Nagorno-Karabakh/ Arménia pede ao Azerbaijão que assine acordo de paz
Bissau, 20 Mar 25 (ANG) - A Arménia instou hoje o
Azerbaijão a assinar um acordo de paz, definido há uma semana, entre os dois
países do Cáucaso, que travaram duas guerras por causa do enclave de
Nagorno-Karabakh.
"Oesboço
do acordo de paz entre a Arménia e o Azerbaijão foi acertado e aguarda
assinatura", escreveu o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian, na
plataforma de mensagens Telegram.
"Proponho ao presidente do Azerbaijão,
Ilham Aliyev, que inicie consultas sobre a assinatura do acordo de paz, cujo
projeto foi aprovado" por ambas as partes, enfatizou.
Pachinian afirmou ainda que tinha instruído o
Ministério da Defesa para impedir qualquer violação do cessar-fogo entre as
partes, aludindo às recentes trocas de tiros relatadas por Baku na fronteira
comum.
"A Arménia está a caminhar para a paz,
não para a guerra", concluiu.
Os comentários do primeiro-ministro arménio
surgiram depois de o Governo do Azerbaijão ter apelado ao fim dos disparos
militares arménios contra posições azeris como "pré-requisito" para a
assinatura do acordo de paz.
No entanto, as autoridades arménias negaram o
incidente e consideraram as alegações como desinformação.
Em 13 de março, Azerbaijão e Arménia
definiram um acordo de paz na sequência de negociações destinadas a pôr um fim
a décadas de conflito entre os dois países rivais do Cáucaso.
Os dois países travaram duas guerras, uma
vencida pela Arménia após a queda da URSS, no início da década de 1990, e a
outra vencida pelo Azerbaijão, em 2020.
Ambos os conflitos foram travados pelo
controlo da região de Nagorno-Karabakh, no Azerbaijão.
As forças do Azerbaijão reconquistaram
finalmente toda a região aos separatistas arménios em setembro de 2023, após
uma ofensiva militar relâmpago.
Arménios e azeris têm estado envolvidos numa
série de confrontos transfronteiriços desde a sua independência da URSS, em
1991.
A Rússia, a União Europeia (UE) e os Estados
Unidos têm estado envolvidos em esforços de mediação em várias ocasiões.
As negociações bilaterais decorrem há vários
anos e têm sido marcadas por períodos de progresso e de tensão.
Em janeiro, Nikol Pachinian anunciou
progressos, mas sublinhou que dois artigos continuavam pendentes.
O chefe da diplomacia do Azerbaijão, por seu
lado, garantiu que "a Arménia aceitou as propostas do Azerbaijão sobre os
dois artigos do tratado de paz".
Segundo a mesma fonte, o Azerbaijão espera
que a Arménia altere a sua Constituição, que faz referência à declaração de
independência, um documento que menciona os pontos de vista de Erevan sobre
Nagorno-Karabakh.
A Arménia já reconheceu a soberania do Azerbaijão
sobre esta região montanhosa.
Na sequência da ofensiva azeri de setembro de
2023, Baku recuperou o controlo de Nagorno-Karabakh, forçando a fuga de quase
toda a população de etnia arménia, cerca de 100 mil pessoas.ANG/Lusa
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