”, além de identificar os responsáveis pelo que qualificam de “gravíssimo desvio de procedimento”.
“A luta contra a corrupção é um tema essencial para todos os cidadãos do mundo, mas no caso de Lula, ela foi instrumentalizada”, continuam os advogados. Eles afirmam que o objetivo dessa estratégia seria “permitir a Bolsonaro de assumir o poder” e que Sergio Moro foi “recompensado” ao ser nomeado ministro da justiça   . Para os signatários, “os beneficiários dessa conspiração demonstram apenas o desprezo pelo interesse geral dos brasileiros (...) e pela democracia”.
O texto é assinado por personalidades como o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, que condenou o ditador chileno Augusto Pinochet pelos crimes contra a Humanidade, o advogado Jean-Pierre Mignard, um dos principais conselheiros jurídicos do presidente da França Emmanuel Macron, ou ainda o advogado alemão Wolfgang Kaleck. Também faz parte da lista o francês William Bourdon, advogado de Michel Platini nos escãndalos de corrupção envolvendo o ex-presidente da UEFA   , e o professor de direito da Universidade de Yale, Bruce Ackerman. ANG/RFI

Sociedade


             MCCI exige substituição do Presidente cessante José Mário Vaz

Bissau, 25 jun 19 (ANG) - O  Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI), em carta aberta entregue no parlamento exigiu a substituição do Presidemte cessante, José Mário Vaz pelo da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá.

O porta-voz , Sumaila Djaló, em declarações à imprensa, sustentou que essa substituição do Presidente cessante é para o Movimento condições legais para que o pais possa marchar na democracia.

Disse que os valores e liberdade da escolha do povo não podem ser posto em causa para “assumir a ditadura, anarquia e outras formas diferentes de gerir instituições do Estado”.

Djaló afirmou na ocasião que o Manifesto  entregue tem o único objectivo de exigir ao líder do parlamento para substituir o Presidente da República, justificando que a partir de momento a função de José Mário Vaz entra no quadro inconstitucional e que deve ser substituído a luz da Constituição da República por Cipriano Cassama.  

Considerou a resposta da mesa da ANP de positiva, acrescentando que o Movimento recebeu garantias de que a preocupação vai ser entregue aos deputados.

“Temos garantias de que os deputados vão activar mecanismos para pôr em marcha as exigências do povo e das pessoas que votaram em José Mário Vaz que agora é ex-presidente da República”, revelou.

Sumaila Djaló garantiu manter resistência, determinação e convicção em defesa da Constituição e de valores da democracia enquanto  José Mário Vaz continuar na Presidência da República e não for substituído no quadro constitucional.

No encontro estava presente para além do Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, o 1º vice-presidente, Nuno Gomes Na Bian.

José Mário Vaz terminou no domingo o seu mandato presidencial de cinco anos e marcou eleições presidenciais para 24 de novembro próximo. Constitucionalistas dizem que nessa condição, até ser substituído por um presidente eleito, as suas competências são limitadas a um exercício de gestão corrente de actos presidenciais, podendo tomar medidas “estritamente necessárias” mas que não comprometem o próximo presidente da República. ANG/DMG/ÂC//SG


Mauritânia


                               Oposição contesta vitória de Ghazouani
Bissau, 25 jun 19 (ANG) - O candidato do poder na Mauritãnia, Mohamed Cheikh El-Ghazouani, venceu as eleições presidenciais de sábado, na primeira volta, com 52% dos votos mas a  oposição contesta os resultados.
Na noite de sábado para domingo, horas depois do escrutínio e quando estavam contados 80% dos votos, o candidato apoiado pelo partido no poder, Mohamed Cheikh El-Ghazouani, declarou-se vencedor perante uma multidão de apoiantes e ao lado do antigo presidente Mohamed Ould Abdel Aziz, há 11 anos no poder e constitucionalmente impedido de se recandidatar.
A oposição classificou o anúncio de “novo golpe de Estado” da parte dos dois antigos generais.
A Comissão Nacional Eleitoral Independente confirmou, mais tarde, a vitória do ex-ministro da Defesa, Ghazouani, com 52,02% dos votos, seguido do militante Biram Ould Dah Ould Abeid (18,58%), do ex-primeiro-ministro Sidi Mohamed Ould Boubacar (17,87%), do jornalista Baba Hamidou Kane (8,71%) e do professor universitário Mohamed Ould Moloud (2,44%).
Estes quatro candidatos da oposição avisaram que vão recorrer dos resultados e apelaram para que as pessoas saiam às ruas em manifestações pacíficas.
O presidente eleito tem como principais desafios preservar a estabilidade política, garantir o desenvolvimento económico e melhorar o respeito pelos direitos humanos. 
Ao lado do ex-presidente e enquanto chefe de Estado-maior do exército, Ghazouani reorganizou as forças de segurança face aos jihadistas que atacavam o país desde 2005 e fê-los recuar para o Mali, não tendo havido atentados na Mauritânia desde 2011.
No entanto, no campo dos direitos humanos, as críticas são muitas num país marcado pelas discriminações comunitárias.
Em termos económicos, de acordo com o Banco Mundial, o crescimento no país foi de 3,6% em 2018 e as projecções são de um crescimento médio de 6,2% entre 2019 e 2021, apesar das dificuldades de acesso ao crédito e da corrupção.ANG/RFI



segunda-feira, 24 de junho de 2019

Política


Aristides Gomes reconduzido nas funções de PM
Bissau, 24 jun 19 (ANG) - O Presidente da República  cessante, José Mário Vaz, sob proposta do PAIGC reconduziu e deu posse no sábado a Aristides Gomes como primeiro-ministro, na presença do corpo diplomático e das chefias militares, mas na ausência dos partidos da oposição MADEM-G15 e PRS.

O Presidente José Mário Vaz, cujo mandato terminou no  domingo (23/06), publicou um decreto onde se lê: "Aristides Gomes é nomeado primeiro-ministro", o que põe termo a semanas de impasse político na Guiné-Bissau, devido a divergências sobre a escolha do chefe do executivo, lê-se também do documento.
Presente no acto, Odete Semedo, a segunda vice-presidente do PAIGC, partido vencedor das legislativas de 10 de Março, afirmou que o Partido conseguiu "dar mais um passo nesse processo".
Aristides Gomes, primeiro-ministro, com mandato renovado, numa curta declaração a imprensa prometeu : "vamos continuar a trabalhar para o país".
O também sociólogo formado em França Aristides Gomes com 64 anos, assume novo desafio de dirigir a governação nos próximos 4 anos no âmbito do Acordo Político de Incidência Parlamentar e Governativa assinado entre o PAIGC, APU-PDGB, União Para Mudança e Partido da Nova Democracia.
Chefe de governo pela terceira vez: entre 2005 e 2007, Aristides Gomes conduziu o país as eleições legislativas de 10 Março, com missão iniciada em Abril de 2018.
O elenco governamental pode tomar posse segunda-feira 24 de Junho, segundo o Conselheiro de Aristides Gomes para a comunicação social, Muniro Conté, a lista de membros de governo e a orgânica do executivo foram entregues no domingo ao Presidente Mário Vaz. ANG/RFI

Moçambique


                     Cimeira EUA-África termina sem grandes promessas
Bissau, 24 jun 19 (ANG) - A cimeira Estados Unidos - África termina, em Maputo, sem grandes promessas de investimento, mas com a intenção de substituir a ajuda por investimento.
Trata-se do lançamento de uma iniciativa que traduz a intenção de incrementar relações comerciais mútuas, como realça o economista Luis Magaço.

"Muda-se um bocado o paradigma da cooperação americana com África, baseada historicamente na ajuda, passando para uma cooperação baseada no investimento, comércio e serviços.
Isso é muito importante, porque a ajuda, na verdade, nunca ajuda ninguém. Torna o dependente cada vez mais dependente.
Então, uma inciativa destas significa que, de uma forma muito pró-activa, o governo dos Estados Unidos quer que as empresas americanas venham e invistam, como acrescenta Luís Magaço,
A 12a cimeira Estados Unidos da América-África decorreu durante três dias na capital moçambicana, e contou com a participação de líderes políticos africanos e homens de negócios dos Estados Unidos da América e do continente africano. ANG/RFI

Sociedade


  Cidadãos guineenses saúdam conclusão do mandato do Presidente da República 

Bissau,24 jun 19 (ANG) – Alguns cidadãos guineenses saudaram o primeiro Presidente eleito da República da Guiné-Bissau a concluir o mandato de cinco após em 25 anos da abertura democrática, sem o registo de qualquer recurso a violência ou  golpe de Estado.

