quarta-feira, 23 de abril de 2025

      India/Atentado  mata 26 pessoas e faz pelo menos 17 feridos

Bissau, 23 Abr 25 (ANG)  - A estância turística de Pahalgam, situada na região montanhosa da Caxemira, no norte da Índia, foi palco de um ataque violento a 22 de abril de 2025, que resultou em 26 mortos e 17 feridos entre civis, maioritariamente turistas indianos. 


Homens armados abriram fogo na proximidade de um dos locais mais populares da estância turística, matando 26 pessoas. Entre as vítimas, encontrava-se um cidadão nepalês, sendo os restantes de nacionalidade indiana.

Este ataque, o mais letal contra civis na Caxemira desde o ano 2000, ocorre num contexto de tensões prolongadas entre a Índia e o Paquistão, ambos reclamando a soberania sobre a região.

As autoridades indianas reagiram de imediato. O Primeiro-ministro Narendra Modi, de regresso de uma visita oficial à Arábia Saudita, condenou veementemente o ataque, classificando-o de "acto odioso" e prometendo que os responsáveis serão "levados à justiça".

Por sua vez, o exército indiano lançou uma operação de grande escala para capturar os agressores, reforçando patrulhas e o destacamento militar na região.Até ao momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque.

O Ministro-chefe do Estado de Jammu e Caxemira, Omar Abdullah, expressou o seu desagrado, lamentando um "êxodo dos nossos convidados". Este ataque representa um "golpe sério" nos esforços das autoridades para consolidar a região como um destino turístico seguro e atractivo.

Desde a alteração do estatuto especial da Caxemira em 2019, o governo indiano tem tentado relançar a economia local, com o turismo a ser um dos pilares dessa estratégia.ANG/RFI

 

Obituário/PAIGC considera “perda universal” desaparecimento físico do líder da Igreja Católica Papa Francisco  

Bissau, 23 Abr 25 (ANG)- O  Partido Africano da Independência de Guiné e Cabo-Verde (PAIGC)  considerou o  desaparecimento físico do líder da Igreja Católica, Papa Francisco, de uma “perda universal” ,  por o sumo pontífice ter lutado para  afirmação da justiça social no mundo. 

A reação do PAIGC à morte ,segunda-feira, do Papa Francisco foi tornada pública em Nota de Pesar do partido, em solidariedade para  com a comunidade cristã devido a morte do Papa Francisco do dia 21 de Abril corrente,  dia após a celebração da festa de morte e Ressurreição de Jesus Cristo (Páscoa).

Na nota, a direção do PAIGC  destaca o papel do sumo pontífice como líder espiritual de dimensão mundial, sublinhando o seu contributo fundamental na promoção da paz, especialmente num mundo marcado por guerras, conflitos,  desigualdades sociais, clivagens e divisões.

“O desaparecimento físico do Papa Francisco constitui uma grande perda não só para a comunidade cristã assim como para todos os cidadãos do mundo que comungam dos mesmos valores da paz, justiça e igualdade social que o papa professou nos 12 anos do seu pontificado”, lê-se na nota.

No mesmo documento, o PAIGC refere que o Papa era  considerado para muitos dos seus apóstolos e seguidores o “farol moral” e dos melhores interpretes da santidade cristã.

“O evangélico do Papa Francisco ficou marcado pelo seu intervencionismo na defesa de um mundo igual para todos, no qual se deve governar com razão em prol do bem-estar comum”, refere a nota.

Igualmente  em Nota de Pesar, a Coligação política  Aliança Patriótica Inclusiva- Cabaz Garandi (API-CG) destaca o legado do Papa Francisco enquanto símbolo de humildade, justiça social, dialogo inter-religioso e defesa dos mais vulneráveis no mundo.

“Papa Francisco será sempre lembrado pelo seu incansável esforço à favor da paz, da dignidade humana e da fraternidade universal. O seu legado transcende fronteiras políticas e religiosas, inspirando todos  os que lutam por um mundo mais justo e solidário”, refere API na nota de pesar.

O líder espiritual mundial Papa Francisco faleceu no dia 21 de Abril em curso, vítima de alteração vascular cerebral e paragem cardíaca irreversível. ANG/AALS//SG

 

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Fonte:BCEAO

Suíça/OMS anuncia reorganização e despedimentos devido a redução de financiamento dos EUA

Bissau,  23 Abr 25 (ANG) - O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que os cortes orçamentais dos Estados Unidos estão a deixar as contas da agência da ONU no vermelho, obrigando-a a reduzir operações e a despedir pessoal.


"A recusa dos Estados Unidos em pagar as suas contribuições para 2024 e 2025, combinada com os cortes na ajuda pública ao desenvolvimento de alguns outros países, significa que enfrentamos um défice na folha de pagamentos para o biénio 2026-2027 entre 560 e 650 milhões de dólares", disse Tedros Ghebreyesus aos Estados membros, de acordo com uma transcrição do seu discurso.


A agência de saúde das Nações Unidas prepara-se há já algum tempo para a retirada total dos Estados Unidos, historicamente de longe o seu maior doador, em Janeiro próximo.

ANG/Inforpress/Lusa

 

  França/UNESCO reconhece arquivos sobre a escravatura em Cabo Verde

Bissau, 23 Abr 25 (ANG) - O projecto "Documentos sobre a Escravatura nos Arquivos da Secretária-geral do Governo de Cabo Verde - 1842-1869" foi reconhecido na edição de 2025 do programa da UNESCO, que visa preservar o património documental da humanidade.

 Em entrevista à RFI, o teólogo e historiador cabo-verdiano Jairzinho Lopes Pereira afirma que esta distinção é o reconhecimento do trabalho realizado pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde, sublinhando ainda que estes documentos desempenham um papel fundamental na preservação da memória da escravatura.

O que representa este reconhecimento da UNESCO para Cabo Verde?

Trata-se do reconhecimento da UNESCO pelo trabalho que tem sido feito pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, em Cabo Verde, através do Instituto do Arquivo Nacional de Cabo Verde, no sentido de promover a preservação do espólio documental, que é de grande importância.

Um segundo aspecto diz respeito ao reconhecimento do valor — não só científico, académico, cultural, mas também patrimonial — que a UNESCO atribui a este Fundo da Secretaria-Geral do Governo, relativo à escravatura.

Há um terceiro elemento que gostaria de realçar, que tem a ver com o estímulo, pois tenho a certeza de que, após este reconhecimento, os documentos do Fundo passarão a ser mais conhecidos.

Este arquivo é constituído por quantos documentos e em que estado se encontram?

Não posso dar detalhes precisos dos números. Sei que são quatro caixas, com muitos livros, manuscritos e também documentos avulsos.Trabalhei pessoalmente neste Fundo e o que posso dizer é que são registos de grande importância para o estudo da escravatura na zona do Atlântico, sobretudo no caso de Cabo Verde.

Como sabe, existiu na Cidade Velha, [na ilha de Santiago] um entreposto de grande importância no que toca ao tráfico transatlântico. Portanto, acho que o reconhecimento vem mesmo a calhar e é totalmente merecido.

Qe importância têm estes documentos para a preservação da memória, nomeadamente da memória da escravatura em Cabo Verde?

Têm uma importância enorme. A diversidade dos documentos remete para a quantidade e variedade de informações ali presentes. Depois, há um outro aspecto, uma vez que temos, nestes documentos, um conjunto de realidades díspares e até divergentes que são importantes para perceber a questão da memória e da preservação. Primeiro, estamos a falar de duas fases distintas — no século XVII até ao século XVIII, temos um período em que a escravatura está em vigor, em que os movimentos abolicionistas ainda são tímidos. Mas depois, no século XIX, sobretudo após a abolição da escravatura na Grã-Bretanha, ou na Inglaterra, surge a questão da pressão inglesa sobre as outras colónias, no sentido de também avançarem com a abolição da escravatura.

É aí que entra o caso português e a Comissão Mista instalada na Boavista, que surge na sequência de um tratado assinado entre Portugal e Inglaterra, em 1842, com vista à abolição progressiva da escravatura nas colónias portuguesas.

O que traz de novo essa informação?

Permite-nos, por exemplo, perceber como é que a Inglaterra, através da Marinha, desenvolvia todo um conjunto de acções não só para pressionar, mas também para vigiar. Dispomos das correspondências dos cônsules, dos representantes da Foreign Office na Boavista, informações sobre como os portugueses violavam constantemente o Tratado de 1842.

Dispomos, igualmente, de um conjunto de casos de violência contra escravos libertos que são relatados à Foreign Office em Londres e também nos permite comparar as informações desta parte da Comissão Mista, com uma outra comissão que se instalou em Cabo Verde: a Junta Protectora de Escravos e Libertos de Cabo Verde.

Para além de permitir a preservação da memória, estes novos dados vão permitir aos investigadores actualizarem a história?

Actualizar a historiografia, sim. Mas também temos de nos lembrar que este Fundo já existia há algum tempo. Porém, isto vai permitir um tratamento mais adequado, actualizar a produção historiográfica nesta matéria e também possibilitar novas análises, tendo em conta um conjunto de informações que muitos investigadores poderão não ter tido o cuidado de explorar devidamente.

Quando fala desse conjunto de informações, refere-se, por exemplo, aos nomes, ao sexo e ao local de nascimento dos escravos?

Refiro-me, sobretudo, a dados que têm a ver com o tratamento dos escravos, com questões de masculinidades, com a violência praticada sobre os escravizados.

Falo sobre a rotina diária dos escravos, sobre os registos de baptismo, e sobre as informações que constam nas cartas de missão ou nas chamadas cartas de alforria.Refiro-me ainda, por exemplo, à informação sobre a religiosidade e a espiritualidade dos escravos.

Portanto, um conjunto de elementos que nos permitem reconstruir a realidade da escravatura em Cabo Verde.

Dados importantes para o estudo da escravatura no país…

Evidentemente. Até porque, em Cabo Verde, não temos propriamente nenhum estudo actualizado e sistemático sobre a escravatura. Parece difícil de acreditar, mas o último grande estudo sistemático e detalhado que temos sobre a escravatura é da autoria do historiador António Carreira.

Urge actualizar o estudo da escravatura e com toda a importância que este tema assume na História, Cabo Verde não tem tido a atenção que merece por parte dos académicos.

Este reconhecimento da UNESCO poderá ser um novo incentivo?

Acredito que sim. Eu já estudei a questão da escravatura em Cabo Verde, mas sobretudo através de artigos especializados sobre temas específicos — mais relacionados com a missionação, com a história eclesiástica, com o baptismo dos escravos, com a violência colonial. Mas há muitos outros aspectos que podem ser estudados e que ainda não o foram.

Esta distinção pode contribuir para que se avance nos movimentos de reparação?

Evidentemente. Hoje há já um renovado interesse em torno da questão da violência colonial, sobretudo em relação aos movimentos de reparação pelas barbaridades cometidas durante o período colonial. Ainda há dias houve uma reunião. em Nova Iorque, nas Nações Unidas, promovida por um grupo de descendentes de africanos que estão a explorar esta questão das reparações.

Há todo um movimento internacional e acho que estes Fundos devem servir de base de estudo e preparação para fazermos um trabalho mais sério e mais objectivo nesta luta pelas reparações.

A Unesco reconheceu ainda a candidatura conjunta dos livros e registos de escravos entre Angola, Moçambique e Cabo Verde. "Recenseamento de escravos em Angola, Cabo Verde e Moçambique determinado por decreto português de 14/12/1854". Trata.se de um projecto com 79 livros de registo de escravos nestes trés países, criados principalmente entre 1856 e 1875. A Unesco afirma que estes registos são sobre "uma época em que a escravidão tinha oponentes em todo o mundo" e que esses livros "forneciam registos detalhados, incluindo nomes, sexo, local de nascimento, idade, características físicas, ocupações e informações sobre proprietários de escravos".ANG/RFI

        Médio Oriente/Presidente Abbas pede que Hamas liberte reféns

 Bissau, 23 Abr 25 (ANG)-Opresidente do Estado da Palestina, Mahmoud Abbas, apelou, esta quarta-feira, ao grupo islamita palestiniano Hamas para que liberte os reféns israelitas que ainda são mantidos em Gaza.

