Angola/Associação de juízes exige demissão do
presidente Tribunal Supremo
Bissau, 30 dez 20 (ANG) - A Associação dos
Juízes de Angola vai interpor nos próximos dias uma acção judicial contra
Joel Leonardo, presidente do Tribunal Supremo e do Conselho Superior da
Magistratura, por este ter indicado à revelia do plenário da instituição,
os nomes de seis magistrados para serem formados em Portugal, entre os
quais figuram familiares e próximos.
Violando a lei, segundo a Associação de Juízes de Angola - AJA - o
juíz conselheiro Joel Leonardo enviou recentemente ao Procurador-Geral da
República de Angola, Helder Pitta
Grós uma lista de seis juízes, para frequentarem um curso em Portugal,
sem a aprovação pelo plenário do CSMJ.
Na lista dos juízes indicados consta a sua
própria filha, um sobrinho e familiares de amigos próximos, o que irritou o
colectivo de juízes do Tribunal Supremo, que pretende "impugnar" este
acto.
A Associação de Juízes de Angola - AJA - sem questionar o
alegado clientelismo, anunciou que vai avançar com um processo judicial com vista à anulação deste acto do Presidente
do Tribunal Supremo, que viola a lei por não ter passado pelo plenário da CSMJ
e exige a sua demissão, por
não reunir condições éticas para continuar no cargo.
Adalberto
Gonçalves, presidente da AJA, refere
que "as competências relacionadas à formação são do plenário e não
havendo nenhuma referência a isso, entendemos que é uma decisão que foi tomada
pelo venerando juiz presidente, o que não está correto".
Adalberto Gonçalves alega ainda, que é
preocupante a inexistência de "critérios objectivos" para a
escolha dos magistrados que se candidatam a formações.
Joel Leonardo, nascido a 3 de maio de
1962, antigo juíz militar, foi nomeado a 30 de outubro de 2019 pelo Presidente
João Lourenço, para presidente do Tribunal Supremo da República de Angola, em
substituição de Rui Ferreira. ANG/RFI
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