Mídia/ América Latina e Ásia tiveram maior número de jornalistas assassinados este ano
Bissau, 28 Dez 20 (ANG) - A Unesco
repudiou os assassinatos de jornalistas em todo o mundo, um total de 59 só este ano, e as regiões da América Latina e Caribe e da
Ásia-Pacífico foram responsáveis pela maioria dos crimes com 22 mortes
cada.
Dentre as vítimas estão quatro
mulheres.
Em segundo lugar aparecem os países
árabes, onde nove jornalistas perderam a vida. Na África, foram seis mortes
este ano.
Segundo a Unesco, 2020 registrou dois
assassinatos a mais que no ano passado. Em 2018, 99 profissionais foram mortos
num dos anos mais fatais da última década, na qual foram notificados 888 assassinatos.
A diretora-geral da Unesco,
Audrey Auzolay, disse que todos puderam ver a forma sem precedentes da
relevância do jornalismo para as democracias e a proteção dos direitos
humanos.
Ao mesmo tempo, a pandemia afetou
a liberdade de imprensa em todo o mundo. Para ela, a proteção do jornalismo é a
proteção da verdade.
No relatório da Unesco sobre Segurança
de Jornalistas e o Risco da Impunidade, divulgado em 2 de novembro, é possível
detectar os padrões de assassinatos dos profissionais do setor nos últimos dois
anos.
Em média, na última década, um
jornalista foi morto a cada quatro dias no mundo. O documento mostra ainda que
a impunidade continua prevalecendo.
As condições de trabalho dos
profissionais são motivo de preocupação. Os casos de assédio seguem aumentando
e ataques não-letais.
Este ano, jornalistas que trabalharam
informando sobre protestos como “Vidas Negras Importam” ou outras demonstrações
enfrentaram riscos e perigos.
Entre janeiro e junho deste ano, os
profissionais foram atacados em 125 protestos em 65 países.
A Unesco também está preocupada com a
segurança das mulheres, alvo de ataques na internet, e que são baseados também
em violência de gênero.
Para compreender melhor o problema, a
agência da ONU lançou uma pesquisa global com o Centro Internacional para
Jornalistas, Icfj na sigla em inglês.
Dados preliminares indicam que 73% das jornalistas, que
responderam, afirmaram ter sofrido violência na internet por causa do trabalho.
E 20% disseram que o assédio online se transformou em ataques e abusos fora da
internet.
A pandemia da Covid-19 só piorou os desafios para os
profissionais da mídia este ano. Com a perda de anúncios, muitos veículos estão
ameaçados agravando o já precário ambiente de trabalho no setor.
Em muitos países, legislações e medidas de emergência contra a
pandemia serviram de álibi para restringir a liberdade de imprensa e
expressão.
Muitos jornalistas foram perseguidos ao exporem as falhas das
autoridades na resposta à crise da Covid-19. ANG/ONU NEWS
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