"O Hamas tem dado como desculpa a ocupação criminosa para cometer crimes na Faixa da Gaza, sendo a mais proeminente o sequestro dos reféns", afirmou Abbas numa reunião em Ramallah, segundo a AFP. 

E acrescentou: "Sou eu quem paga o preço, as nossas pessoas pagam o preço, não Israel. Apenas entreguem-nos".

De recordar que, na quinta-feira passada, o Hamas rejeitou uma proposta israelita para uma trégua de 40 dias na Faixa de Gaza, que implicaria a libertação de 11 reféns vivos no início e a entrega de 16 outros, mortos, ao fim de dez dias. 

Segundo a proposta, Israel estipulou que o Hamas deveria fornecer "informações sobre todos os prisioneiros israelitas, vivos ou mortos, no quinto dia de tréguas".

A proposta rejeitada pelo Hamas prevê, paralelamente, a realização de negociações durante o período de tréguas para completar a fase seguinte do acordo.

Há ainda 59 reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas, dos quais Israel acredita que apenas 24 estejam vivos.

A guerra foi desencadeada pelos ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 250 reféns. ANG/Lusa

terça-feira, 22 de abril de 2025

Balanço Páscoa/Serviço de Urgência do HNSM registou um óbito em 146 casos para assistência registados

Bissau,22 Abr 25(ANG) – O Diretor do Serviço de Urgência do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM), disse que registaram um óbito em 146 casos que deram entrada naquela instituição durante a celebração da Páscoa, entre os dias 19 e 21 do corrente mês.

“Recebemos 146 casos, dentre os quais 12 de acidentes de viação, 12 de agressões físicas e registamos um óbito”, informou Bubacar Sissé, em declarações à imprensa.

Aquele responsável disse que todos os acidentes de viação envolveram as motos.

No ano passado, o Diretor do Serviço de Urgência do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM), frisou que receberam 78 casos sendo 22 de acidentes de viação, 31 casos de agressões físicas e dois óbitos.

“Por isso, podemos considerar que o balanço deste ano é negativo porque registamos um óbito, embora com menos número de acidentes”, disse.

Bubacar Sissé aconselhou aos autoridades competentes a reforçarem as medidas de segurança em diferentes festividades que ocorrem no país, para a proteção de   utentes rodoviários. ANG/ÂC//SG



 

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 Fonte. BCEAO

         Vaticano/Exéquias do Papa Francisco previstas para 26 de Abril

Bissau, 22 Abr 25 (ANG) - Após o falecimento do Papa Francisco, ocorrido no dia 21 de abril de 2025, o seu corpo repousa na capela da Residência Santa Marta, onde morava.

A partir de 23 de abril, o corpo será exposto na Basílica de São Pedro, permitindo aos fiéis prestar-lhe uma última homenagem antes do seu enterro.

Conforme tinha pedido as exéquias vão decorrer, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. A missa fúnebre será presidida pelo Cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais e vai se realizar no dia 26 de Abril, às 10h00.

Após a cerimónia, o corpo será transferido para a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para a inumação. O corpo do Papa Francisco será colocado dentro de um simple caixão de madeira coberto de zinco e sepultado num túmulo, com a inscrição "Franciscus", de forma a respeitar o seu desejo de simplicidade e humildade.

Já foram confirmadas as presenças no seu funeral de diversos chefes de Estado, entre os quais o presidente americano Donald Trump, o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o presidente argentino Javier Milei.

