Brexit/Acordo
assinado hoje em Bruxelas e Londres aplicado já sexta-feira
Bissau, 30 Dez 20 (ANG) – O Acordo de Comércio
e Cooperação pós-Brexit negociado entre o Reino Unido e a União Europeia (UE)
vai ser hoje assinado em Bruxelas e Londres, a tempo de entrar em vigor na
sexta-feira, com cariz provisório.
Após o acordo alcançado
pelos negociadores europeus e britânicos em 24 de Dezembro, o compromisso já
recebeu o aval dos 27 Estados-membros da UE com vista à sua entrada em vigor em
01 de Janeiro de 2021, sendo hoje de manhã assinado em Bruxelas pelos
presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu,
Charles Michel.
A assinatura formal tem
lugar depois de os embaixadores dos 27 Estados-membros junto da UE terem
aprovado na segunda-feira, por unanimidade, a aplicação provisória do novo
acordo entre o bloco europeu e Reino Unido a partir de 01 de Janeiro de 2021,
decisão ‘confirmada’ pelo Conselho na terça-feira através de um procedimento
escrito.
Também hoje, o acordo
vai ser debatido e votado no parlamento britânico, a tempo de a legislação
necessária para a sua ratificação entrar em vigor na sexta-feira, estando
também prevista a assinatura formal do documento por parte do primeiro-ministro
britânico, Boris Johnson.
Ambas as Câmaras do
Parlamento foram convocadas, com a sessão dos Comuns a partir das 9:30 e os
Lordes a partir do meio-dia, para aprovar num só dia a legislação que
implementa o acordo no Reino Unido.
O presidente da Câmara
dos Comuns, Lindsay Hoyle, escreveu aos deputados, pedindo-lhes para evitarem
viajar para o Parlamento devido às restrições existentes em muitas partes do
país ligadas à pandemia da covid-19, e a prevalência da doença em Londres.
As medidas de
distanciamento social limitam a presença a apenas 50 pessoas dentro do plenário
ao mesmo tempo, incluindo o presidente e funcionários administrativos, deixando
espaço nas bancadas para apenas cerca de 35 deputados, incluindo ministros.
O debate será, por isso,
aberto a intervenções por videoconferência e as votações feitas de forma
remota.
A Proposta de Lei sobre
o Relacionamento Futuro deverá ser aprovada sem dificuldades tendo em conta a
maioria absoluta do Partido Conservador e o apoio do Partido Trabalhista, o
principal partido da oposição.
O Partido Nacionalista
Escocês (SNP), Liberais Democratas e Partido Unionista Democrata da Irlanda do
Norte indicaram que votariam contra o Acordo, mas serão insuficientes para
decidir um resultado, mesmo com a ajuda de alguns deputados conservadores
ultra-eurocéticos ou trabalhistas pro-europeus que escolham desafiar a
orientação das respectivas lideranças.
Apesar de alguma
contestação interna, o líder Trabalhista, Keir Starmer, argumentou que está em
causa a escolha entre um “acordo fraco” ou a ausência de acordo, por isso
recusou votar contra ou mesmo abster-se.
“Mas deixem-me ser
absolutamente claro – e digo-o directamente ao Governo -, entre escolher a
ausência de acordo, nós aceitamos este acordo, mas as consequências dele serão
vossas”, afirmou.
Após 10 meses de
negociações, a União Europeia e o Reino Unido chegaram finalmente a um Acordo
de Comércio e Cooperação em 24 de Dezembro para entrar em vigor a partir de 01
de Janeiro de 2021, logo a seguir ao fim do período de transição pós-Brexit que
manteve os britânicos até agora no mercado único.
Com esta parceria
económica e comercial, a UE oferece a Londres o acesso sem quotas nem taxas
aduaneiras ao seu mercado de 450 milhões de consumidores, mas prevê sanções e
medidas compensatórias no caso de incumprimento das regras de concorrência e
apoios estatais às empresas, ambientais, laborais e fiscais.
O compromisso duramente
conquistado sobre as pescas prevê um período transitório até Junho de 2026,
durante o qual os europeus abandonarão gradualmente 25% de suas capturas nas
águas do Reino Unido, após o qual as quotas de pesca passarão a ser negociadas
anualmente.
Dado já não ser tecnicamente viável a ratificação com vista à sua entrada em vigor em 01 de Janeiro de 2021, os 27 concordaram com a aplicação do novo acordo de forma provisória até ser aprovado oficialmente pelo Parlamento Europeu o mais tardar até final de Fevereiro. ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário