Justiça/Detido alegado cabecilha de rede de tráfico de vistos
Bissau,04 Jul 24(ANG) - O
alegado cabecilha de uma rede de tráfico de vistos na Guiné-Bissau foi detido
numa operação em que foram apreendidos mais de mil passaportes e documentação para
agendamentos, divulgou quarta-feira a Polícia Judiciária (PJ).
O Diretor Nacional da PJ,
Domingos Monteiro Correia disse que o suspeito é um guineense,e que já foi
encaminhado para o Ministério Público, devendo o as investigações prosseguir
para a detenção de mais elementos da rede.
A detenção e a apreensão de
mais de mil passaportes e documentação ocorreu durante uma operação
desencadeada há três dias, no âmbito de uma investigação sobre um grupo de
pessoas "devidamente organizadas numa estrutura dedicada a agendamentos e
processos de concessão de vistos", nomeadamente para Portugal.
Na sequência das investigações
em curso foram executados mandados de busca e apreensão emitidos pelo
Ministério Público, e detido o principal suspeito da rede que cobrava
"valores exorbitantes, a partir de 500, 600 até um milhão de francos cfa
(entre 700 e 1.500 euros) para cada processo, que nas vias legais custam 90 euros.
O esquema, segundo as
autoridades, consiste em açambarcar as vagas para agendamento de pedido de
visto disponibilizadas periodicamente online, condicionando o acesso de quem
necessita e obrigando os interessados a pagar para conseguir o agendamento.
Além das perdas e prejuízos
financeiras para as vítimas deste esquema que se arrasta há vários anos na
Guiné-Bissau, em causa estão crimes como falsificação qualificada e associação
criminosa, de acordo com o diretor nacional da PJ.
"Não é uma mera
burla", salientou, aproveitando a ocasião para apelar à população para que
não ceda a estes esquemas.
Domingos Monteiro Correia
vincou que "há procedimentos legais de aquisição de vistos junto das
entidades competentes".
"É preferível, antes de
se envolverem em qualquer promessa, recolher informações, contactar as
entidades competentes para o efeito, concretamente a embaixada, para aquisição
de visto ou agendamento", enfatizou.
O diretor nacional referiu
que há algum tempo que a PJ está a trabalhar neste assunto e que "já
apreendeu milhares de comprovativos de valores pagos e processos".
Mesmo com a detenção daquele
que é considerado o principal suspeito, a investigação continua, segundo o
diretor nacional, que diz que há mais pessoas implicadas e que a PJ
"pretende descortinar tudo".
Referiu ainda que a investigação não se circunscreve a Bissau, mas decorre em todo o país, já que este esquema "tem uma rede de angariadores de candidatos nas várias regiões" da Guiné-Bissau.ANG/Lusa
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