De acordo com a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis, um conclave terá início entre 1 e 6 de Maio de 2025, com o objectivo de eleger o novo chefe da igreja católica. 135 cardeais vão decidir o nome do futuro soberano pontífice. Para ser eleito, é necessário reunir dois terços dos votos. Três principais candidaturas se destacam. O italiano Pietro Parolin, actual número dois do Vaticano, bem consolidado na Cúria Romana. O filipino Luis Antonio Tagle, progressista e reformista, com a vontade de descentralizar o poder católico, à semelhança do Papa Francisco. Por fim, o húngaro Peter Erdö, tradicionalista, mais conservador, com reservas relativamente a questões como a homossexualidade ou o casamento após um divórcio, por exemplo.

Para já, nenhuma informação oficial ainda foi divulgada sobre qualquer candidato, e o segredo do conclave deverá ser rigorosamente respeitado, conforme ditam as tradições. ANG/Lusa

Portugal/CPLP lamenta morte de Francisco e enaltece "exemplo de humildade"

Bissau, 22 Abr 25 (ANG) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) lamentou hoje, profundamente, o falecimento do Papa Francisco, que considera ter sido "um exemplo de humildade e compaixão", com "sabedoria" e "preocupação pelos mais pobres".

Uma nota de pesar emitida hoje, o secretário executivo da organização, Zacarias da Costa, exprimiu "profunda consternação" com a "infausta notícia do falecimento de Sua Santidade", na segunda-feira, e realçou o facto de o Papa Francisco ter sido "um exemplo de humildade e compaixão, com simplicidade, sabedoria e preocupação com os mais pobres e necessitados".

Zacarias da Costa enalteceu também o seu pontificado por ter sido "marcado pela dedicação à tolerância, à inclusão, ao diálogo e à busca incansável pela paz".

Recordando as visitas realizadas pelo Papa Francisco a países da CPLP, nomeadamente, ao Brasil, a Moçambique, a Portugal e a Timor-Leste, Zacarias da Costa destacou o legado que deixa para a humanidade, um legado que "transcende fronteiras religiosas e que será eternamente lembrado pelas palavras de esperança e pelo compromisso com um mundo mais justo e fraterno, com respeito pela dignidade humana".

"Queremos, por isso, reiterar os sentimentos de pesar e exprimir as mais sinceras condolências à Santa Sé, à Igreja Católica e a todos os seus fiéis em todo o mundo", acrescentou.

O Papa Francisco morreu na segunda-feira aos 88 anos, de AVC, após 12 anos de pontificado.

Nascido em Buenos Aires, a 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta e primeiro latino-americano a chegar à liderança da Igreja Católica.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer, depois de ter estado internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral e tido alta em 23 de março.

Vários países da CPLP já decretaram dias de luto nacional.

A CPLP integra nove Estados-membros, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.ANG/Lusa

 

           EUA/Dezenas de universidades acusam Trump de ingerência

Bissau, 22 Abr 25 (ANG) - Dezenas de universidades norte-americanas, incluindo Yale, Princeton e Harvard, acusaram hoje a administração Trump de tentativa de "ingerência política" ao congelar e ameaçar retirar subvenções governamentais caso não sejam feitas reformas relacionadas com a guerra em Gaza.

 

Falamos a uma só voz contra a interferência governamental e política sem precedentes que ameaça o ensino superior norte-americano", declararam os cerca de 100 signatários desta declaração conjunta, que reúne reitores de universidades e responsáveis de associações.

A administração Trump está há várias semanas envolvida num impasse financeiro com várias universidades norte-americanas, acusadas de permitir que o antissemitismo floresça em protestos estudantis contra a guerra de Israel em Gaza, onde combate o movimento islamita Hamas.

Um dos casos mais graves é o da Universidade de Harvard, à qual a Casa Branca enviou uma carta no início do mês exigindo amplas reformas governamentais e de liderança na universidade, bem como mudanças nas suas políticas de admissão, de diversidade no campus e fim do reconhecimento de alguns clubes de estudantes.

A exigência foi recusada pelo presidente de Harvard, Alan Garber, e, horas mais tarde, o governo congelou milhares de milhões de dólares de financiamentos federais.

A universidade interpôs um processo judicial para impedir o congelamento pelo governo de Donald Trump de subsídios estatais no valor de quase dois mil milhões de euros, defendendo que "o Governo não identificou - e não pode identificar - qualquer ligação racional entre as preocupações com o antissemitismo e a investigação médica, científica, tecnológica e outras que congelou e que tem como objetivo salvar vidas americanas, promover o sucesso americano, preservar a segurança americana e manter a posição dos Estados Unidos como líder global em inovação".

"Este caso concerne aos esforços do governo para utilizar o congelamento das subvenções federais como meio de obter controlo sobre as decisões académicas em Harvard", justificou a universidade no processo judicial entregue em tribunal, citado pela agência AP.

Donald Trump ameaçou ir ainda mais longe ao retirar a isenção fiscal concedida a Harvard, que acusou de espalhar "ódio e estupidez".

Os republicanos no Congresso norte-americano anunciaram, na semana passada, ter iniciado uma investigação sobre Harvard, acusando a universidade de violar as leis de igualdade.

Na carta que anunciava a abertura de uma investigação parlamentar, o reitor da universidade foi acusado de "falta de conformidade com as leis dos direitos civis" e, em particular, de discriminação com base na raça.

A rejeição da universidade a Donald Trump foi saudada por muitos professores e estudantes como um raro sinal de resistência, enquanto a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, aceitou empreender reformas sob pressão do republicano.

A reação de Harvard também foi saudada por centenas de professores e por várias figuras do Partido Democrata, incluindo o antigo presidente Barack Obama, que saudou a medida como um exemplo que deve ser seguido por outras instituições.ANG/Lusa

 

Cabo Verde/PR defende inquérito rigoroso sobre recusa de entrada a cidadãos nigerianos

 

Bissau, 22 Abr 25 (ANG) – O Presidente José Maria Neves defendeu segunda-feira a realização de um inquérito rigoroso para esclarecer as circunstâncias em torno da recusa de entrada a cidadãos nigerianos em Cabo Verde, ocorrido no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral a 13 deste mês.

 

“Na verdade, há disposições contraditórias entre o que dizem as autoridades policiais e o que dizem os afectados, então é preciso, nesses momentos, sobretudo porque não é a primeira vez, já houve outras denúncias, fazer-se um inquérito rigoroso sobre esta matéria para identificarmos todos os contornos e, se for necessário, tomar medidas cabíveis para se pôr cobro a esta situação”, disse.

José Maria Neves, que visitou segunda-feira de manhã, a histórica hidrobase da Aéropostale, em Calheta de São Martinho, município da Ribeira Grande de Santiago, foi abordado pelos jornalistas a comentar sobre a recusa de entrada de cidadãos nigerianos em Cabo Verde.

Neves sublinhou que não é a primeira vez que surgem denúncias deste género, o que reforça a importância de uma investigação cuidadosa que permita tirar conclusões e, se for necessário, aplicar as medidas cabíveis.

O Chefe de Estado destacou ainda que, sendo Cabo Verde um país que ambiciona afirmar-se como plataforma internacional de prestação de serviços e integrar-se de forma competitiva no espaço da CEDEAO, é essencial garantir que os serviços de fronteira estejam capacitados para responder com eficácia às exigências dos visitantes.

Na quinta-feira, 17, a Polícia Nacional (PN) esclareceu através de um comunicado, que a recusa de entrada a cidadãos nigerianos em Cabo Verde deveu-se à falta de documentação que comprove, nomeadamente, a garantia de meios de subsistência e finalidade da viagem.

Explicou que por volta das 14:00 do dia 13 deste mês, a Unidade de Fronteira Aérea sediada no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, na ilha do Sal, procedeu à recusa de entrada em território nacional de dois grupos de cidadãos nigerianos.

Relativamente às acusações de racismo, a DEF sublinhou que actua no estrito cumprimento da lei, não estando em causa a nacionalidade das pessoas, mas as condições com que se apresentam perante a fronteira. ANG/Inforpress