Moçambique/Governo garante que não há ordem para atirar com balas reais contra manifestantes
Bissau, 21 Mar 25(ANG) -O
Ministro do Interior de Moçambique garantiu que não há orientações para que os
agentes da polícia, nas suas mais diversas unidades, usem balas reais na sua
actuação contra os manifestantes, referindo-se nomeadamente à morte por bala na
passada terça-feira de um homem durante uma manifestação num dos subúrbios da
capital.
Paulo Chachine considerou que os
agentes da polícia actuam em estrito respeito da lei, mas considera que em
casos de excessos, estão sujeitos a penalizações.
O baleamento mortal de manifestantes pela
polícia tem estado a ocorrer em Moçambique e o caso mais recente foi o de um
jovem na Casa Branca, na Matola, arredores de Maputo, na passada terça-feira.
Ontem, o Ministro do Interior garantiu, contudo, que não há ordens nesse
sentido.
“Não há ordens para uso de balas reais durante as
manifestações. Quando é que foram usadas balas reais? A polícia age dentro
daquilo que são os limites e dentro da lei, com os meios necessários naquele
momento e para cada actuação”, assegurou o governante.
Paulo Chachine que falava em Maputo, garantiu
que em casos comprovados de uso de balas reais, nenhum agente vai ficar impune.
“Em todo o momento e em todo o local em que há
excessos, há sempre responsabilização dos agentes e cada acto, cada facto e
cada momento é analisado casuisticamente e eu acredito que uma analise foi
feita. Se houve excessos e se houve falha, medidas foram tomadas ou serão
tomadas”,
vincou o Ministro do Interior.
Por sua vez, falando hoje durante uma
cerimónia em Maputo, o Presidente da República deixou um aviso aos manifestantes.
Ao declarar que são conhecidos e estão “bem identificados” os rostos
envolvidos nas manifestações pós-eleitorais, Daniel Chapo pediu atenção ao “incitamento à violência” através de
plataformas digitais.
Recorde-se que segundo os últimos dados da plataforma de observação eleitoral Decide, ascende a 361 o número de cidadãos mortos por baleamento pela polícia, no âmbito das manifestações decorrentes da contestação dos resultados das eleições gerais de 9 de Outubro do ano passado. As autoridades moçambicanas que, por sua vez, confirmam pelo menos 80 óbitos, contabilizaram a destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, de 177 escolas e de 23 unidades sanitárias durante as manifestações. ANG/RFI
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