Níger/Junta militar no poder
aceita mediação proposta pela Argélia
Bissau, 03 Out 23 (ANG)-
O Níger aceitou a mediação da Argélia, que tinha proposto "um plano de
transição de seis meses" às forças militares que tomaram o poder neste
país da África Ocidental, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros
argelino.
O presidente argelino,
Abdelmadjid Tebboune, deu instruções ao chefe da diplomacia, Ahmed Attaf,
"para se deslocar a Niamey o mais rapidamente possível para iniciar
conversações (...) com todas as partes envolvidas", segundo o comunicado.
No final de Agosto,
Argel tinha proposto discussões políticas "durante um período máximo de
seis meses (...) com a participação e a aprovação de todos os partidos do Níger
sem exclusão", sob a supervisão de uma "autoridade civil dirigida por
uma figura consensual aceite por todos os quadrantes da classe política",
a fim de conduzir ao "restabelecimento da ordem constitucional no país".
Argel considera que
"a aceitação da iniciativa argelina reforça a opção de uma solução
política para esta crise e abre o caminho para que estejam reunidas as
condições para a ultrapassar pacificamente no interesse do Níger e de toda a
região", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O Níger é governado há
mais de dois meses por um regime militar que chegou ao poder após um golpe de
Estado que derrubou em 26 de Julho o Presidente eleito Mohamed Bazoum.
Os advogados de Bazoum
anunciaram também hoje que vão apresentar uma queixa contra os autores do golpe
de Estado.
No anúncio, divulgado
num comunicado, os advogados acrescentam que vão enviar a questão ao Conselho
dos Direitos Humanos da ONU.
A queixa, que a AFP
consultou hoje, visa o general Abdourahamane Tiani, o novo homem forte do
Níger, e "todos os outros", por "atentado e conspiração contra a
autoridade do Estado, crimes e infracções cometidos por funcionários públicos e
detenções e confinamentos arbitrários".
Mohamed Bazoum está
detido desde a deposição pelos militares nigerinos. ANG/Angop
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