Ouvidos hoje pela Agência de Noticias da Guiné (ANG) no quadro dos cinco anos da Presidência de José Mário Vaz, os cidadãos Mama Indjai, Elonaida Gomes Monteiro, Augustino Domingos Cabribato, Duílio Martins, Davide Carlos Sá e Jaime Nabagna foram unânimes em manifestar as suas satisfações com o término do mandato, sem nenhuma sublevação político militar.

Mas, em termos de acções políticas, consideram de “mau” o desempenho de José Mário Vaz, por não ter encarado a função como uma missão que o povo lhe confiou. Há,  contudo, quem qualifica o balanço de muito positivo.

Mama Indjai disse que no princípio as coisas iam bem, mas com a queda do primeiro governo liderado por Domingos Simões Pereira, as coisas começaram a piorar pouco a pouco até chegar numa altura em que não se consegue fazer nada, porque não houve rendimento em termos profissionais.

Em termos de acções políticas, segundo o mecânico Mama Indjai, o Presidente Mário Vaz não fez nada para bem do país e nem para o melhoramento das condições de vida do povo guineense.

Por isso, apela ao Presidente cessante e aos políticos em geral para optarem pelo diálogo, como forma de resolverem os problemas que a sociedade enfrenta no momento, principalmente nos sectores da saúde e  educação.  

A mulher da actividade económica, Elonaida Gomes Monteiro na sua curta declaração considera de péssimo os cinco anos de Presidência de José Mário Vaz, porque traiu a confiança que o povo depositou nele.

O sapateiro Augustino Domingos Cabribato considera de bom a conclusão do mandato do Presidente sem nenhuma violência, mas em termos de acção política o qualifica de mau.
Domingos Cabribato é de opinião de que os erros políticos cometidos por José Mário Vaz devem ser julgados por via das eleições.

O estudante Duílio Martins disse que José Mário Vaz entrou na história ao ser o primeiro Presidente da República a concluir o seu mandato, mas que também durante os cinco anos piorou as condições de vida do povo guineense.

Justificou a sua opinião com a nomeação de oito primeiros-ministros e respectivos governos factos que , na sua opinião, afectou gravemente os sectores da saúde e do ensino.

O Professor Davide Carlos Sá disse que a conclusão do mandato de José Mário Vaz deve ser motivo de orgulho para os guineenses, porque é o primeiro chefe de Estado que termina  função sem qualquer levantamento político militar.

“Em termos de acção, tendo em conta a confiança que o povo depositou nele não fez praticamente nada, se levarmos em conta os fracassos políticos de José Mário Vaz com o não funcionamento das escolas públicas e sucessivas greves na função pública”, concluiu o Professor.   

O funcionário público Jaime Nabagna começou por fazer um balanço muito positivo dos cinco anos de presidência de José Mário Vaz, alegando não haver mortos políticos durante este período em que esteve a frente dos destinos  dos guineenses.

Jaime Nabagna espera que o próximo presidente a ser eleito acabe também o seu mandato.

Reconheceu, por outro lado, que a crise política colocou o país numa situação muito débil, consequência da guerra entre os actores políticos, facto que não permitiu ao país angariar os fundos e captar os investimentos que possam contribuir para desenvolvimento da Guiné-Bissau.  
ANG/LPG/ÂC//SG

Política


Presidente da República considera  cinco anos do seu mandato de um “marco histórico”  no processo democrático

Bissau,24 Jun 19(ANG) – O Presidente da República afirmou que os cinco anos do seu mandato é um marco histórico, pleno de significado e de simbolismo no processo de consolidação do regime democrático no país.

Em mensagem à Nação no Domingo, dia 23 do corrente mês, por ocasião da celebração dos cinco anos do exercício das funções de Presidente da República, José Mário Vaz destacou que ele é o primeiro chefe de Estado, após 25 anos da abertura democrática, à concluir o seu mandato.

“Por isso, saúdo e felicito à todos e a cada um dos guineenses que, com sentido de responsabilidade e de patriotismo, contra ventos e marés, contra investidas desestabilizadoras em catadupa constante, contra a tentação da resposta fácil à provocação daqueles que não amam verdadeiramente este país, prestaram o seu contributo abnegado para a concretização deste importante desiderato”, referiu.

José Mário Vaz  convidou à todos para uma reflexão, fazer um balanço, parar, pensar e sobretudo analisar quais foram os ganhos destes cinco anos, sem descurar as falhas cometidas, para melhor corrigir os próximos passos.

“Defender a Constituição é dever fundamental do Presidente da República, que é o garante da Constituição e das demais Leis da República. Esse tem sido , nestes cinco anos, o meu trabalho como Presidente de todos os guineenses, pelo resgate da Constituição e das Leis, pela afirmação do Estado como património de todos e não apenas de uma elite”, frisou.

O Presidente da República sublinhou que os momentos de crises político-institucional que se vive no país se inscrevem nessa sua luta pelo primado da Lei e pela igualdade dos cidadãos, não podendo haver um grupo que seja detentor de todo o poder e de toda a riqueza e outro vasto contingente de cidadãos que apenas têm deveres e estão condenados à subserviência e a viver  dos “restos” dos outros.

“Hoje e como sempre, ao longo destes cinco anos, falo-vos na condição de Presidente de todos os guineenses, um Presidente eleito na expectativa de mudanças profundas no país e na vida do nosso Povo. Foi para isso que os guineenses me elegeram, para mudar e dar novo rumo ao país. Trazer tranquilidade e bem-estar para cada família, cada cidadão, devolvendo a esperança aos guineenses”, explicou.

José Mário Vaz disse que a Guiné-Bissau tem de ser de todos e para todos, não podendo haver cidadãos de primeira e cidadãos de segunda, acrescentando que, por isso, lutaram contra interesses instalados que impediu a Guiné-Bissau de avançar nos últimos 46 anos, sobretudo a corrupção daí o seu apelo “Dinheiro do Estado no Cofre de Estado”.

“Foi para ajudar a cumprir esse desiderato, realizar a igualdade e a justiça, que há cinco anos, o cidadão José Mário Vaz assumiu o cargo do Presidente da República. Nisto consiste o essencial do meu programa político, um programa simples, para o simples cidadão da terra que eu amo”, afirmou.

Declarou que  foi um combate difícil,  mas que hoje , apesar das vozes que se ergueram contra a Constituição e as Leis, como se de propriedade privada de alguns se tratasse,  têm todas as ferramentas para avançar o país.

“Passados os cinco anos, a nossa Guiné-Bissau é um país de paz, e da liberdade. As imagens do passado transmitiam conflitos, assassinatos, violência, terror e comoviam o mundo. Muitas vidas foram perdidas por divergências políticas”, disse, acrescentando que durante os seus cinco anos não houve um único tiro nos quartéis, pela primeira vez não houve tentativas de golpes de Estado.

O chefe de Estado sublinhou que as questões de desrespeito dos direitos humanos hoje não se colocam, porque não há registo de violações embora em muitas ocasiões houve tentativa de manipular e ou “inflamar” a opinião pública nacional e internacional, através de envio de fortes mensagens.

O Presidente da República disse ainda que na Guiné-Bissau há total liberdade de manifestação e a comunicação social funciona num registo de pluralidade e plena liberdade de imprensa e de expressão.ANG/ÂC//SG



Etiópia


                                    Golpe de Estado falhado na Etiópia
Bissau, 24 jun 19 (ANG) - O chefe de Estado maior do exército e um dirigente regional foram mortos, e mais 3 pessoas pereceram durante um golpe de Estado na Etiópia, já controlado.
A intentona falhada foi levada a cabo por um grupo armado e liderada por um general de nome, Asamnew.
A notícia foi avançada, este domingo, por autoridades locais.
O ataque deu-se em duas frentes: no norte de Addis-Abeba e na região autónoma de Amhara, no noroeste deste país do Corno de África, onde o primeiro-ministro tenta implementar uma política de reformas.
O general revoltoso era chefe do aparelho de segurança da região de Amhara, e tinha saído da prisão, no ano passado, devido a uma amnistia, estando, na altura, a cumprir pena por ter levado a cabo um outra intentona.
O general Asamnew tinha, entretanto, apelado, num video no Facebook, ao povo de Amhara, um dos maiores grupos étnicos do país, para que pegasse em armas.
Os ataques dessa noite aconteceram quando os responsáveis do Estado federal estavam reunidos com o Presidente da região autónoma com o objectivo de impedir a constituição de milícias étnicas.
A situação em Amhara está sob controlo e na capital Addis-Abeba vive-se uma calma pouco habitual.
Esta manhã, o chefe das forças especiais da região de Amhara disse, na televisão, que a maior parte das pessoas implicadas no golpe foram presas, no entanto, algumas ainda em fuga.ANG/RFI


Greve Função Publica


Secretário-geral da UNTG pede aos trabalhadores para acompanhar  Centrais Sindicais na 8ª ronda de paralisações.

Bissau, 24 Jun 19 (ANG) - O secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guine (UNTG), pediu hoje aos funcionários públicos para acompanharem as duas Centrais Sindicais na oitava vaga de greve  a observar entre 25 e 27 de junho, uma vez que a luta é para defender os interesses da classe.

Júlio Mendonça em entrevista à ANG disse que independentemente dos “teatros políticos” dos últimos dias, os sindicatos vão fazer o seu papel, tendo salientado que não depende deles a escolha de quem vai governar, mas que contudo vão se relacionar com qualquer um que esteja a exercer as funções governativas.

“Se esta pessoa quer ou não, deve nos ouvir e se não o fizer a Lei nos reserva os mecanismos para que sejamos ouvidos e segundo ele, o propósito divino não falha uma vez que o Primeiro-ministro Aristides Gomes foi reconduzido, e que tinha todo tempo deste mundo para se sentar com os sindicatos para discutirem seriamente sobre os 47 pontos que constam no Caderno Reivindicativo dos sindicatos”, disse.

Mendonça frisou que as paralisações, que podiam ser evitadas,ocorrem devido ao comportamento de Aristides Gomes, como Chefe de Governo  virou costas  ao diálogo com as Centrais Sindicais fazendo com que o ano lectivo 2018/19 esteja comprometido ou quase nulo.

O Secretario-geral da UNTG disse que a luta da sua organização e da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-G-B), é para ajudar a organizar o Estado, cumprindo o que a Lei diz e mais nada.

“Já falamos em várias ocasiões que esta luta não vai parar enquanto os objectivos preconizados não forem atingidos. Por isso, pedimos que o comportamento do Primeiro-ministro, seja outra em relação aos Centrais Sindicais e trabalhadores guineenses em geral porque a sua missão desta vez é de governar o país e não apenas de realizar  eleições como outrora justificava”, frisou.

Questionado se esperam uma mudança de atitude do Chefe do Governo, Mendonça disse que como diz um ditado popular, de que “só o burro é que não muda de posição”, salientando que um ser humano como ser racional que pensa, analisa e realiza, julga-se que deve mudar a sua postura no relacionamento com os parceiros sociais, se quiser continuar a governar para atingir os objectivos traçados no programa do PAIGC denominada “Terra Ranka”.

Sobre o benefício de dúvida ao primeiro-ministro empossado, uma vez que ainda não formou o elenco governamental, frisou que no país as pessoas que devem fazer isso são os próprios governantes ou seja já passaram 45 anos em que os trabalhadores guineenses deram benefício de incerteza aos sucessivos governos, e aos políticos, salientando que chegou a hora de mudar o paradigma das coisas.

“As paralisações que iniciaram desde o mês de Maio, não vão parar porque felizmente o Chefe de Governo continua nas funções. Temos mais razões de continuar a nossa luta uma vez que conhece muito bem o dossier das reivindicações e se nada mudar estamos prontos para fazer greve até acabar a décima legislatura ora iniciada“,vincou. ANG/MSC/ÂC//SG