Unicef pede apoio urgente para milhares de crianças
Bissau, 08 Mai 17 (ANG) - O Fundo das Nações Unidas
para a Infância (UNICEF) alertou no sábado que sem o reforço do apoio fica em
risco “a vida e o futuro” de mais de um milhão de crianças na República Centro
Africana.
“Não podemos permitir que a RCA (República Centro
Africana) se torne uma crise humanitária esquecida”, afirmou Christine Muhigana,
representante da UNICEF no país, citada num comunicado da organização.
“A realidade é que sem apoio suficiente não teremos capacidade para
proporcionar os serviços vitais necessários para manter as crianças saudáveis,
em segurança e na escola”, referiu.
Segundo a UNICEF, a recuperação da RCA é frágil e continua a ser um problema a
violência esporádica e a instabilidade, estimando-se em cerca de 890 mil o
número dos que tiveram de fugir das suas casas e em 2,2 milhões, metade dos
quais crianças, os que precisam de assistência humanitária.
A violência e a deslocação generalizada “deixaram as crianças especialmente
vulneráveis em termos de saúde, exploração e abuso”, indica o comunicado.
“Quase metade das crianças menores de cinco anos (41 por cento) sofre de má
nutrição crónica que compromete o seu desenvolvimento físico e intelectual, e
uma em cada sete crianças morrerão antes dos cinco anos e um terço das crianças
não estão na escola”, refere a agência da ONU.
Em 2017, a UNICEF e organizações parceiras pretendiam tratar 29.585 menores de
cinco anos com desnutrição aguda e dar apoio psicossocial a 50 mil crianças.
“Proporcionar a 320 mil pessoas acesso aos serviços de saúde essenciais e
fornecer água potável a 450 mil pessoas deslocadas e às comunidades que as
acolhem” são outros dos objectivos daquelas organizações para o corrente ano.
No entanto, a UNICEF “tem um défice de financiamento de 32,6 milhões de dólares
(29,6 milhões de euros)” e a RCA é considerada um dos países “mais perigosos
para o pessoal das organizações humanitárias”, com 14 incidentes envolvendo
estas organizações registados apenas em Março.
“Os serviços sociais continuam a não existir em muitas zonas do país onde as
organizações humanitárias têm de prestar assistência de emergência às populações
mais vulneráveis”, assinalou Christine Muhigana, adiantando que “o Fundo das
Nações Unidas para a Infância está a trabalhar para levar assistência
humanitária a áreas afectadas pelo conflito e a trabalhar com o Governo na
recuperação das zonas que são seguras”.
ANG/JA
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