ONU/Conselho de Segurança aprova força internacional para apaziguar Haiti
Bissau, 03 Out 23 (ANG) - O
Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou na noite de segunda-feira a
criação e o envio de uma força internacional para a manutenção de paz no Haiti
onde só no último ano, segundo um relatório liderado por António Guterres,
morreram mais de 2.800 pessoas devido aos conflitos entre os gangues que
dominam o país.
A aprovação da força internacional para o
Haiti, que vai apoiar a polícia local, foi saudada na noite de segunda-feira
após a decisão do Conselho de Segurança, com 13 votos a favor e duas
abstenções, a China e a Rússia, numa altura em que a violência no país atinge
patamares preocupantes.
Esta violência é marcada por conflitos
constantes entre os gangues que se apoderaram das estradas mais importantes do
país e a população que faz cada vez mais justiça pelas próprias mãos. Entre os
quase 3.000 mortos vítimas desta violência entre Outubro de 2022 e Junho de
2023, contam-se 80 crianças, segundo um relatório publicado neste Verão pelo
secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações
Unidas, Linda Thomas-Greenfield, qualificou esta decisão como "histórica",
mas a China mostra-se mais cética já que acusa o Haiti de não ter um Governo
legítimo, que "preste contas" à sociedade internacional. "Podemos dar todo o
apoio internacional, mas isso não vai ajudar em nada de forma sustentável o
país", disse o embaixador chinês, Zhang Jun.
No entanto, esta força que deverá melhorar
a segurança do país para permitir a realização de eleições, que não acontecem
desde 2016, e também poderá implementar medidas de urgência temporárias, ainda
não tem data para chegar. Por enquanto, apenas o Quénia se mostrou
interessado em liderar esta missão, enviando 1.000 homens para o terreno, com a
Jamaica, as Bahamas e o arquipélago de Antígua e Barbuda a também se
mostrarem disponíveis para integrar esta missão que deve alcançar os 2.000
soldados.
Já os Estados Unidos disseram
explicitamente que estão dispostos a ajudar com armas e equipamento, mas não
com homens e mulheres das suas Forças Armadas.
Nesta resolução dos Conselho de Segurança,
a China forçou os restantes parceiros a alargarem o embargo às armas, até aqui
apenas destinados aos membros do gangues, a toda a população, com Pequim a
considerar que um dos passos mais importantes para travar a violência no país é
travar o tráfico de armas no Hait. ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário