quarta-feira, 19 de março de 2025

Sociedade/ Relator Especial da ONU afirma que 74 por cento dos guineenses consomem água não bebível

Bissau, 19 Mar 25(ANG) – O Relator Especial das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos Humanos , Água Potável Segura e  Saneamento  afirmou hoje  que 74 por cento dos guineenses consomem água não bebível.

Pedro Arrojo-Agudo que falava em conferência de imprensa, disse que a estatística oficial feita durante a sua visita de 10 à 19 deste mês, aponta que apenas 24 por cento da população guineense  tem acesso à serviços de água potável gerido de forma segura.

Afirmou que para além de grande esforço associado a recolha da água, o próprio líquido é muitas vezes inseguro, carecendo de cloração e desinfeção adequadas.

O especialista se alarmou com  o facto de não haver acesso a água potável nas instalações sanitárias, nas escolas,  e nos centros de detenção.

Arrojo-Agudo disse que é urgente que o país dê prioridade à água e ao saneamento, se quiser melhorar a vida da sua população, em particular das mulheres e das crianças.

O perito da ONU sublinhou que o país tem um tesouro nos seus aquíferos(formações geológicas
que pode armazenar água subterrânea) e deve fazer esforços consistentes para os preservar, particularmente, à luz dos riscos crescentes colocados pelas alterações climáticas.

Recomenda que  os aquíferos da Guiné-Bissau sejam estudados e mapeados, a fim de os proteger e optimizar as suas utilizações.

 “Apesar disso, a Guiné-Bissau registou progressos nos acordos transfronteiriços assinados para gestão sustentável das  bacias hidrográficas e do aquífero atlântico,” afirmou.

Pedro Arrojo-Agudo disse que 80 por cento da população se debate  com problemas de salinidade nas zonas costeiras e diz que é urgente resolver o problema dos aquíferos devido a subida do nível do mar.

 “Um caso extremo que testemunhei nas comunidades insulares de Djobel, que não têm água e necessitam, urgentemente, de uma reinstalação condigna”, frisou.

Pedro recomendou ao Governo a tomada de  medidas imediatas para garantir que todos os centros de saúde tenham um abastecimento de água fiável e que a mesma deve ser recolhida em tanques seguras, e ainda exortou a realização de campanhas de  sensibilização do público sobre a importância da cloração da água.ANG/JD/ÂC//SG

 

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