França/“Cada vez mais provável” que 2024 seja o mais quente de sempre – Copernicus
Bissau, 08 Ago 24(ANG) – Julho foi um pouco menos quente do que o mesmo mês de 2023, mas é “cada vez mais provável” que este seja o ano mais quente alguma vez registado, disse hoje o programa europeu Copernicus.
A série de 13 meses
consecutivos em que a temperatura média global à superfície da Terra fixou
novos recordes “terminou, mas apenas por um triz”, sublinhou a diretora-adjunta
do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S), Samantha Burgess, em
comunicado.
O boletim mensal do C3S
sublinhou que em julho a temperatura média foi de 16,91 graus Celsius (ºC),
apenas 0,04°C inferior ao anterior recorde de julho do ano passado.
O Copernicus alertou
para novos recordes de temperatura na Grécia e no Japão e para uma vaga de
calor que provocou 21 mortos em 24 horas em Marrocos, onde se registaram 48°C.
O calor foi particularmente
elevado no oeste dos Estados Unidos e no Canadá, na maior parte de África, no
Médio Oriente e na Ásia, bem como no leste da Antártida e na Europa, continente
que registou o segundo julho mais quente, depois de julho de 2010.
O mês passado foi 1,48°C
mais quente do que um julho normal para o período de 1850-1900, antes dos seres
humanos começarem a libertar para a atmosfera gases com efeito de estufa em
massa.
“O contexto geral não
mudou: o nosso clima continua a aquecer”, sublinhou Burgess.
“Os efeitos devastadores
das alterações climáticas começaram muito antes de 2023 e vão continuar até que
as emissões globais de gases com efeito de estufa atinjam a neutralidade
carbónica”, acrescentou.
Além das ondas de calor,
foram registados em julho inundações recorde no Paquistão e na China, furacões
como o Beryl que atingiram as Caraíbas e os Estados Unidos, aluimentos de terra
mortais no estado de Kerala, na Índia, e mega incêndios na Califórnia, no
sudoeste dos EUA.
No mês passado, o mundo
bateu o recorde do dia mais quente alguma vez registado a 22 e 23 de julho.
Também os oceanos, que
absorvem 90% do excesso de calor gerado pelas actividades humanas, continuam a
sobreaquecer.
A temperatura média dos
oceanos em julho foi de 20,88°C, o segundo valor mensal mais elevado para este
mês, apenas 0,01°C inferior ao recorde estabelecido em 2023, após 15 recordes
mensais consecutivos.
O Copernicus demonstrou
preocupação, porque seria de esperar uma queda maior à medida que o fenómeno
climático ‘El Niño’, conhecido por aumentar a temperatura dos oceanos, chegasse
ao fim.
O observatório sublinhou
que as temperaturas na zona equatorial do Pacífico começaram a descer, “o que
indica o desenvolvimento de um ‘La Niña’”, fenómeno de oscilação térmica que
normalmente contribui para o arrefecimento do planeta.
Desde janeiro que a
temperatura média global à superfície da Terra está 0,27°C mais quente do que
no mesmo período de 2023, sublinhou o Copernicus. Seria necessário um declínio
acentuado até ao final do ano para que 2024 terminasse abaixo do ano passado.
Mas “isto raramente aconteceu” desde o início das medições, “o que torna cada vez mais provável que 2024 seja o ano mais quente de que há registo”, concluiu o observatório. ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário