Israel/Governo ordena anexação de áreas em Gaza até libertação dos reféns
Bissau, 21 Mar 25 (ANG) - O ministro da Defesa
israelita, Israel Katz, ordenou hoje ao exército a tomada de mais territórios
na Faixa de Gaza para serem anexados a Israel até que o Hamas liberte todos os
reféns.
"Quanto
mais o Hamas mantiver a sua recusa, mais território perderá, que será anexado a
Israel", afirmou num comunicado divulgado pelo ministério e citado pela
agência espanhola EFE.
Katz disse que as tropas devem retirar as
populações palestinianas das áreas adicionais ocupadas para expandir as zonas
de segurança e, assim, "proteger as comunidades israelitas e os soldados
israelitas através do controlo israelita permanente do território".
Até agora, Israel ordenou a evacuação dos
bairros orientais da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, e da cidade vizinha
de Beni Suheila.
Ordenou igualmente a evacuação de Beit Lahia,
no norte, onde as tropas lançaram uma operação terrestre.
As forças israelitas também ocuparam
parcialmente o corredor de Netzarim para separar o norte e o sul de Gaza, e
apelaram à população do norte para se retirar para o sul pela estrada costeira
de Rashid.
O ministro da Defesa avisou que Israel
"vai intensificar os combates com ataques aéreos, marítimos e terrestres,
expandindo as manobras terrestres", até que os 59 reféns ainda em Gaza
sejam libertados "e o Hamas seja derrotado".
Outras medidas incluem "a implementação
do plano de transferência voluntária" proposto pelo Presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump para os residentes do território palestiniano.
O plano de "transferência
voluntária" de Trump refere-se a uma saída da população de Gaza para outros
países para transformar o enclave palestiniano numa zona turística.
Muitas organizações internacionais e a
população árabe criticaram a proposta de Trump como um plano de limpeza étnica
dos habitantes de Gaza.
A população de Gaza está sujeita, há quase um
ano e meio, a uma guerra que já causou cerca de 50.000 mortos e uma crise
humana sem precedentes.
A ofensiva israelita na Faixa de Gaza foi
desencadeada pelos ataques do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023,
que causaram cerca de 1.200 mortos e de 250 reféns.
Katz reafirmou no comunicado que Israel
continua empenhado na proposta do enviado norte-americano para o Médio Oriente,
Steve Witkoff, para a "libertação de todos os reféns, vivos e mortos,
antecipadamente e em duas fases, com um cessar-fogo pelo meio".
A proposta prevê a prorrogação da primeira
fase do cessar-fogo por cerca de 50 dias, devendo metade dos reféns ser
libertada no primeiro dia e a outra metade no último dia.
A primeira fase do cessar-fogo iniciado em 19
de janeiro terminou em 02 de março, dia em que deveria ter começado a segunda
fase, que previa o fim duradouro das hostilidades em Gaza e a libertação dos
reféns no território palestiniano.
As negociações para a segunda fase não se
realizaram e a situação ficou num impasse até segunda-feira à noite, quando
Israel quebrou definitivamente o cessar-fogo com uma vaga de bombardeamentos
que matou centenas de palestinianos.
O grupo radical Hamas nunca aceitou a proposta
de Witkoff e exigiu desde o início que o acordo originalmente assinado fosse
cumprido, passando à segunda fase. ANG/Lusa
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