Comunicação Social“/ Chefe de Estado criou a marca “Geração de Concreto” , não cumpriu sua promessa e resolveu atacar jornalistas” diz o Bastonário da Ordem dos Jornalistas
Bissau, 04 Mar 21 (ANG) – O
Bastonário da Ordem dos Jornalistas, António Nhaga reagiu hoje com
contra-ataques às criticas do Presidente Umaro Sissoco Embaló contra
jornalistas, proferidas no balanço de um ano de mandato, no passado dia 26 de
Fevereiro.
Em entrevista exclusiva à
ANG, António Nhaga considerou que as declarações de Umaro Sissoco Embaló não se
enquadram na perspectiva do jornalismo, disse que, se ele(PR) conhecesse os jornalistas e a imprensa que tem
não teria dito o que diz.
“ Se o departamento da
comunicação da Presidência fizesse o Presidente saber ou conhecer a ética do pluralismo, com certeza, todos eles saberiam distinguir, qualitativamente e
quantitativamente, a mídia e o
jornalismo que existe na Guiné-Bissau, “frisou.
Acrescentou que sem essas ferramentas é impossível
distinguir um jornalista de um influenciador, o chamado “bocas alugadas”.
Nhaga reconhece que
existe deficiência no jornalismo
guineense, mas diz que ainda não existe jornalismo de bajulação, porque a nova geração
tem uma posição diferente da velha.
Nhaga referiu que tinha
entregue uma carta, há um ano, para apresentar
ao Umaro Sissoco Embaló um modelo de negócio que considera a melhor
saída para a imprensa do país, mas que
até ao momento não teria recebido nenhuma resposta em relação à iniciativa.
O Bastonário admitiu que
existem órgãos de comunicação social que dão mais ênfase à opiniões,
principalmente os que têm excesso de
comentadores, e diz que esses órgãos não relatam factos, pelo que não se pode chamar à isso de jornalismo.
“O presidente confundiu apresentadores e público
que opina nos programas radiofónicos, isto não é jornalismo , mas sim
liberdade de expressão, enquanto que o jornalista relata factos reais, produz o bem e o justo,” disse.
Criticou que muitos políticos
são instigadores e fundadores de “
Bocas alugadas” porque o salário dos jornalista é mediocre e não chega se quer 100
mil francos, e que e se os mesmos estão falidos, e não têm o que dar a família facilmente podem ser corrompidos.
António Nhaga recomenda ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló
de que, se pretender vender a sua marca
“Geração de Concreto” e obter boa imagem
da Guiné-Bissau tem de colaborar com toda a mídia guineense, e não excluir
nenhum como tem feito.
No balanço do seu primeiro
ano de mandato, o Chefe de Estado criticou que alguns jornalistas são amadores,
e fazem claques nas rádios, no lugar de demonstrarem o profissionalismo.
O Chefe de Estado ainda
questionou as competências dos jornalistas que animaram o debate entre ele e o
seu rival, Domingos Simões Pereira, na 2ª volta das presidenciais de Dezembro de
2019.
António Nhaga tornou-se na
segunda reação das organizações da classe jornalística da Guiné-Bissau às
criticas de Umaro Sissoco Embaló, depois de Indira Correia Baldé, presidente do
sindicato Nacional de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social(Sinjotecs) ANG/JD//SG
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