Faixa de Gaza/Civis estrangeiros e binacionais começaram a sair para o Egipto, via Rafah
Bissau,
03 Nov 23 (ANG) – Um novo grupo de binacionais deixou a Faixa
de
Gaza para o Egipto na quinta-feira pelo terminal de Rafah, aberto desde
quarta-feira para permitir que os portadores de passaportes estrangeiros deixem
o território palestiniano bombardeado por Israel.
Wael Abou Mohssen,
porta-voz da administração da parte palestina do terminal, disse num comunicado
que dois autocarros transportando "100 passageiros com nacionalidades
estrangeiras" cruzaram na manhã de quinta-feira o ponto de passagem para o
Egipto, de um total de 400 pessoas e 60 feridos de guerra, inscritos para
partir no mesmo dia.
O
exército israelita anunciou na manhã de quinta-feira ter morto
"dezenas" de combatentes do Hamas durante a noite, numa ofensiva
terrestre levada a cabo com tanques, pelos ares com a ajuda de um helicóptero e
a partir do mar, lançando mísseis a partir de um barco.
O exército progride dificilmente
e tem de se confrontar com ataques relâmpago do Hamas, cujos combatentes
emergem de surpresa dos túneis para atacar os tanques antes de se retirarem
rapidamente.
Desde terça-feira já
foram mortos 15 soldados israelitas.
De acordo com o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, os bombardeamentos
israelitas ao campo de refugiados de Jabalya, quarta e terça-feira, foram
"ataques desproporcionados" que podem constituir "crimes de
guerra".
A esse propósito, o
Secretário-Geral da ONU declarou-se na quarta-feira "chocado".
Segundo dados do Hamas,
esta ofensiva causou a morte de pelo menos 195 pessoas, mais de uma centena de
desaparecidos e centenas de feridos.
O diretor do hospital Al
Shifa lança "um último apelo" para obter combustível e, por
conseguinte, eletricidade suficiente para fazer funcionar o seu equipamento,
sem o qual, segundo ele, o próximo anúncio será a morte dos bebés atualmente
nas incubadoras, dos pacientes sob ventiladores e dos que se encontram nos
cuidados intensivos.
O
Egipto anunciou quinta-feira, que estava a trabalhar na evacuação de 7.000
estrangeiros.
Na quarta-feira, 361
estrangeiros ou pessoas com dupla nacionalidade, bem como 75 feridos
palestinianos, puderam atravessar o terminal a caminho do Egipto.
Os Estados Unidos marcam
um distanciamento do seu aliado israelita: quarta-feira, durante uma viagem ao
Minnesota, Joe Biden falou longamente sobre a "tragédia" em curso,
sobre as "imagens de cortar a respiração" vindas de Gaza, e expressou
a sua preocupação para com o destino das "crianças palestinianas que
clamam pelos seus pais desaparecidos".
Joe Biden apela agora a
uma pausa na ofensiva israelita, enquanto estiver em curso a evacuação da
totalidade dos reféns.
Por seu turno, o
secretário de Estado norte-americano, Anthony Bliken cujo departamento
criticou os colonos israelitas, acusando-os de ações "incrivelmente
desestabilizadoras", regressa na sexta-feira à região.
A apreciação da ajuda
militar ao Estado judeu (e à Ucrânia) passa a estar na agenda do Congresso
americano que retoma hoje os seus trabalhos, passando doravante a contar com um
novo presidente, o republicano Mike Johnson.
Entretanto a Jordânia
decidiu chamar na quarta-feira o seu embaixador em Israel para consultas,
enquanto que na noite do mesmo dia o Iémen voltou disparar drones contra o
sul de Israel.ANG/RFI
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