Israel/Exército impõe cerco à Faixa de Gaza e decide cortar água e eletricidade
Bissau, 09 Out 23 (ANG) - O ministro da Defesa israelita Yoav Gallant anunciou esta, segunda-feira, impor um "cerco total" à Faixa de Gaza, no terceiro dia da ofensiva contra Israel a partir deste território palestiniano pelo grupo islâmico Hamas.
"Vamos impor um cerco total a Gaza", avançou Yoav
Gallant num vídeo divulgado pelo Ministério da Defesa. "Vamos cortar a
electricidade, a água e o gás", acrescentou.
Cerca de 2,3 milhões de palestinianos vivem na Faixa de Gaza, território
sob ocupação israelita desde 2007.
Durante a madrugada de segunda-feira, Israel
bombardeou a Faixa de Gaza, atingindo "mais de 500 alvos" do
Hamas, segundo o próprio exército israelita, com ataques aéreos e fogo de
artilharia.
O exército israelita anunciou ainda esta segunda-feira ter retomado o
controlo total das localidades atacadas pelo grupo islâmico Hamas no Sul do
país, onde combatentes palestinianos se tinham infiltrado.
As sirenes de alerta anti-mísseis continuam a soar em Jerusalém nesta
manhã e, na sequência, foram ouvidas algumas explosões, segundo jornalistas da
agência France Presse no terreno. Os cerca de 100 reféns israelitas
continuam nas mãos do Hamas e Israel teme que possam servir de escudo humano e
de moeda de troca para libertação de prisioneiros palestinianos.
Com medo destas réplicas israelitas na sequência do ataque surpresa do
Hamas palestiniano de sábado, 7 de Outubro, vários habitantes na Faixa de Gaza
fugiram das suas casas. A
ONU diz que há 123 mil deslocados em Gaza.
"Mais de 17.500 famílias representam 123.538 pessoas, que
receiam a sua proteção e a destruição das suas habitações",
acrescentou a ONU.
O Hamas afirmou, na noite de domingo, 8 de Setembro, ter bombardeado o
principal aeroporto de Israel (Ben Gurion).
O primeiro-Ministro israelita Benjamin Netanyahu declarou que "Israel
está em guerra" com o Hamas.
O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se no domingo, e diversos membros
condenaram o ataque dos milicianos palestinianos. No entanto, houve falta de
unanimidade durante a reunião e os Estados membros não redigiram nenhuma
declaração comum. O conflito israelo-palestiniano tem regularmente dividido os
membros do Conselho de Segurança da ONU.
No último balanço registam-se 413 mortos
palestinianos, segundo o Ministério da Saúde palestiniano e mais de 700 mortos
em Israel segundo o Ministério da Saúde israelita, o que eleva para mais de
1.100 o número total de mortos dos dois lados.
Este balanço não tem precedentes na história
de Israel, apenas comparável à sangrenta primeira guerra israelo-árabe de 1948,
após a fundação do Estado de Israel. ANG/RFI
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