Austrália/Mais de 80 parlamentares
australianos e britânicos pedem a libertação de Julian Assange
Bissau,11 Abr 23 (ANG) – Mais de 80
parlamentares australianos e britânicos pediram hoje ao procurador-geral dos
Estados Unidos, Merrick B. Garland, que encerre o processo de extradição de
Julian Assange, fundador do WikiLeaks, quando se assinala quatro anos da sua
prisão no Reino Unido.
“Apelamos
que abandone o pedido de extradição e permita que o senhor Assange regresse a
casa”, é referido no pedido, realizado através de uma carta assinada por mais
de 80 parlamentares britânicos e australianos - nomeadamente por 48
legisladores da Austrália, tanto de partidos da oposição como do Governo.
Os
parlamentares da Austrália declararam que Assange – cidadão australiano, de 51
anos - publicou “informação com evidências” sobre “crimes contra a humanidade,
corrupção e abusos dos direitos humanos” realizados pelos Estados Unidos no
Iraque e no Afeganistão.
Assange
está desde 11 de abril de 2019 na prisão de alta segurança de Belmarsh, no
sudeste de Londres, desde que o Equador lhe retirou o asilo político e o
expulsou da sua embaixada na capital britânica.
O
fundador do WikiLeaks aguarda a resolução do processo de extradição para os
Estados Unidos, onde poderá ser julgado por 18 crimes de espionagem e invasão
informática.
Os
parlamentares australianos declararam que Assange “já ficou efetivamente
encarcerado por muito tempo, bastante mais do que uma década” e sugeriram que
seja tratado como a ex-analista de informação do exército norte-americano
Chelsea Manning - que entregou informações secretas ao WikiLeaks -, que foi
libertada após a sua pena de prisão de 35 anos ter sido comutada em 2017.
“Se o
pedido de extradição for aprovado, os australianos serão testemunhas da
deportação de um dos nossos cidadãos, de um parceiro da AUKUS a outro, nosso
aliado estratégico mais próximo”, sublinhou a carta, referindo ao recente pacto
de segurança assinado por Washington, Camberra e Londres.
Mais
de 30 legisladores britânicos também recordaram que as 18 acusações que pesam
sobre Assange, que poderia chegar a 175 anos de prisão num julgamento, teria um
“impacto assustador” no exercício do jornalismo e seria um “precedente”
perigoso para outros repórteres e meios de comunicação.
Assange
foi inicialmente detido em 2010 - logo após o WikiLeaks expor os supostos
crimes de guerra dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão - a pedido da
Suécia, que o queria interrogar sobre alegados crimes sexuais pelos quais nunca
foi acusado, num caso que acabou por ser arquivado.
O
fundador do WikiLeaks, que garante que as ações judiciais contra si respondem a
uma perseguição política dos Estados Unidos pela divulgação de vários casos
através do WikiLeaks, aguarda a decisão do Tribunal Superior de Londres. ANG/Lusa/Fim
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