quinta-feira, 14 de abril de 2022

 

Fecho de rádios/ LGDH exige  revogação da ordem de encerramento de 79 estações emissoras

Bissau, 14 Abr 22 (ANG) -  A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) exige do governo  a revogação imediata da ordem que considera de “imponderada” de encerramento compulsivo de 79 estações de radios sonora entre comerciais e comunitárias, por incumprimento das obrigações de renovação  das suas respectivas licenças de emissão.

A exegência da organização que defende os direitos humanos no país foi feita em conferência de imprensa pelo seu Presidente Augusto Mário da Silva, em jeito de reação à decisão do executivo que ordenou, em Conselho de Ministros passado, o fecho de 79 estações de rádios entre comerciais e comunitários.

Augusto Mário sustenta que ao  ordenar o encerramento compulsivo de estações de radiodifusão, sem qualquer pressuposto legal, o governo da Guiné-Bissau  “inicia a sua investida final conducente ao pretendido desmantelamento total do Estado de Direito Democrático para dar lugar ao Estado autocrático e ditatorial”, e que, por isso, condena a decisão.

O presidente da Liga considerou  de “ilegal e abusiva” a medida do executivo, “porque não teve por base nenhuma motivação de ordem legal, científica ou moral” mas sim, apenas e só, “o interesse político de eliminar o pluralismo, silênciar as vozes criticas e defraudar ou desvirtuar a democracia na Guiné-Bissau”.

De acordo com Augusto Mário da Silva a medida serve apenas e só para colocar em quarentena o pluralismo democrático e condicionar o exercício das liberdades fundamentais constitucionalmente asseguradas aos cidadãos.

O Presidente da LGDH manifestou a sua estranheza pelo conteúdo do comunicado da Inspeção-Geral da Comunicação Social, datado de 12 de Abril de 2022, que entre outros assuntos abordados, condiciona e limita o funcionamento das rádios comunitárias à conexão em cadeia com a Rádio Nacional, nos seus blocos noticiosos das 13h e 20h, numa “clara e grosseira” interferência na linha editorial das mesmas.

Mário da Silva acusou o governo de ignorar o papel estratégico desempenhado pelas estações emissoras, sobretudo as rádios comunitárias, no esforço de educação ambiental, participação cidadã, promoção da cultura de paz e desenvolvimento inclusivo.

Manifestou a sua  solidariedade para com todos os órgãos de comunicação social vítimas deste “regime alérgico” ao livre exercício dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.

Augusto Mário da Silva ainda instou os parceiros internacionais que ainda acreditam nos valores da liberdade, a interpelarem o governo no sentido da cessação imediata de todos os “atos arbitrários” que visam aniquilar o Estado de Direito Democrático na Guiné-Bissau.ANG/LPG/ÂC//SG

 

    África subsaariana/BM prevê desaceleração do crescimento económico

Bissau, 14 Abr 22(ANG) - O Banco Mundial (BM) prevê uma desaceleração do crescimento económico na África subsaariana para 2022, onde muitos países ainda estão a recuperar do choque da covid-19 e enfrentam agora as consequências da guerra na Ucrânia.

Num relatório semestral sobre as perspectivas macroeconómicas do continente publicado hoje, quarta-feira, a instituição prevê um “crescimento de 3,6% para 2022, abaixo dos 4% registados em 2021”.

“Esta desaceleração faz parte de um contexto regional marcado pela persistência de novas variantes de covid-19, inflação global, ruptura das cadeias de suprimentos e choques climáticos. A alta dos preços mundiais das ‘commodities’ (bens essenciais), que acelerou desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, soma-se aos demais desafios económicos da região”, explica-se no documento.

“Os maiores exportadores de alimentos do mundo, a Rússia – que também é o maior exportador mundial de fertilizantes – e a Ucrânia, respondem por uma parcela significativa das importações de trigo, milho e óleo de semente, e o fornecimento destes poderá ser interrompido no caso de o conflito continuar”, especifica o Banco Mundial.

O aumento dos preços do petróleo, gás e alimentos básicos provavelmente afectará particularmente as populações mais pobres das áreas urbanas, alerta.

Segundo a instituição, o impacto mais importante do conflito “poderia ser uma maior probabilidade de agitação civil que resultaria do aumento dos preços dos alimentos e da energia, num contexto de crescente instabilidade política”.

À medida que enfrentam “margens fiscais limitadas, os formuladores de políticas devem procurar opções inovadoras, como reduzir ou remover temporariamente as taxas de importação sobre alimentos básicos, para ajudar os seus concidadãos”, defendeu Albert Zeufack, economista-chefe do Banco Mundial para África.

No relatório também se sublinha que a recuperação económica pós-pandemia é desigual naquela região africana.

Assim, a recuperação permanecerá “lenta” nas três maiores economias do continente, Angola, Nigéria e África do Sul.

Se os dois primeiros mencionados poderão beneficiar do aumento dos preços do petróleo, a África do Sul ainda enfrenta problemas estruturais, em particular a falta de energia eléctrica.

“Países ricos em recursos, especialmente no sector extractivo, terão melhor desempenho económico em função da guerra na Ucrânia, enquanto países sem recursos naturais abundantes sofrerão uma desaceleração”, conclui o Banco Mundial. ANG/Angop

 

       Caju/ incidente com Maersk põe em causa  a campanha deste ano

 Bissau, 14 Abr 22 (ANG) - O incidente com Maersk é “muito grave” e a culpa do sucedido é do Governo da Guiné-Bissau, denuncia a Associação dos Importadores e Exportadores.

Em causa está a saída da empresa dinamarquesa do país. A Associação de Intermediários de Negócios prevê que a próxima campanha de caju, seja ainda mais complicada sem a Maersk. 

Mamadu Jamanca, presidente da Associação dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau, aponta o dedo ao Governo do país na gestão do incidente que levou à saída da empresa de transporte marítimo dinamarquesa Maersk do país. Facto que teve enorme impacto na campanha de comercialização da castanha de caju.

Em Agosto do ano passado, a Maersk viu-se envolvida numa polémica judicial em Bissau, que culminou com o arresto de um navio da companhia, que acabou por ser libertado mais tarde. O sucedido levou a empresa a abandonar a Guiné-Bissau.

Mamadu Jamanca em declarações à agência Lusa disse que “a questão da Maersk parecia logo à partida, uma questão simples, ultrapassável, porque não foi um problema muito grave, foi uma história mal contada”, mas “uma desonestidade tremenda na gestão e administração da coisa pública, que deu nisto como consequência”, lamenta.

De acordo com o presidente da Associação dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau saída do país da companhia, que opera em mais de 130 países e é uma das principais transportadoras de contentores no mundo, tem afectado a actividade do comércio na Guiné-Bissau.

Em 2020, por exemplo, explicou Mamadu Jamanca, o caju demorou quase cinco meses para chegar ao destino, perdendo qualidade. Os Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau aconselham o executivo que “foi o único responsável deste problema” a mandar chamar a empresa e a encontrar uma solução.

Lassana Sambú, presidente da Associação de Intermediários de Negócios da Guiné-Bissau, prevê que a próxima campanha de caju, a iniciar já em Maio até Setembro, poderá ser mais complicada ainda, sem a Maersk. 

A Guiné-Bissau está a tentar arranjar uma solução, através do recrutamento da empresa CMA que também faz transporte de contentores. Todavia, Lassana Sambú ressalva que a solução não é a mais desejável, uma vez que a CMA demora mais do dobro do tempo que a Maersk a fazer o mesmo percurso.

A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau, motor do crescimento económico do país, e da qual depende directa ou indirectamente 80% da população guineense.

Este ano o Governo fixou o preço mínimo  de compra de cada quilograma junto ao produtor em 375 fcfa. ANG/RFI

Ucrânia/Kremlin diz ser “inaceitável” que Biden acuse a Rússia de “genocídio”

Bissau, 13 Abr 22(ANG) – A presidência russa classificou hoje como “inaceitável” que o Presidente norte-americano, Joe Biden, tenha acusado as tropas russas de cometerem “genocídio” na campanha militar que a Rússia lançou há sete semanas na Ucrânia.

“Discordamos totalmente das declarações e consideramos inaceitáveis as tentativas de distorcer a situação. Além disso, é dificilmente aceitável que isto seja dito pelo Presidente dos Estados Unidos, um país que cometeu acções (condenáveis) bem conhecidas na história moderna e recente”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Na terça-feira, Biden utilizou a palavra “genocídio” pela primeira vez para descrever a campanha militar da Rússia na Ucrânia.

Ainda hoje, o Presidente francês, Emmanuel Macron, não utilizou o mesmo termo, por temer que uma “escalada de palavras” não coloque um ponto final na guerra.

Questionado pelo canal de televisão France 2 sobre as declarações do homólogo norte-americano, Macron disse que queria ser “cuidadoso com os termos”.

“Eu diria que a Rússia iniciou unilateralmente uma guerra brutal, que está agora estabelecido que foram cometidos crimes de guerra pelo Exército russo e agora temos de encontrar os responsáveis. É uma loucura o que está a acontecer, é inaudita a brutalidade, mas ao mesmo tempo olho para os factos e quero tentar quanto possível continuar a ser capaz de parar esta guerra e reconstruir a paz, por isso não tenho a certeza que a escalada de palavras sirva à causa”, explicou.

O porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, reagiu considerando que a posição de Macron era “decepcionante”.

Nikolenko criticou ainda o Presidente francês por dizer que os ucranianos e russos são povos fraternos, referindo que esse “mito começou a desmoronar-se em 2014” e que já não há “qualquer razão moral ou real para falar de laços fraternos” entre russos e ucranianos.

Na terça-feira, Joe Biden fez o comentário numa altura em que discutia os esforços da sua Administração para conter o aumento dos preços do gás em consequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Estou a fazer tudo o que está ao meu alcance com ordens executivas para reduzir os preços e fazer frente a esse pico de preços provocado por (o Presidente russo Vladimir) Putin. Os orçamentos das vossas famílias, a vossa capacidade para encher o depósito, nada disso deveria depender de um ditador declarar guerra e cometer um genocídio do outro lado do mundo”, disse Biden num evento no Estado de Iwoa.

A Rússia lançou em 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,6 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

ANG/Inforpress/Lusa

 

 

Tentativa do golpe de Estado/Presidente do parlamento diz que problemas devem ser resolvidos à mesa

Bissau,14 Abr 22(ANG) - O presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, defendeu quarta-feira que os problemas do país devem ser resolvidos à mesa e não com violência, referindo-se à tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro.

"É importante que o país viva em paz e estabilidade, se houver um problema devemos nos sentar à mesa, discutir francamente, de uma maneira profunda e responsável, e encontrar solução em vez de usarmos a violência", disse Cipriano Cassamá.

O presidente da Assembleia Nacional Popular, que esteve vários meses ausente do país, falava aos jornalistas após um encontro com o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, a quem foi manifestar solidariedade pelos acontecimentos de 01 de Fevereiro, e analisar outros assuntos de actualidade política nacional.

"Nós, enquanto poder legislativo não podemos compactuar com a subversão da ordem constitucional. O parlamento condena e eu pessoalmente condeno. Não podemos compactuar com tentativas de golpe de Estado e perturbação da ordem constitucional", sublinhou.

Segundo Cipriano Cassamá, o país precisa de ser "resgatada" de todos os erros que todos fizeram.

"Temos de assumir isso e deixar que as instituições da República funcionem. Eu penso que as instituições da República devem funcionar", sublinhou.

O presidente do parlamento disse também que informou ao chefe de Estado que a sessão do parlamento vai ter início a 10 de Maio e decorrer até  20 do mesmo mês, retomando depois em junho.

No encontro, em que também participou o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, foram abordados outros assuntos sobre a situação do país e o aumento dos preços, disse Cipriano Cassamá.

"O Governo vai fazer tudo para encontrar uma solução para diminuir os custos", acrescentou.

A 01 de Fevereiro homens armados atacaram o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a "gente relacionada com o tráfico de droga".

As autoridades detiveram cerca de 60 pessoas, segundo dados da Liga Guineense dos Direitos Humanos.

Na sequência dos acontecimentos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio à Bissau de uma força de apoio à estabilização do país.

Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.ANG/ÂC//SG

 

OMS/Mundo “não presta a mesma atenção às vidas de negros e brancos” – director-geral

Bissau, 14 Abr 22(ANG) – O director-geral da Organização Mundial da Saúde criticou na quarta-feira que o mundo “não presta o mesmo grau de atenção às vidas dos negros e às dos brancos”, comparando a atenção dada à Ucrânia e a conflitos noutros países.

 

“Toda a atenção prestada à Ucrânia é muito importante, é claro, porque [o que lá se passa] tem impacto em todo o mundo, mas não é dada sequer uma fracção dessa atenção ao Tigray (a região da Etiópia de que é originário, onde há um conflito armado devastador em curso), ao Iémen, ao Afeganistão, à Síria e a todos os outros”, lamentou Tedros Adhanom Ghebreyesus numa conferência de imprensa.

“Tenho de ser directo e honesto, o mundo não trata a raça humana da mesma maneira. Alguns são mais iguais que outros”, sustentou o responsável da OMS, parafraseando o escritor norte-americano George Orwell.

“E quando digo isso, magoa-me (…) É muito difícil de aceitar, mas é o que acontece”, insistiu, afirmando esperar que “o mundo recupere a razão e trate todas as vidas humanas da mesma forma”.

O director-geral da OMS falou longamente sobre a situação na sua região natal do Tigray, cujos responsáveis estão desde Novembro de 2020 em conflito armado contra as forças governamentais, afirmando temer que o cessar-fogo humanitário decretado a 24 de Março pelo Governo de Adis Abeba para deixar a ajuda humanitária entrar no Tigray, até então isolado de tudo, “não passe de uma manobra diplomática”.

Em vez dos 2.000 camiões de ajuda com bens de primeira necessidade que já deviam ter chegado à região, “chegaram apenas 20, no total, o que representa 1% das necessidades”, denunciou o dirigente da OMS.

“Na prática, o cerco entre forças etíopes e eritreias prossegue”, disse Tedros, que é médico, alertando que sem um acesso totalmente livre da ajuda, centenas de milhares de pessoas poderão ainda morrer.

O conflito, que começou em Novembro de 2020 e se propagou, durante algum tempo, além do Tigray, fez milhares de mortos e mergulhou na fome milhões de pessoas, sendo as duas partes acusadas de atrocidades.

“O que está a acontecer na Etiópia é trágico, as pessoas são queimadas vivas por causa da sua etnia, e por nada mais, e não tenho a certeza se isso foi levado a sério pela comunicação social”, comentou o responsável da OMS, acrescentando: “Precisamos de um equilíbrio. Devemos levar cada vida a sério, porque cada vida é preciosa”.  ANG/Inforpress/Lusa

 

quarta-feira, 13 de abril de 2022

   Prevenção contra coronavirus

No plano individual deve-se  manter o distanciamento físico, usar  uma máscara,  lavar as mãos  regularmente e tossir fora do alcance  dos outros. Façam  tudo isso!

A nossa mensagem às populações e aos governos é clara. Façam tudo isso!"

                                        ( Tedros Adhanom Ghebreyesus - DG da OMS)

Caso encerramento de rádios/Líder do PUN crtica que prioridade do Governo não devia ser encerramento de rádios

Bissau,13 Abr 22(ANG) – O líder do Partido de Unidade Nacional criticou  hoje que o encerramento de rádios à que muitas estações estão sujeitas não devia ser a prioridade do Governo.

Idriça Djalo reagia em conferência de imprensa à  decisão do Governo de encerrar 79 rádios do país por falta de regularização das licenças de emissão.

O líder do PUN sublinhou que a prioridade do actual executivo não devia ser a de encerramento das rádios, tendo em conta que existem outras, frisando que, hoje o Povo precisa de forma vital de comer, beber, de conhecimentos, de informação de forma a nortear as suas vidas.

“Nestes leques de necessidades alencadas estão os direitos à informação das populações, porque constitui uma das missões importantes dos Povos”, sublinhou.

Idriça Djaló disse que na história da Guiné-Bissau, todos viram o papel fundamental jogado pela comunicação social.

A titulo de exemplo, Djaló referiu que, uma das exigências de António Spínola para aceitar assumir as funções do Governador na Guiné-Bissau, era para dispor de uma Rádio com capacidade de cobrir todo o territorio nacional.

“Quero dizer com isso que Spínola, na sua época, tinha percebido a importância da comunicação social, mas não somente o Spínola, porque o próprio fundador da nacionalidade guineense, Amilcar Cabral foi buscar armas na Russia, China e outros países para levar a cabo a luta de libertação, mas nunca ignorou o papel da imprensa na altura”, frisou.

O líder do PUN, salientou que, foi por isso que se decidiu criar a Rádio Libertação, acrescentando que o PAIGC na altura importava aparelhos de rádios de marca “Panasonic”, e que eram distribuídos para todos os guerrilheiros.

“A importância que Cabral dava a arma tipo  kalasnikov AK-47, é a mesma, ou mais, dada a um aparelho de rádio que os combatentes tinham para acompanhar as informações e as orientações da luta que vinham da Guiné Conacri, da Direcção Superior do partido”, explicou.

Disse que, por isso, neste momento de paz e de democracia, as rádios têm um papel fundamental na criação daquilo que deve ser uma Nação, uma consciência cívica e responsablidade cidadã bem como uma ponte entre diferentes grupos que compõe a sociedade.

O Governo guineense mandou encerrar a partir de quinta-feira passada, dia 07 do corrente mês, "impreterivelmente" 79 rádios por falta de pagamento de emolumentos de licença de emissão, refere o Ministério da Comunicação Social.

Um comunicado emitido pela inspeção-geral do Ministério da Comunicação Social indicava que o prazo de 72 horas dado pelo ministro Fernando Mendonça para 88 rádios regularizarem a situação de licença de emissão "em falta".iria terminar, na quarta-feira, dia 13.

Algumas rádios entretanto já regularizaram as suas situações e retomaram as emissões.

Em causa está o pagamento de 250.000fcfa mensalmente por cada licenca provisória de emissão, e até o aviso final apenas cinco rádios tinham as suas situações regularizadas. ANG/ÂC//SG

 


Caso Mercado Central
/”Presidente da República deu instruções para inauguração da infraestrutura”, diz  Presidente da CMB

Bissau,13 Abr 22(ANG) – O Presidente da Câmara Municipal de Bissau(CMB), disse que o chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló deu instruções para a inauguração do Mercado Central, o mais rápido possível.

Luís Enchama falava hoje em conferência de imprensa em jeito de reação às acusações do Presidente da Associação Nacional dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, segundo as quais esta organização não foi informada do processo do lançamento do concurso para a gestão do Mercado Central.

“O Presidente da República recebeu terça-feira em audiência, o Presidente da Associação dos Retalhistas e a Direcçâo da CMB, numa inicitiva de mediação da polémica prevalecente sobre quem deve assumir a gestão do mercado”, explicou.

Luís Enchama disse que, na audiência que mantiveram com o Presidente da República, este recomendou  que o mercado seja inaugurado o mais depressa possível e avisou que só deverá albergar  comerciantes que reúnirem as condições exigidas.

A Câmara Municipal de Bissau lançou o concurso público para a gestão do empreendimento comercial, e  foi  ganho por uma empresa denominada “Dialo Petro Services2”.

Em conferência de imprensa realizada na segunda-feira, o Presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau, Aliu Seide disse que  a decisão da CMB não irá ajudar os feirantes do mercado.

“O que está a passar ali é muito triste. Como é que à um estrangeiro é cedido um espaço público nestas condiçês?. É lamentável. Tentamos várias vezes solicitar audiência com o Presidente da CMB mas sem sucesso. O ministro da Administração Territorial e Poder Local garantiu-nos que iria resolver o problema, mas até agotra não vimos nada”, lamentou Aliu Seide.

O Presidente da Câmara Municipal de Bissau disse aos jornalistas que o processo do concurso para a gestão do Mercado Centrall cumpriu todas as formalidades exigidas por lei e que todo o dossiê se encontra  no Tribunal de Contas.

Luís Enchama diz que a Associação dos Retalhistas não tem competência de exigir nada em relação ao processo de comparticipação na gestão do mercado, tendo em conta que a infraestrutura pertence ao Estado, neste caso, a Câmara Municipal de Bissau.

Aquele responsável afirmou que as obras do Mercado Central foram concluídas há mais de dois meses e que não houve inauguração até agora devido ao imbróglio entre a CMB e a Associação dos Retalhistas sobre a sua gestão.

“A CMB já está a sofrer prejuízos com o bloqueio do funcionamento do Mercado, porque já  paga dívidas ao banco que disponibilizou dinheiro para a sua reabilitação”, disse.

Afirmou que no encontro mantido com o Presidente da República  este aconselhou as partes para apresentarem as suas propostas sobre a forma de gestão do Mercado, até quinta-feira, contudo, reiterou que o dinheiro investido no imóvel deve ser recuperado.

O Mercado Central de Bissau foi consumido por um incêndio de origem desconhecido em 19 de Fevereiro de 2006, passados 16 anos, está agora reabilitado e modernizado, podendo  albergar 350 inquilinos para além de outros gabinetes, lojas e cacifos.ANG/ÂC//SG

 

 

OMVG/ Alto Comissário confirma pagamento de indemnização aos proprietários de zonas afectadas pelo projecto de electrificação subregional

Bissau, 13 Abr 22 (ANG)- O Alto Comissário da OMVG – Organização para o Aproveitamento da Bacia do Rio Gãmbia,El Hadji Lansana Fofana confirmou terça-feira que os proprietários de zonas rurais afectadas pelo projecto de electrificação sub-regional que abrange a Guiné-Bissau vão, até a proxima sexta-feira, receber as suas indemnizações.

Lansana Fofana, a saída de uma audiência com o Presidente Umaro Sissoco Embaló,  não revelou o montante a ser disponibilizado para o efeito, mas precisou que das 70 propostas de pagamento apresentadas o Banco Mundial concordou em pagar 54.

Aos que acharam que os seus direitos não foram tidos em conta, o Alto Comissário da OMVG recomenda o recurso à instancias judiciais.

Pede a colaboração de todos os implicados para a conclusão, à tempo, do projecto, e assegurou que as indemnizações vão ser todas pagas mas avisa que quem não tiver o direito a indemnização mas que decide perturbar o projecto será levado à justiça.

A Guiné-Bissau não tem em dia as suas cotizações  perante a OMVG,  e El Hadji Fofana apresentou a situação ao Presidente da República.

“Sua execelência tomou o engajamento para pagamento, mesmo que  parceal desses atrasados, e deu instruções ao ministro dos Recursos Naturais e Energia para, na reunião do Conselho de ministros, apresentar o ponto de situação da dívida da Guiné-Bissau perante a OMVG”, disse Fofana.

O projecto de interconexão eléctrica a partir da barragem de Kaleta, na vizinha República da Guiné-Conacri, deverá ficar concluida em Dezembro próximo, e abrange a Guiné-Bissau, Gâmbia, Senegal e Guiné-Conacri.

Segundo Fofana,  ainda  tem a componente de electrificação rural que no caso guineense deverá beneficiar as localidades de Saltinho, Bambadinca e Bissau, numa extensão de 1670 quilômetros.

O Alto Comissário para a OMVG confirmou a construção, na Guiné-Bissau, da barragem de Saltinho, no Sul do país, que terá a capacidade produção de 50 megawots de energia, e disse  que  os estudos para o efeito estão na fase conclusiva.

Várias famílias rurais viram as suas hortas de caju, habitações e outros bens detruidas devido a necessidade de instalação de equipamentos de transformação,redistribuição e conduta  de corrente electrica para a capital Bissau. ANG//SG

 

Ucrânia/Cidade de Mariupol "está perdida" enquanto ofensiva russa avança

Bissau, 13 Abr 22 (ANG) - Ao 48° dia da invasão russa à Ucrânia, a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país, continua a ser uma das mais afectadas pela ofensiva de Moscovo.

Segundo o exército ucraniano, já morreram "dezenas de milhares de pessoas" nos combates das últimas semanas.

Sandra Fernandes, professora especialista da Rússia da Universidade Portuguesa do Minho, defende que a batalha em Mariupol está já perdida para os ucranianos. 

"As informações que nos chegam é de que existe uma última bolsa de resistência, nomeadamente, pelas forças Azov e que a cidade está perdida e indo ao encontro daquilo que se afigura ser o objectivo da Rússia, de criar um corredor no sul da Ucrânia para garantir o controlo do mar de Azov e parte do mar negro, da costa da Ucrânia nessa frente marítima", começou por explicar a professora universitária aos microfones da RFI.

Sandra Fernandes falou depois sobre a importância da tomada de Mariupol. "Para os russos e, em particular para Putin, configura-se como uma saída política também, no sentido de apresentar uma vitória", defendeu a especialista em assuntos russos.

A docente universitária salientou ainda que existe uma bipolarização entre a situação actual que se vive em Mariupol e no leste da Ucrânia, mais precisamente na região do Donbass, e em Kiev, capital ucraniana.

"Em Kiev, vemos uma certa normalização da vida e, aliás, um regresso das visitas políticas de alto nível. No fim-de-semana, por exemplo, a da Presidente da Comissão Europeia. Para além disso, está também prevista a visita de parlamentares alemães. Há um contraste muito grande entre esta normalização da capital e o aumento do nível de terror nestas zonas da Ucrânia que inclui o Donbass e Mariupol", explanou.

Nas últimas horas, o batalhão Azov acusou a Rússia de ter usado armas químicas em Mariupol. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda não confirmou esta informação e o governo britânico diz "estar a investigar" os factos. Para a professora especialista da Rússia da Universidade Portuguesa do Minho, a hipótese da utilização de armas químicas por parte de Moscovo é verosímil, tendo em conta o historial passado na Rússia noutros conflitos. 

 

"Se nós compararmos aquilo que são os instrumentos bélicos utilizados pela Rússia noutros teatros como, por exemplo, aqueles que são muito referidos ultimamente, que são as duas guerras da Chechénia ou o envolvimento da Rússia junto de Bachar al-Assad na Síria, é verosímil sim a utilização desse tipo de armamentos", defendeu a especialista.

Para Sandra Fernandes, se for comprovada a utilização de armas químicas, estaremos "numa nova etapa do terror e numa escalada do conflito" e haverá uma "pressão diplomática" para que outros países tomem uma posição.

"Se olharmos, por exemplo, para a conversa telefónica que houve ontem entre o Presidente Joe Biden e o Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi, temos aqui claramente uma Índia que não está a aprovar as sanções. Claro que está no seu posicionamento, uma vez que tem uma relação muito específica de proximidade com a Rússia, dependente de importações, mas digamos que esta escalada do conflito também permite o aumento da pressão diplomática para isolar a Rússia", rematou.

Entretanto, nas regiões separatistas de Lugansk e Donetsk, no leste do país é esperada uma nova ofensiva russa, que, segundo disse um alto funcionário ucraniano, esta segunda-feira, já terá começado.

Questionada sobre a leitura que faz deste possível avanço russo na região do Donbass, a professora Sandra Fernandes foi peremptória: "a leitura é novamente aquela de Putin poder apresentar uma vitória face àquilo que são os objectivos que a propaganda russa não deixou cair".

"Esta intensificação e aumento do terror no leste da Ucrânia e aquilo que estamos a ver nos dias de hoje em Mariupol configura a necessidade do Presidente russo apresentar uma vitória", concluiu, voltando a fazer referência aos anseios do Presidente russo.

Recorde-se que a invasão russa à Ucrânia começou a 24 de Fevereiro e, desde essa data, há registo de centenas de mortos, bem como mais de 11 milhões de refugiados.

Segundo as Nações Unidas, existem cerca de 13 milhões de pessoas a precisarem de ajuda humanitária devido ao conflito. ANG/RFI

 

 


Comércio
/ Primeiro-ministro promete medidas para regular preços de bens de primeira necessidade

Bissau, 13 Abr 22 (ANG) – O Governo tudo “irá fazer para atenuar a subida dos preços dos combustíveis, assim como vai tomar um conjunto de medidas para regular os preços dos principais produtos de primeira necessidade”.

A promessa é do Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam e foi tornada pública  na sua pâgina oficial no Facebook.

O primeiro-ministro refere que o Governo está atento “às consequências que podem advir da particular conjuntura internacional, como a guerra na Ucrânia e outros aspetos ligados ao comércio internacional.

 Nuno Gomes Nabiam esteve terça-feira reunido com alguns ministros e outras entidades com as quais analisou o aumento do preço dos combustíveis e dos produtos de primeira necessidade.

O presidente da Associação dos Consumidores de Bens e Serviços da Guiné-Bissau, Bambo Sanhá, alertou na semana passada que um eventual aumento dos preços dos combustíveis no país podia causar um “caos social”, depois dos aumentos dos preços dos bens de primeira necessidade.

Desde o início da pandemia da covid-19 que os preços dos bens alimentares têm vindo a aumentar na Guiné-Bissau, nomeadamente peixe, carne, fruta, vegetais, pão, óleo, açúcar, farinha e arroz, que é a base alimentar dos guineenses.

A Guiné-Bissau importa quase tudo e está dependente das variações dos preços praticados nos mercados mundiais, que têm aumentado devido à crise energética e à guerra na Ucrânia. ANG/Lusa

 

       Covid-19/ Novos casos e óbitos continuam a baixar no mundo – OMS

 Bissau, 13 Abr 22(ANG) – O número de novos casos confirmados e de mortes causadas pela covid-19 continuou a cair no mundo na última semana, segundo dados publicados hoje no relatório epidemiológico semanal da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Esta é a terceira semana consecutiva em que ambos os indicadores decrescem para uma taxa, nos últimos sete dias, de 24% e 18%, respetivamente.

O total global da semana passada foi de sete milhões de novos casos de covid-19 e mais 22.000 mortes, com declínios observados em todas as regiões.

Com isso, o número total de pessoas infetadas desde o início da pandemia e que passaram por um teste diagnóstico sobe para 496 milhões, enquanto as mortes chegam a seis milhões globalmente.

A OMS insistiu que estas tendências positivas devem ser interpretadas com cautela, na medida em que muitos países estão a mudar a estratégia de testagem e os testes diminuíram consideravelmente, levando a detetar menos casos dos que os que realmente existem.

Na semana passada, os Estados Unidos registaram o maior número de mortes (3.682), seguidos pela Coreia (2.186), Rússia (2.008), Alemanha (1.686) e Brasil (1.120).

A Europa e a região do Pacífico Ocidental, que inclui a China, tiveram os maiores declínios no número de casos, ambos de 26%.

A África foi o continente com o declínio mais acentuado nos óbitos (-40%).

No mesmo relatório epidemiológico, a OMS indicou que continua a monitorizar várias subvariantes da variante Ómicron, que representa 99,2% de toda a sequenciação genética realizada no mundo.

Desta forma, os cientistas estão a acompanhar a evolução das subvariantes BA.1, BA2, BA3, bem como as mais recentes BA.4 e BA.5, e das formas recombinada de BA.1 e BA.2, a fim de determinar as suas características e compreender o possível impacto na saúde pública.

A OMS também confirmou que, embora a Ómicron possa contornar a imunidade oferecida pelas vacinas, estas continuam a ser eficazes na prevenção de doenças graves e na hospitalização. ANG/Inforpress/Lusa

 


XVII congresso do PAICV
/  Delegados  condenam “restrições de actividades políticas ao PAIGC”

Bissau, 13 Abr 22 (ANG) – Os delegados ao XVII  congresso do Partido Africano da Independência de Cabo-Verde (PAICV) decorrido entre 8 e 10 de Abril, em Cabo Verde  condenaram as restrições de actividades políticas ao PAIGC, resultantes do efeito suspensivo de  uma decisão judicial.

 A informação consta num comunicado à imprensa do PAIGC, à que a ANG teve acesso hoje, assinado pelo seu Secretário-geral Aly Hijazi.

“Os delegados reafirmaram a sua solidariedade com o PAIGC e o seu Presidente, tendo apelado aos militantes a se mobilizarem a volta da actual liderança visando a procura de vias para a resuloção dos problemas com que a Guiné-Bissau enfrenta e que têm condicionado o bem-estar e o desenvolvimento do país”, refere o comunicado.

De acordo com o comunicado, exortaram as organizações regionais e a comunidade internacional a assumirem uma posição firme contra o que os referidos delegados dizem ser  “atentados à Democracia e ao Estado de Direito”.

O PAIGC foi  representada no XVII congresso do PAICV, que decorreu sob o lema “ juntos por Cabo-Verde”, pela 2ª vice-presidente do partido, Maria Odete Costa Semedo.

No seu discurso, segundo  comunicado, Maria Odete Semedo destacou a actual situação política e social da Guiné-Bissau, com acento tónico nas “tentativas dos actuais detentores do poder de impedir o exercício dos Direitos e das Liberdades fundamentais”.

Odete Semedo invocou a “ataque das forças de segurança à sede do PAIGC” no passado dia 18 de Março,que o partido diz ter  impedido a realização da reunião do Comité Central, além de sucessivos bloqueios a realização do X congresso do partido.  ANG/LPG//SG

 

Ucrânia/”Mais de mil militares ucranianos renderam-se em Mariupol”, diz Ministério russo

Bissau, 13 Abr 22 (ANG) – Mais de mil militares da Ucrânia renderam-se às forças da Rússia em Mariupol, cidade cercada há semanas, disse hoje o Ministério da Defesa russo.

“Na cidade de Mariupol, na área da metalúrgica Ilyich (…), 1.026 militares ucranianos da 36.ª brigada de infantaria da Marinha depuseram voluntariamente as armas e renderam-se”, disse o Ministério russo num comunicado.

Segundo a mesma fonte, 150 militares ficaram feridos e foram tratados no hospital Mariupol.

Durante a noite de terça-feira para hoje, uma reportagem da televisão pública russa transmitida no Rossiya 24 anunciou a rendição de mais de mil soldados ucranianos em Mariupol.

As filmagens mostraram homens em uniformes de camuflagem a carregar feridos em macas ou a ser interrogados em pé no que parece ser um porão.

Na terça-feira, as autoridades regionais do sudeste da Ucrânia estimaram em pelo menos 20.000 mortos o número de vítimas em Mariupol, bombardeada por mais de 40 dias.

A luta está agora concentrada na gigantesca zona industrial da cidade.

Tomar Mariupol permitiria aos russos consolidar os seus ganhos territoriais na faixa costeira ao longo do Mar de Azov, ligando a região de Donbass à península da Crimeia, que os russos anexaram em 2014.

A Rússia lançou em 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

ANG/Inforpress/Lusa

 

 

Comércio/”Aumento dos preços no país é conjuntural”, diz Presidente da Associação de Importadores e Exportadores

Bissau,13 Abr 22(ANG) - O presidente da Associação Nacional dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau, Mamadu Jamanca, considerou terça-feira que o aumento dos preços dos produtos no mercado é conjuntural, e diz  que  o país está muito exposto a qualquer mexida nos preços porque “importa tudo”.

Estamos perante uma questão conjuntural, que infelizmente não está sob nosso controlo. A Guiné-Bissau sendo um país pobre, um país pequeno, e tendo em conta a questão conjuntural, é um país vulnerável e torna-se muito exposto a sentir qualquer mexida no aumento dos produtos”, afirmou Mamadu Jamanca, quando questionado pela Lusa sobre o aumento dos preços no país.

Desde o início da pandemia que a Guiné-Bissau tem registado um enorme aumento dos preços, com especial incidência nos últimos meses.

Mamadu Jamanca responsabiliza as autoridades guineenses que ao longo dos anos não apostaram no país, mantendo apenas a retórica de que a Guiné-Bissau é promissora e com muitas possibilidades.

“Os governantes têm de mudar as políticas de importação e começar a apostar e a investir na produção local dos produtos da cesta básica. Felizmente, a Guiné-Bissau tem uma impressionante capacidade de terra arável e temos muito a aproveitar”, disse.

Mamadu Jamanca explicou que a solução passa por “investir para mecanizar a agricultura, a pesca e as indústrias de processamento de produtos locais”.

O presidente da Associação Nacional de Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau explicou que o aumento dos preços se deve à pandemia da covid-19, à crise no preço dos combustíveis e à guerra na Ucrânia.

Segundo Mamadu Jamanca, os confinamentos provocaram uma queda de produção, os estoques baixaram e a procura aumentou.

“Quando o custo de produção aumenta, o custo do produto aumenta. É exatamente o que se está a viver no mundo, não só na Guiné-Bissau”, salientou.

Mamadu Jamanca disse que foram feitos alertas ao Governo para encontrar “soluções locais para fazer face às circunstâncias”.

“O país importa tudo e mais alguma coisa e não se dá ao trabalho de produzir para fazer face a este tipo de fenómenos”, disse, recordando que o aumento dos preços dos combustíveis teve um impacto nos custos dos transportes marítimos.

Sobre a recente guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o presidente da Associação Nacional de Importadores e Exportadores disse que já se está a fazer sentir, uma vez que a Ucrânia é um dos maiores produtores mundiais de trigo e de girassol.

“A Guiné-Bissau não tem diretamente relação comercial com a Ucrânia, mas importa indiretamente produtos vindo lá, como óleo alimentar e farinha de trigo, podem vir de outro país, mas a matéria-prima veio da Ucrânia. Tem um impacto brutal na vida económica e social na Guiné-Bissau e temos de nos precaver para fazer face a esta circunstância”, advertiu.ANG/Lusa