Alterações climáticas/”É fundamental colaboração intersectorial para garantir a resiliência do sector de água”, diz Aissatu Indjai
Bissau, 28 Mar
25 (ANG) – A Inspetora-geral do Ministério dos Recursos Naturais, disse que é
fundamenta adotar estratégias baseadas
em dados tecnológicos e a colaboração intersectorial para garantir a
resiliência do sector de água e saneamento às alterações climáticas.
Aissatu Indjai falava hoje, em representação do ministro, na abertura dos trabalhos da Sessão Técnica de Avaliação de Riscos Climáticos no Setor de Água e Saneamento, que envolveu individualidades de deferentes instituições pública e privadas ligadas ao sector.
O evento,
que decorre durante o dia de hoje, é
organizado pelo governo em parceria com o Fundo das Nações Unidas para Infância
UNICEF, com o objetivo de analisar os desafios impostos pelas mudanças
climáticas, avaliar os riscos associados e identificar medidas estratégicas
para garantir a resiliência dos serviços de água e saneamento no país.
Aissatu Indjai disse que as mudanças
climáticas têm provocado eventos extremos, como secas prolongadas, inundações severas e
elevação do nível da água do mar, que impactam directamente a disponibilidade e
qualidade da água e afectam, não apenas o abastecimento humano, mas também a
agricultura, indústria e o ecossistema.
Disse que os trabalhos de avaliação dos riscos
climáticos vão permitir a identificação
da vulnerabilidade, planejar soluções eficazes e investimentos em
infraestruturas, gestão integrada dos recurso hídricos e inovação para
garantir a segurança hídrica no futuro.
Acrescentou que
a educação ambiental e consciencialização da população sobre o uso responsável
da água são fundamentais para reduzir os impactos das mudanças climáticas no
sector da água.
A crise climática, segundo Aminta Medina, que falou em nome do representante do UNICEF no país, representa
um desafio crescente para o acesso equitativo à água potável, saneamento e
higiene, afectando directamente a saúde e bem estar das populações mais vulneráveis
e, em especial, as crianças e mulheres.
“Cada vez
mais, assistimos eventos extremos, como as secas prolongadas e a inundação,
que comprometem a disponibilidade e qualidade da água,
intensificando a propagação de doenças
de origem hídricas”, disse.
Perante esta
situação, conforme Aminta Medina, o UNICEF, o Governo da Guiné-Bissau e as comunidades, avançam para a implementação de
estratégias que garantam serviços de
água, saneament e higiene acessíveis e resilientes à mudanças climáticas.
O representante
do Diretor-geral dos Recursos Hídricos, Maurício Correia de Matos lembrou que o
Sector Autónomo de Bissau se situa na
zona costeira e que muitos furos profundos de água que atingem ao aquífero(formações
geológicas que armazenam água subterrânea) transfronteiriço, é partilhado entre a Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal e Gâmbia,
com uma profundidade media de mais 200 metros.
Disse que os
furos que estão a ser feitos ao nível da
capital, tendo em conta a falta de estudos, associados às alterações climáticas
podem provocar o avanço da língua salina ou a água do mar, com possibilidade de
contaminar o aquífero.
Por isso,
defendeu a tomada de medidas preventivas para evitar a inversão de fluxo, que
facilitasse a penetração da água do mar , não saudável para consumo humano.
Maurício de
Matos sugeriu a produção e publicação de um Despacho da parte do Ministério dos
Recurso Naturais para impedir perfurações profundas
ao nível do Sector Autónomo de Bissau, sobretudo aquelas que são usadas
para abastecimento de piscinas, porque “a população precisa de água
para
consumo”.
Ao nível das regiões, disse que entre Abril e Maio, com o abaixamento do nível de água e as alterações climáticas, os poços construídos secam-se e a população percorre quilómetros a procura da água nos poços com poucas condições para o uso doméstico e não só.ANG/LPG/ÂC//SG
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